DECLARAÇÃO DA JUVENTUDE ÁS RUAS SOBRE A TENTATIVA DE EXPULSÃO
DE 15 SECUNDARISTAS NO E.E. AMÉRICO BRASILIENSE.
Antes
de Junho, a juventude secundarista já se fazia presente nas manifestações. Na
greve dos professores do Estado de São Paulo, em Maio, foram o setor mais ativo
em realizar uma aliança com os professores, em defender seu direito de greve e
juntos lutavam por educação de qualidade. Junho, a juventude de conjunto foi às
ruas contradizer o discurso de país potencia e evidenciar a crise da educação,
da saúde e dos transportes públicos.
Essa revolta que foi às ruas, com a juventude cansada dos
políticos corruptos não perderia suas forças com a volta as aulas. O reencontro
dos estudantes que se viam nas grandes marchas que paralisaram o país, era sem
dúvida o maior medo dos governos e das diretorias e reitorias das escolas e
universidades.
Depois do 7 de Setembro, que significou uma retomada dos
atos massivos em todo o país, a mídia burguesa tentou convencer que não estamos
mais numa situação favorável, de que os protestos refluíram e de que “a
juventude de Junho se perdeu o caminho”. Tentou omitir que a repressão dessas
manifestações foi ainda mais brutal do que a quinta-feira sangrenta de 13 de
Junho. Tentou ofuscar que a politização generalizada e a força demonstrada da
juventude que arrancou os vinte centavos do bolso dos grandes capitalistas do
transporte não permitiria mais o país voltar as velhas ilusões do passado.
Desde a volta as aulas, a escola E.E. Américo Brasiliense de
Santo André esteve contaminada pelo anseio de uma educação de qualidade. Era a
gota d’gua com a repressão absurda das diretoras, dos ataques aos professores
mais precarizados (categoria O), da péssima estrutura da escola e o conteúdo das
aulas que apaga o histórico de luta do povo negro, das mulheres, LGBT e
trabalhadores.
A UJS e a UBS (ambas ligadas diretamente ao governo – PT - e
sua base aliada, PCdoB) com uma medida desesperada de capitalizar todo esse
sentimento de revolta, colaram os cadeados da escola para realizar um
fracassado ato por 100% dos royalties do petróleo para educação. Apesar disso
do processo se desenvolveu a formação de diversas chapas (12 no total) para
disputa do grêmio, o que expressa um fenômeno da juventude que busca se
organizar para conquistar um novo projeto de educação.
A revolta das
Mexericas.
Com esse espirito combativo, e tendo ganhado as ruas para
si, os alunos do E.E Américo Brasiliense protagonizaram uma “guerra de
mexericas” no intervalo do dia 05 de Setembro. As mexericas que acertavam as
mesas feitas de barricadas pelos alunos, representavam o espirito de Junho que
segue forte na juventude. A escola prisão, que segue sendo o projeto de
Educação dos governos, começa a ser contestada de diversas formas, com muita
coragem e ousadia dos estudantes.
A diretoria junto a coordenação reproduz a mesma perseguição
que assistimos o governo e a policia fazerem com os Black Blocks em todo o
país. Com investigações e muita arbitrariedade, a diretoria tenta punir os
lutadores que buscam não apenas se manifestar, mas apontar uma alternativa para
a decadência do ensino público.
A diretoria ontem (10/09) realizou uma reunião de Conselho e
votou a expulsão de 8 alunos, sem nenhuma mediação e sem se preocupar que
estamos apenas há 2 meses do fim do ano letivo e esses jovens não terão como
continuar seus estudos. Demonstrando que a educação é a ultima de suas
hierarquias.
Assim como
temos visto a brutal perseguição aos lutadores por todo país, com a prisão de cinco
supostos moderadores da página oficial do Black Block do Rio de Janeiro, a
diretoria tenta se apoiar nos passos dos que se colocam contra as vozes das
ruas, para realizar um grande caça as bruxas na escola. Assim, elimina todos os
alunos que não se “enquadram na submissão que tenta lhes impor”. Não podemos
permitir nenhuma repressão aos movimentos sociais, não podemos permitir nenhuma
punição aos que questionam a escola e querem transformá-la.
A diretoria ditadora não tenta apenas silenciar os
estudantes, mas já vem perseguindo professores que tentam ajudar na organização
das eleições do grêmio estudantil. As vésperas das eleições do grêmio que
ocorreram nesse próximo dia 23, tentam expulsar 15 alunos para não por em risco
sua figura firme e tentam demonstrar que apesar de Junho e de todo esse
sentimento de revolta que não pode mais ser contido, a direção é capaz de manter
a ordem.
Nós da Juventude ÁS RUAS, que construímos a Chapa A-90
lutamos para construir um forte grêmio estudantil que desde já se coloque a
tarefa de defender os estudantes, não permitindo nenhum tipo de perseguição ou
punição. Chamamos as demais chapas que concorreram as eleições do Grêmio a se
somarem a esse movimento democrático, denunciando fortemente a política nefasta
da direção, que no discurso diz estar a serviço da melhoria da educação, mas
serve apenas para disciplinar os que questionam e manter a educação como
corrente de transmissão da ideologia do governo e dos capitalistas.
A-90 – Um exemplo que
torna uma boa resposta!
O nome de nosso chapa para as
eleições do grêmio estudantil é uma homenagem a uma escola chilena e a partir
dos processos de luta conquistaram uma escola sem direção e coordenação.
Desvinculado dos projetos do governo, conseguiram por de pé uma escola gerida
pelos funcionários, professores, pais de alunos e os próprios estudantes. Achamos que esse exemplo de luta e de que é possível
acabar com a escola prisão deve nos apaixonar a defender todos os lutadores
rumo a colocar de pé uma escola livre com estudantes livres!
Fazemos um chamado aos pais
desses 15 estudantes perseguidos e aos demais pais que veem esse grande ataque
da direção com bastante repulsa a se somarem a esse movimento, para arrancar do
governo nosso direito de uma escola que esteja a serviço do conhecimento e
aprendizagem.
- POR UMA AMPLA
CAMPANHA CONTRA A REPRESSÃO AOS LUTADORES!
- CONTRA A EXPULSÃO
DOS 15 SECUNDARISTAS! TODO MUNDO TEM DIREITO DE ESTUDAR!
- PELA REINTEGRAÇÃO
IMEDIATA DE TODOS OS ESTUDANTES EXPULSOS!
- PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO
AOS ALUNOS E PROFESSORES! POR GREMIOS LIVRES E PELO DIREITO A LIVRE
MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES!
- POR UM GREMIO FORTE
E COMBATIVO QUE DESDE JÁ CONTRIBUA NA LUTA DOS ESTUDANTES CONTRA A DIREÇÃO RUMO
A UMA ESCOLA GERIDA POR PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, PAIS E ALUNOS, COM MAIORIA
ESTUDANTIL!
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