quarta-feira, 18 de setembro de 2013

GCM e Presidente da Comissão de direitos humanos celebram homofobia no Glorifica Litoral


Por: Elida Costa, militante do grupo de mulheres Pão e Rosas, Campinas - SP



No último final de semana presenciamos mais um triste episódio homofóbico, o qual foi protagonizado pelo veterano pró-homofobia, o Deputado Marco Feliciano, que bradou palavras de ordem contra 2 ativistas que se beijavam durante o evento “Glorifica Litoral”, realizado em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20, foram detidas, agredidas (física e moralmente) e algemadas por agentes da GCM que, posteriormente, as levaram ao 1.º Distrito Policial de São Sebastião, onde foram realizados exames de corpo de delito. Exames os quais constataram, em Joana, hematomas nos braços e pernas. Vale ressaltar que o evento religioso em questão, ocorreu em área pública, logo, tanto a atitude do Deputado, quanto a atitude da GCM, caracterizou afronta aos direitos humanos e liberdade de expressão.

A ação da GCM foi legitimada pela prefeitura de São Sebastião que em nota justificou a ação da guarda como “necessária” mediante ao que foi alegado pela delegacia local, que classificou o beijo como "perturbação de cerimônia religiosa". Porém, aos casais héteros presentes que também se beijavam durante o culto, nada foi feito, afinal, o beijo entre 2 pessoas de sexos opostos trata-se apenas da celebração do amor, enquanto o beijo entre 2 pessoas do mesmo sexo, é tratado como ato abusivo e de zombaria contra determinadas crenças. Esse tipo de repressão só demonstra o quanto as instituições religiosas e o Estado atuam em comum acordo, já que a própria polícia foi a responsável de legitimar os discursos homofóbicos realizados pelo pastor, por isso lutamos contra a violência, coerção e discriminação em razão de orientação sexual, identidade de gênero e raça. Por um estado laico que garanta a cidadania e diretos humanos às minorias e contra as bizarras imposições da bancada evangélica no Congresso Nacional. Não podemos deixar de citar o papel da policia, sujeitos os quais estão e são situados "na ponta dos interesses do Estado", treinados para a guerra com táticas delineadas ainda na ditadura militar, cujos inimigos alvo são os trabalhadores e principalmente os setores oprimidos como os LGBTs.
A ação da polícia, quase sempre, violenta e sanguinária, garantirá aos que possuem o poder, sua constante “manutenção” e como consequência, a expropriação do povo. Qual o subterfúgio aplicado para justificar tais ações? "Tudo em nome da moral e dos bons costumes" e é claro que um "pouquinho" de imunidade parlamentar não faz mal a ninguém, estas são as costumeiras práticas de sujeitos facínoras.

E assim, o estado consolida, de forma cada vez mais explicita, o seu poder incontestável sobre a minoria diariamente rechaçada, afinal, os gays são doentes e os negros amaldiçoados, este é o direcionamento ideológico receitado pelo sistema às massas. Lutemos contra a democracia burguesa que diariamente deslegitima nossa luta para que nossos direitos não se concretizem efetivamente, lutemos contra as alianças com bancadas religiosas para fortalecimento do governo Dilma em detrimento de nossa dignidade, da dignidade da pessoa humana, pela separação do Estado da Igreja que são apenas veículos de propagação de passividade e servidão. Busquemos quebrar os alicerces do estado, fundados em autoritarismo e imposição, para que sejamos de fato livres de dogmas, preconceitos e regras, que nos regram, oprimem e matam.

Assista aqui os vídeos da agressão: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/16/apos-expulsar-garotas-que-se-beijaram-em-culto-feliciano-diz-que-ato-foi-baderna.htm#fotoNav=199

0 comentários:

Postar um comentário