Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Ocupação e reintegração de posse em Araraquara: Abaixo a repressão aos estudantes em luta!

A ocupação de 2007 da Diretoria da FCL (Faculdade de Ciências e Letras) – Araraquara ocorreu contra a repressão na UNESP e os decretos do governador José Serra que ameaçavam a autonomia das universidades estaduais. Os decretos tinham o objetivo de aprofundar a dependência do conhecimento universitário aos interesses de grandes empresas. A reintegração de posse, ocorrida em 2007, é um símbolo da intransigência do Estado contra as/os lutadoras/es, pois foi a primeira entrada da Polícia Militar em uma universidade pública desde o período da Ditadura Militar. 
No dia 20 de junho de 2014, exatamente 7 anos após a reintegração de 2007, a Polícia Militar entrou novamente na UNESP - Araraquara, a pedido da atual direção, para cumprir um novo mandato de reintegração de posse à Ocupação da Diretoria da FCL da UNESP – Araraquara. Dessa vez, a ocupação da diretoria faz frente à crise programada que vêm sendo implantada nas três estaduais paulistas como parte de um projeto, em andamento, de privatização da universidade pública, transformando-a em um pólo de serviços.
Esse projeto inclui o desmonte do caráter social da universidade e o aprofundamento da relação com os interesses privados e reflete-se, para as/os estudantes, no descaso com a política de permanência estudantil, no desmonte do tripé universitário (ensino, pesquisa e extensão) - precarização dos cursos, aumento das restrições à autonomia universitária e cortes massivos no número de bolsas de extensão - e repressão sistemática às/aos estudantes em luta. Às/aos trabalhadoras/es, os ataques desse projeto são observados nas políticas salariais (o reajuste salarial deste ano foi de 0%) e no aprofundamento da terceirização, que é uma forma de precarizar e fragmentar a classe trabalhadora.
A pauta motora da ocupação foi a expulsão de 38 estudantes da moradia estudantil por critérios arbitrários, como rendimento escolar (aplicado neste caso em uma bolsa socioeconômica!) para eliminar estudantes pobres do programa de permanência e utilizar desta “solução” absurda para abrir vagas às/aos cotistas e intercambistas, em detrimento da real solução que é a ampliação dos números de vagas na moradia estudantil à todas/os aquelas/es que necessitarem. A elitização da universidade colocada em prática pelos governos e reitorias, além de impedir a entrada das/os negras/os e pobres através do filtro social do vestibular, impede também que os poucos que entram na universidade, mesmo que através da baixa porcentagem de cotas, não possam continuar seus estudos pela questão da permanência estudantil, ou seja, por não terem como morar, comer, ou estrutura básica para poderem estudar.
A crise orçamentária anunciada nas universidades paulistas tem em seu contexto os abusivos salários de uma casta de burocratas que regem essas universidades e definem seus rumos. Esta burocracia, intimamente atrelada ao governo estadual, gasta grande parte do orçamento das universidades em favorecimento do interesse de empresas privadas nas pesquisas universitárias e também é constantemente acusada de desvios de verbas, improbidade administrativa ou envolvimento com cartéis e propinas, além dos gastos faraônicos com edifícios que não servem ao ensino e com seus próprios luxos pessoais. Diversos destes burocratas são donos de empresas privadas de limpeza e segurança que prestam serviço às universidades públicas, ou seja, são os primeiros a imporem aos trabalhadores sua fragmentação e a não terem interesse no fim da terceirização e incorporação das/os terceirizadas/os ao quadro do funcionalismo público. E mais, esta corja burocrática, culpada pela crise orçamentária, impõe agora um reajuste de 0% no salário das/os trabalhadoras/es, abaixo até da inflação, como um claro ataque àquelas/es que movem a universidade e que mais dependem de seus salários, e sem sequer abrir as contas das universidades, para que a população tenha acesso a real situação e ao destino do orçamento público da educação superior.
Às/aos estudantes que se colocam em luta contra esse projeto, a política das reitorias e diretorias é a criminalização e perseguição política, seguindo à risca a política dos governos estaduais e federal de repressão aos movimentos e entidades sociais. A greve das/os metroviárias/os de São Paulo, por exemplo, demonstra que a posição dos governos não é a do dialogo, mas sim a da repressão, aplicada no ataque feroz da Polícia Militar aos piquetes e atos das/os trabalhadoras/es do Metrô, na criminalização legal da greve, nas multas milionárias ao Sindicato dos Metroviários e, principalmente, nas 42 demissões das/os trabalhadoras/es grevistas, já anunciando qual seria a resposta do Governo estadual para a luta nas UNESP. 
Em resposta à greve de 2013, existem mais de 100 processos administrativos abertos contra estudantes da UNESP e alguns tantos outros processos na justiça comum. Durante essa ocupação, 5 estudantes receberam mais um processo acusando-os de ameaça, turbação e esbulho possessório. Depois de negar-se inúmeras vezes ao dialogo, numa política orientada pelo CRUESP, a diretoria da FCL – Araraquara, representada por Arnaldo Cortina, impôs a reintegração de posse via o braço armado do Estado, o que mostra que o “dialogo” com comunidade e as/os estudantes só será feito pela Polícia Militar.
A greve da educação superior se estende pelo Estado de São Paulo, fortalecida de piquetes das/os trabalhadoras/es e com amplo apoio estudantil. Este ataque não ficará sem resposta e lutaremos para que a greve se unifique cada vez mais entre as três universidades e os quatro setores que as compõe, para que assim alcancemos tanto as demandas estudantis e de trabalhadoras/es, como uma universidade aberta a todas/os e à serviço da classe trabalhadora e do povo pobre e oprimido.

- Contra a repressão ao movimento estudantil! Pelo fim das sindicâncias!
- Nenhuma punição às/aos estudantes detidos na reintegração de posse da Unesp de Araraquara! Negociação já!
- Foram PM das Universidades, periferias, favelas e das nossas manifestações! Pelo fim da polícia!


Juventude às Ruas Araraquara

segunda-feira, 9 de junho de 2014

CARTA AO MOVIMENTO ESTUDANTIL NACIONAL - reitoria ocupada da UFMG


Nós, estudantes da UFMG, que estamos ocupando a reitoria da universidade neste momento, nos solidarizamos com todas as lutas estudantis e de trabalhadores que vem acontecendo pelo país, e nesse sentido expressamos o nosso mais amplo apoio à todas estas lutas e repudiamos qualquer tipo de repressão.
Desde a luta dos metroviários de SP, entre outras, os governos mostram o seu caráter de defensores dos lucros e interesses dos grandes empresários e burocratas. O seu braço armado, a polícia, a cada dia mais mostra o quanto pode ser violenta na repressão à luta dos trabalhadores, dos estudantes e do movimento social. Assim como todos estes, também estamos sofrendo repressão, perseguições e processos por parte da reitoria e da polícia, inclusive pela ocupação do ano passado. Junto a todos estes, gritamos também: ABAIXO A REPRESSÃO!
Através desta, viemos trazer nossa mais ampla solidariedade aos estudantes e trabalhadores das estaduais paulistas, USP, UNICAMP e UNESP, que estão travando uma forte greve contra o arrocho salarial promovido pelo governo PSDB e contra a privatização e elitização da universidade. Nos solidarizamos também com os estudantes da UNESP – Araraquara, que neste momento estão ocupando a diretoria de sua faculdade. Também queremos nos colocar ao lado dos estudantes da UFVJM (Diamantina), que estão ocupando um prédio inacabado da moradia universitária e lutando por permanência estudantil. Enviamos também todo o nosso apoio à luta dos estudantes da UERJ, que, por motivos semelhantes aos nossos, estão lutando contra a utilização do seu campus pela FIFA. Aos estudantes ocupados na reitoria da UnB todo apoio! Pelo atendimento de todas as reivindicações!
Ocupação da Reitoria / UFMG
Belo Horizonte, 08 de junho de 2014

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Juventude às Ruas participa de debate sobre terceirização na música da USP


No último dia 30 de Maio, sexta feira, os estudantes da música em conjunto com nós, militantes da Juventude às Ruas e militantes do grupo de mulheres Pão e Rosas, organizaram um debate sobre a terceirização dentro e fora da Universidade. Essa atividade foi impulsionada principalmente depois de um infeliz acontecimento: um funcionário terceirizado vigilante, em saída do trabalho, foi atropelado e morto na avenida politécnica na cidade universitária. Esse trabalhador, contrariando a tendência do isolamento e invisibilidade dessa categoria, possuía uma profunda relação com os alunos, além disso era um sambista intérprete, o que gerou a uma identificação desse trabalhador com os estudantes  da música. Entretanto, depois de sua morte o departamento e a empresa contratante apenas substituíram o funcionário por outro, sem nenhuma notificação do ocorrido o que impediu os alunos de, inclusive, irem ao seu enterro ou declararem um luto em sua homenagem. Tal atitude causou profunda indignação nos alunos e uma mobilização de denuncia do caso que por fim se deu na atividade onde estiveram presentes diversos terceirizados, amigos do Gelsão (como chamava o trabalhador falecido), intervindo nas falas com depoimentos pessoais de precarização que a terceirização impõem. Na mesa do debate estiveram militantes do Pão e Rosas e uma trabalhadora de fábrica que narraram suas experiências de luta no trabalho. 



A atividade teve fundamental papel na organização e politização dos estudantes que estão em greve em conjunto com os trabalhadores da USP contra o não reajuste salarial. A luta contra a terceirização agora é uma das principais bandeiras dos estudantes da música nessa greve, que sob a memória do nosso camarada Gelsão, se colocam a frente na aliança operário-estudantil contra a precarização do trabalho.

Companheiro Gelsão, presente! Agora e sempre!
Pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso público!