Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O JULGAMENTO DO MENSALÃO E A ORGANIZAÇÃO “CONSULTA POPULAR”. POLÊMICA COM A ORGANIZAÇÃO “CONSULTA POPULAR” (PARTE I)

Do Blog ADEUS AO CAPITAL
A “Consulta Popular”, organização política cuja maioria dos quadros é oriunda do PT, compõe o setor majoritário da Coordenação Nacional do MST e impulsiona o “Levante” Popular da Juventude, agrupação que ganhou notoriedade nos últimos meses com a realização de alguns atos “escrachos” contra figuras ligadas ao regime militar brasileiro. Além disso, a Consulta Popular, nas universidades em que atua, anima alguns grupos de extensão (como na UNESP Franca) e frequentemente disputa as entidades estudantis, como foi a “Universidade em Movimento”, chapa que há alguns anos, sem obter sucesso até o momento, vem concorrendo às eleições para o DCE da USP.

Mesmo com o forte peso nos movimentos sociais e grande influência no movimento estudantil a direção da Consulta Popular, que frequentemente faz discursos sobre a necessidade de construir “novas práticas” no movimento estudantil, sindical e popular, não está disposta, como vimos nas últimas eleições (onde apoiaram Haddad e Maluf), a construir uma alternativa classista e independente ao petismo/lulismo que, como sabemos, não proporcionou qualquer avanço na reforma agrária, mantem uma política de criminalização dos movimentos sociais e favorece as grandes construtoras e empresas que fazem uso de trabalho terceirizado e precarizado. Pelo contrário, a Consulta Popular, surpreendendo até mesmo setores que já militam próximos a esse grupo e reproduzindo o discurso reacionário da direção do PT, divulgou em sua página na internet (http://www.consultapopular.org.br/noticia/ap-470-do-stf-consulta-popular-denuncia-manifesta-e-convoca) que irá realizar uma campanha nacional contra o julgamento do Mensalão no STF e em defesa dos petistas condenados por corrupção.

Ou seja, a Consulta Popular, atuando como uma espécie de “braço ilegal” do petismo oficial, se cala diante do fracasso da política agrária do governo Dilma, não diz nada sobre a repressão do governo federal contra os operários das obras das usinas de Jirau e Belo Monte, mas está a postos para pular na lama e ajudar a lavar a cara do petismo que está imerso na imensa sujeira que se tornou a política parlamentar no Brasil.

Diante de um fato como esse, que traz enormes prejuízos para aqueles que ainda lutam por uma alternativa independente, não é apenas importante, mas inclusive salutar que aqueles que se reivindicam como parte do marxismo revolucionário coloquem de forma clara suas ideias, debatam e façam as devidas polêmicas para ajudar a classe trabalhadora e os grupos oprimidos a clarificar suas posições, separar aliados dos inimigos e reconstruir um polo classista e combativo que coloque o proletariado de volta na cena política nacional e internacional. Desse modo, não podemos concordar, como vocifera alguns setores da esquerda que há muito tempo deixaram as fileiras do marxismo revolucionário e cada vez mais se enveredam pelos caminhos dos métodos stalinistas e semi-reformistas, com as posições que alardeiam e condenam o debate dentro da própria esquerda. Suprimir a polêmica política e teórica é algo que caminha na contramão das principais lições dos grandes revolucionários do passado como Lenin, Rosa Luxemburgo e Trotsky. Nesse sentido, buscando auxiliar no avanço da consciência de classe do proletariado para que este, como sujeito social, hegemonize o conjunto das classes subalternas e apresente uma alternativa à barbárie capitalista e a seus prejuízos racistas, homofóbicos e machistas iremos questionar a posição equivocada da Consulta Popular e indicar como essa organização, com sua política de “seguidismo” ao petismo, lamentavelmente não representa uma alternativa para construir um movimento operário classista e um movimento estudantil combativo.

JUDICIÁRIO, MENSALÃO E A CONSULTA POPULAR.

Décadas de Monarquia, ditaduras e alguns poucos anos de tímidos e degradados regimes democráticos dirigidos por uma burguesia antinacional, subserviente e semicolonial fez com que o Brasil mantivesse uma estrutura político-parlamentar falida e corrupta que, frequentemente, por desavenças entre os próprios grupos e partidos dominantes, vem à tona para o conjunto da população. As campanhas dos principais partidos do regime, como é caso do PT e PSDB, são financiadas por grupos financeiros, construtoras e grandes empresas que posteriormente serão os únicos beneficiados. Não por outro motivo, todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados estão, por alguma razão, envolvidos em esquemas de corrupção – até mesmo o PSOL. Em que pese diferenças de gestões, defender que o PT, que há anos aprofundou sua ligação orgânica com o regime burguês e estreitou seus laços com os países imperialistas, seja menos corrupto do que os privatizadores tucanos é, definitivamente, comparar seis com meia dúzia. Advogar que o partido de Lula, que recebeu cerca de 60 milhões de doações de grandes empresas para sua campanha em 2012, é vítima da direita e da imprensa golpista, como faz a Consulta, é esquizofrenia ou oportunismo.


Para os marxistas revolucionários o parlamento burguês, como já está demonstrado historicamente, é um espaço onde a classe dominante conspira contra os interesses do povo. Mesmo assim, atuamos taticamente nesse espaço utilizando a tribuna para denunciar as armadilhas dos representantes da burguesia, denunciar os ataques que estes estão preparando e convocar amplamente os trabalhadores para a luta nas fábricas, campos e ruas com seus próprios métodos de luta. Contra o oportunismo apressado que levanta a impossibilidade de tal atuação, a intervenção dos deputados ceramistas – dois operários da fabrica Zanon- da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, na Argentina, mostra que é possível uma atuação não adaptada e classista no parlamento burguês.

Também deixamos claro que o judiciário, em que pese o enorme esforço da imprensa burguesa brasileira em torná-lo o guardião da ética e da moralidade, é uma instituição também voltada aos interesses dos ricos. Com raríssimas exceções, os juízes e desembargadores, sob a máscara de decisões técnicas e imparciais, trabalham contra os interesses dos mais pobres e acobertam os crimes do colarinho branco. O Supremo Tribunal Federal (STF), órgão de cúpula do judiciário, não foge à regra. Trata-se de uma instituição reacionária, mesmo tendo em sua composição uma maioria de ministros indicados pelos governos do PT, que faz um trabalho sujo para os partidos da oposição burguesa (PSDB, DEM e PPS) e para alguns grupos econômicos não alinhados com o governo federal.
Contudo, a Consulta popular, num misto de ingenuidade e oportunismo, proclama em seu manifesto:
“A Consulta Popular manifesta que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal arrogou-se o papel de escolher, por suas próprias opções políticas, as correntes de opinião que devam ter a possibilidade de exercer os poderes Executivo e Legislativo no Brasil, consumando a um só tempo os processos de judicialização da política e politização do judiciário.”

A ingenuidade fica por conta do descobrimento tardio de que há uma politização do judiciário. O oportunismo fica evidenciado na omissão de que o PT é um dos principais agentes e mantenedores desse mesmo sistema político/jurídico que garante a impunidade aos crimes da burguesia e reserva o sistema criminal e carcerário aos pobres e àqueles que lutam pelos direitos da classe trabalhadora e do povo em geral. A inabilidade do PT em evitar um revés como o julgamento do Mensalão não pode ser traduzida como uma perseguição, mas sim como uma batalha perdida na incessante guerra entre frações da burguesia que disputam a hegemonia no controle do poder constituído.

Seria cômico se não fosse trágico, mas no Brasil da “Consulta Popular”, o PT que governa há 10 anos o país junto a importantes monopólios econômicos e financeiros, envolvido em inúmeros esquemas sujos para garantir a governabilidade, é mais uma vítima da direita.


Segundo os dirigentes e ideólogos da Consulta o julgamento do mensalão significa um retrocesso e um enfraquecimento do bloco progressivo e democrático e, por isso mesmo, deve ser questionado. Entretanto, ainda que omitamos os argumentos que apontamos a cima que mostram o contrassenso dessa posição, veremos como há inúmeras questões na realidade nacional que corroboram para o enfraquecimento do campo progressivo, dos direitos humanos e da esquerda e que mereciam uma grande atenção, mas que a Consulta Popular, em nome da eterna defesa dos “mensaleiros” petistas, não coloca como prioridade ou simplesmente se omite.


A CONSULTA POPULAR ALHEIA AOS PRINCIPAIS COMBATES PELOS DIREITOS DEMOCRÁTICOS.

A posição da “Consulta Popular” por si própria já é extremamente equivocada e nem um pouco educativa para a vanguarda dos trabalhadores, mas é um fato inegável que, diante da conjuntura atual do país, em especial do Estado de São Paulo onde há uma verdadeira política de extermínio contra o povo pobre e negro das comunidades levado a cabo pelo governo tucano, a posição da Consulta ganha contornos ainda mais problemáticos.

Os estudantes, trabalhadores e jovens em geral que se indignam diante da política de genocídio da PM e do PSDB contra os pobres de São Paulo deveriam perguntar por que a Consulta Popular, que como apontamos a cima tem uma grande responsabilidade em inúmeros movimentos sociais e populares de massas, não deu qualquer peso para a luta contra a violência policial que atingiu níveis estratosféricos?

Nas páginas do jornal Brasil de Fato, periódico editado pela Consulta popular e movimentos ligados a esta, assim como em sua página na internet, há mais informações quanto a supostas nulidades processuais do processo do mensalão (até aqui nenhum problema) do que uma denuncia e campanhas contra o massacre policial contra os pobres em São Paulo. A tarefa de denunciar a política higienista Do governo paulista e as propostas reacionárias contra a criminalidade (redução da maioridade penal, mais ROTA na rua e penas mais severas) não seria uma tarefa elementar daqueles que buscam fortalecer o campo progressivo? A defesa dos trabalhadores precarizados que têm seus bairros sitiados pela polícia paulista não ganha mais destaque do que a defesa de algumas figuras petistas envolvidas com banqueiros e compra de voto para aprovar a privatista reforma da previdência? Ao que parece nada disso sensibiliza a direção da Consulta, que elegeu o PT como a principal vítima da direita e sua defesa como a campanha nacional prioritária.


Nem mesmo os dados lançados na última semana sobre a política de reforma agrária do governo, que demonstram um retrocesso sem precedentes nessa questão, são suficientes para acelerar o rompimento da Consulta com o Governo. O conservador jornal o Estado de São Paulo, sem esconder sua gratidão, comentou os dados da seguinte maneira:

Os dados mais recentes sobre o número de famílias assentadas em terras desapropriadas para fins de reforma agrária confirmam uma notável mudança na política agrária do governo do PT depois da posse de Dilma Rousseff na Presidência da República. Resistindo às ameaças e às pressões do Movimento dos Sem-Terra (MST) e de áreas do partido ligadas historicamente à reforma agrária, o atual governo vem reduzindo drasticamente o número de famílias assentadas. Neste ano, até o dia 16 de novembro, de acordo com registros do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, 10.815 famílias tinham sido assentadas, como mostrou reportagem de Roldão Arruda no Estado (19/11). Esse número indica que o total deste ano deverá ser menor do que o de 2011, de 20,8 mil assentamentos, que, até agora, era o menor desde 1995.”

Os vergonhosos números da reforma agrária, que evidenciam que o PT governa para o latifúndio, não seriam motivos justos para uma campanha nacional em defesa da reforma agrária e de denuncia do governo Dilma? Não para a Consulta. A defesa dos “mensaleiros” também se sobrepõe a luta pelo acesso a terra aos camponeses pobres e trabalhadores rurais.

Como vimos, a “Consulta Popular” comete inúmeros equívocos. Além de fazer o malabarismo político-ideológico de transformar o PT, partido número um da ordem, em um partido de esquerda e vítima da direita, levanta a defesa dos petistas se omitindo dos principais combates democráticos da atual conjuntura. Secundariza a luta pela reforma agrária e pelos direitos humanos em São Paulo e coloca a defesa dos mensaleiros em detrimento das primeiras.


Como marxistas revolucionários, ou seja, trotskistas, não temos nenhum interesse que a situação nacional gire à direita. Não queremos o fortalecimento da oposição de Direita e de seus jornais conservadores. Entretanto, não temos nenhuma ilusão de que isso signifique um apoio ao PT. Como demonstramos antes, a problemática da corrupção está intrinsecamente ligada ao regime burguês e ao sistema capitalista. O PT, assim como PSDB, são os principais agentes mantenedores dessa ordem. É preciso questionar o regime de conjunto e não atuar com uma das alas da burguesia, sob o pretexto de um suposto “mal menor”, para combater a fração mais conservadora do bloco burguês. A construção de uma alternativa independente das frações burguesas, um polo classista, combativo e antiburocrático, é condição sine qua non para o fortalecimento das organizações operárias e populares e ao combate às entidades patronais e da direita. Ao que parece a Consulta Popular abriu mão de uma política independente. Numa próxima oportunidade mostraremos como esses problemas estão diretamente relacionados com a estratégia escolhida pela Consulta Popular.

http://adeusaocapital.blogspot.com.br/2012/12/o-julgamento-do-mensalao-e-organizacao.html

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Departamento de Relações Internacionais - UNESP FRANCA - MOÇÃO DE APOIO AOS ESTUDANTES SINDICADOS

Os professores do Departamento de Relações Internacionais no dia 27 de novembro de 2012 tendo em vista o processo de sindicância n°1392/2012 vem considerar o que segue.

Manifestar o seu apoio as demandas estudantis referente a sindicância acima tendo em vista que é da natureza e do espirito da atividade acadêmica intelectual tanto a manifestação crítica à luz do conhecimento quanto as manifestações de natureza pratica e politica as quais corroboram e dão significado social efetivo a um conjunto de ideias formulados nesse nosso ambiente. Logo, qualquer tentativa de criminalização ou restrição atenta contra esse fundamento único da nossa atividade profissional intelectual.

Ressaltamos também que não é compatível com a natureza dessa atividade qualquer tipo de ação e de pensamento que neguem seus pressupostos quais sejam aquelas atitudes que incitem comportamentos homofóbicos, machistas, racistas, odiosos, etc. Em especial consideramos que o uso dos recursos públicos dos quais dispomos devem ser cuidadosamente voltados para a busca da melhor pesquisa, do melhor ensino, dos melhores valores, dos quais em síntese indicam a necessidade e o rigor dados ao nosso processo educativo formacional interno. Estranhamos portanto e repudiamos qualquer tipo de politica administrativa ou de gestão as quais não prevejam em seus atos esse elementos mais básicos como assistimos na instituição do referido processo.

DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
UNESP - FRANCA

NOTA DE REPÚDIO DO MOVIMENTO PARATODOS ÀS SINDICÂNCIAS ABERTAS NA UNESP FRANCA

Quando os reitores e governantes brasileiros reiteram suas falas para legitimar ofensivas aos estudantes organizados sempre lembram que nós alunos precisamos de uma “aula de democracia”. 

Dizem isso por vários motivos e para causar outras várias consequências:
1. Querem estabelecer aqui uma relação professoral, não só dentro da sala de aula mas também na perspectiva da mobilização social. As direções querem ensinar para os estudantes como se mobiliza e como se age (ou não se age) no movimento social estabelecendo um patamar de distanciamento. 

2. Querem deslegitimar a auto-organização dos estudantes mostrando-os incapazes e sobretudo imaturos não só para gerir suas graduações mas para gerir seus ímpetos de mudança social.

3. Querem deixar claro qual perfil de discente a Universidade (retrógrada) brasileira tem predileção: o aluno baseado em metas de super produção acadêmica, alheias a qualquer fim social do conhecimento e interface com os movimentos populares.

4. Querem apagar a história do movimento estudantil ao deixar claro que os alunos não são só incapazes para serem sujeitos do seu futuro, mas também, “indignos” de seu passado de mobilização justa. 

5. Querem por fim, governar sozinhos. Isto é, alijar os estudantes dos processos de decisão internos da Universidade e consolidar o modelo uníssono de governança do ensino superior: o modelo em que a Direção manda, o Estudante obedece. O modelo da heterogestão baseada em estatutos arcaicos e ultrapassados, muitas vezes criados em governos de exceção.

Diante disso, a Direção da UNESP FRANCA foi modelo de retrocesso e arbitrariedade por parte das coordenadorias do ensino superior brasileiro ao abrir SINDICÂNCIA contra trinta e um (31) alunos da FCHS no caso envolvendo a vinda de “Dom” Bertrand para a Universidade no segundo semestre. 

Os alunos podem e devem balizar quais são os nomes cabíveis dentro do espaço universitário baseado não em posturas ideológicas, mas na função social da universidade de dar respaldo à democracia e aos direitos fundamentais. Por conta disso, é sim INADMISSÍVEL a presença de qualquer palestrante que possua discurso de ódio, como é o caso do “príncipe”.

Daí temos um mote de atuação que pode ou não ter sido acertado e correto, este mote no entanto deve ser avaliado pelos próprios estudantes e pelo movimento estudantil tendo em vista que não houve qualquer violação de patrimônio da Universidade nem de nenhum indivíduo. 

Não cabe à direção postura paternal e autoritária de dar “puxão de orelha” abrindo sindicância pois:
1. Quem deve avaliar se houve erros no processo é próprio movimento estudantil.

2. A direção não tem qualquer segurança para distinguir quem participou ou não da implosão do evento.

3. A direção é a ÚNICA RESPONSÁVEL pelo “constrangimento” ao autorizar a vinda de uma pessoa tão contrastante com o espaço universitário.

4. Depois de avaliada a implosão do evento, é o movimento estudantil quem deve decidir os movimentos seguintes.

5. Não é função da Direção jogar os estudantes uns contra os outros desmobilizando o processo de organização dos discentes.

6. A Direção não deve realizar seu projeto social de Universidade através da reiteração de estatutos e regulamentos arcaicos e autoritários baseados em uma situação de perene vigilância e guerra interna.

Portanto, dessa vez, por irônico que seja, não foi o movimento estudantil quem rompeu com a direção mas a direção quem rompeu com a autonomia e organização dos estudantes, desafiando nossa capacidade de articulação e crítica. 

Por tais motivos, o MOVIMENTO PARATODOS refuta e repudia as sindicâncias abertas e presta solidariedade aos estudantes sindicados se somando às suas lutas honrosas e históricas.

Vitor Quarenta – Coordenador Estadual do Movimento ParaTodos (http://www.facebook.com/PARATODOSBRASIL?fref=ts)

MOÇÃO DE APOIO AOS DISCENTES SINDICADOS NO PROCESSO 1392/2012

Os membros dos grupos de estudo, de pesquisa e de extensão, abaixo relacionados, manifestam apoio aos discentes sindicados por meio do processo 1392/2012, que visa “apurar responsabilidades decorrentes de comportamentos supostamente irregulares dos estudantes”, durante a visita do Sr. Bertrand de Orleans e Bragança, em evento organizad
o pelo Curso de Introdução à Vida Intelectual (CIVI). Salientamos que a manifestação foi realizada dentro dos parâmetros da convivência democrática e de direito à divergência e à defesa dos direitos civis, políticos e sociais (inerentes aos nobres princípios Republicanos). 
Franca, 27 de novembro de 2012. 

Grupo de Estudos e Pesquisas Teoria Social de Marx e Serviço Social
Grupo Margarida Alves
Núcleo Agrário Terra e Raiz (NATRA)
Grupo De Estudo e Pesquisas Mundo do Trabalho Serviço Social e Saúde do Trabalhador (GEMTSS).
Centro de Planejamentos e Extensão Universitária em Serviço Social (CPEUSS)
Grupo de Estudos e Pesquisa em Política Social (GEPSS)
Grupo de Alfabetização Paulo Freire (GAPAF)
Grupos de Extensão Peti-Conpeti

Moção de Apoio aos Alunos Sindicados - PETSS

O grupo PETSS (Programa de Educação Tutorial) de Serviço Social manifesta, por meio dessa moção, seu repúdio a sindicância (processo 1392/2012) envolvendo os trinta e um estudantes da presente universidade.

Discordamos da arbitrariedade desse processo, assim como do discurso opressor e racista de D. Bertrand que defende claramente a criminalização de movimentos sociais, sobretudo no campo, o uso da violência entre outros posicionamentos que vão contra tudo aquilo que a universidade pública deve cultivar. 

Enfatizamos que esse processo de sindicância possui caráter punitivo ao movimento estudantil, que promove a perseguição política e objetiva a repressão àqueles que se manifestam contra as formas de opressão seja de classe, de gênero ou de etnia, portanto defendemos e lutamos pela retirada dessa ação ilógica, inIbidora e de cunho hierárquico.

Perante isso colocamo-nos de acordo com os princípios do Código de Ética que norteia a nossa formação profissional o qual firma-se na “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo”, o PETSS se posiciona impreterivelmente contra qualquer tipo de punição a qualquer estudante e a favor do livre direito de manifestação na Universidade, desde que a mesma não fira os Direitos Humanos. 
Enquanto apenas os dominadores tiverem voz, a repressão nunca terá fim.

PETSS – Programa de Educação Tutorial de Serviço Social

NATRA - MOÇÃO DE APOIO AOS SINDICADOS

O grupo Núcleo Agrário Terra e Raiz (NATRA) manifesta seu repúdio a sindicância (processo 1392/2012) envolvendo os trinta e um estudantes da presente universidade.
No dia 28 de agosto de 2012, ocorreu a inviabilização da palestra de Dom Bertrand e José Carlos Sepúlveda, este último ligado a direção da TFP (Tradição, família e propriedade), organização que coordenou a primeira marcha da tradição, família e propriedade que abriu espaço para a ditadura no Brasil em 1964. Os dois palestrantes foram convidados pelo grupo Civi (Curso de Iniciação a Vida Intelectual) para tratar da importância da monarquia brasileira.
O referido palestrante integra o movimento pela “Paz no Campo”, que pretende a criminalização, repressão e incita o ódio a povos e movimentos sociais, principalmente aqueles que sobrevivem da terra e/ou mantém relações histórico-culturais com esta, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, os povos indígenas e as comunidades quilombolas. Neste sentido, mais que opinar de acordo com uma posição política conservadora, Bertrand reproduz um discurso de ódio e atentado aos direitos humanos.
Bertrand também faz parte da União Democrática Ruralista (UDR), uma associação de fazendeiros ativistas que contribuíram historicamente com a repressão e violência ao povo do campo e militantes que lutam pela reforma agrária.
Em virtude do que ambos os palestrantes representam, estudantes da UNESP Franca se manifestaram contrários à utilização do espaço público para a vinda destes. Independente dos rumos que o ato tomou e que o movimento estudantil havia planejado em conjunto, consideramos que qualquer forma de repressão aos estudantes envolvidos é incabível e ilegítima.
Acreditamos ainda que a abertura de um processo administrativo que puna a organização do movimento estudantil promove um ambiente de perseguição política que atinge todo o corpo discente que se manifeste contra qualquer tipo de opressão, seja ela de classe, gênero ou etnia. Acreditamos que esse processo de sindicância que esta sendo realizado na UNESP-Franca retrata uma conjuntura de criminalização dos movimentos sociais e estudantis. Frente a isso, o NATRA se posiciona veementemente contra qualquer tipo de punição a qualquer estudante e a favor do livre direito de manifestação na Universidade, desde que a mesma não fira os Direitos Humanos. 

Núcleo Agrário Terra e Raiz (NATRA)

Moção de repúdio às sindicâncias e de apoio aos sindicados da UNESP Franca

Tem se tornado comum na universidade pública brasileira a perseguição e a punição, por parte de direções e reitorias, aos estudantes que participam das manifestações do movimento estudantil. Tais processos punitivos - na sua maioria totalmente antidemocráticos e unilaterais - têm como função desmontar e reprimir o movimento estudantil.
Na UNESP Franca, não foi diferente. Trinta e um (31) estudantes estão sendo sindicados por conta de um ato contra a presença do “ príncipe” Don Bertrand e do jornalista Luis Carlos Sepúlveda, ligados à TFP (Tradição, Família e Propriedade; entidade intimamente ligada à ditadura militar brasileira (1964-1985) e à UDR (União Democrática Ruralista, entidade responsável, dentre outras coisas, pelos massacres no campo) na instituição. A presença de tais pessoas e instituições na universidade fere totalmente o caráter livre e democrático desta e, portanto, aqueles que lutam contra a presença destes na Universidade não podem, de maneira, algum, serem punidos.
Por isso, manifestamos por meio dessa moção nossa solidariedade aos sindicados e nosso repúdio à direção da UNESP Franca (cujo diretor estava diretamente ligado ao evento que trouxe Bertrand e Sepúlveda à universidade). Colocamos-nos contra a criminalização do movimento estudantil e de todos os movimentos sociais.
Que se retirem imediatamente os processos aos estudantes!

Assinam esta moção:


Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp
Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Calçado de Franca (Sindicato dos Sapateiros da Padre Anchieta) 
Diretório Central dos Estudantes da Unicamp
Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito de Franca
Diretório Acadêmico da Unesp de São José do Rio Preto 
Diretório Acadêmico de Economia da UNESP de Araraquara 
Diretório Acadêmico da UNESP Franca
Centro Acadêmico de História da UNESP Assis 
Coletivo Domínio Público de Movimento Estudantil 
Coletivo Barricadas - construindo o Rompendo Amarras

ENESSO REGIÃO VII - MOÇÃO DE APOIO AO ESTUDANTES SINDICADOS

Nós estudantes de serviço social da ENESSO Região VII vemos por meio desta manifestar o nosso apoio ao trinta e um sindicados do movimento estudantil da UNESP Franca, que estão sofrendo repudio por se levantarem contra o latifúndio, o racismo, a opressão que no momento se deu na presença de Dom Bertrand em um evento realizado na Universidade, que deve ser pública, laica e de qualidade.

Acreditamos e lutamos por uma universidade para todos, livre de qualquer tipo de opressão e preconceito, defendemos também a liberdade de expressão desde que essa não fira os direitos humanos, e não é o que vemos no discurso desse senhor, representante da monarquia e com discursos opressivos e racistas incabíveis ao ideal de universidade que construímos.

Considerando nossa luta ao lado da classe trabalhadora, é incabível tal processo arbitrário e punitivo a estudantes que buscam construir não apenas uma universidade diferente mas que luta contra esse sistema que não nos permite ser livres, sustentado por um poder hierárquico, racista,machista e homofóbico, que mata e não pune os verdadeiros criminosos.

Perante isso nos levantamos contra a repressão aos estudantes que são mais de trinta e um, são mais que apenas o movimento estudantil da UNESP, são estudantes nacionais que se levantam contra esse método punitivo, repressor, e ilógico tomado pela direção dessa universidade, sendo assim nos colocamos ao lado desses estudantes contra qualquer repressão administrativa e/ou política, pois o direito de luta não pode ser negado.

“Se o presente é de luta o futuro nos pertence”. (Che Guevara)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

MORADIA ESTUDANTIL DA UNESP FRANCA - MOÇÃO DE REPÚDIO A SINDICÂNCIA.

A Moradia Estudantil da Unesp de Franca em assembleia extraordinária realizada no dia 26 de novembro de 2012 delibera sua posição de repúdio ao processo de sindicância aberto aos trinta e um estudantes da presente universidade. 

Aos 28 de Agosto de 2012 ocorreu a implosão do “evento do Príncipe”, sendo ele Dom Bertrand. O palestrante, Dom Bertrand, membro simbólico da família real brasileira e José Carlos Sepúlveda, coordenador da primeira marcha da Tradição, Família e Propriedade, esta que culminou na Ditadura Militar Brasileira de 1964, foram convidados pelo grupo CIVI( Curso De Iniciação a Vida Intelectual) a exporem a “importância da monarquia no Brasil”. Os palestrantes concebem a reforma agrária e os movimentos sociais como retrógrados ao sucesso do Brasil, sendo que expõem um discurso que vão contra a dignidade humana, pois os dois palestrantes reproduzem e reafirmam o preconceito e ódio para os homossexuais, negros, indígenas, comunidades quilombolas, mulheres, e crianças (ao afirmar nesse último caso em especifico a necessidade da violência como forma de educar). Eles estão vinculados a União Democrática Ruralista (UDR), uma associação de fazendeiros e ativistas fomentadores de milícias responsáveis pelo assassinato de trabalhadores rurais e militantes da luta pela reforma agrária. 

Entendemos a universidade pública como um espaço de debate e pluralidade de ideias, porém quando se apresentam discursos odiosos e extremados que ferem os direitos humanos, nos vemos no direito de nos manifestar contra. Diante disso questionamos a sindicância, além da mesma ter um caráter duvidoso. Em uma manifestação sem liderança, com participação de cerca de 200 pessoas, tendo apenas 31 sindicadas. Sendo que alguns alunos sindicados nem se quer participaram do ato protesto.
Parece-nos que essa sindicância possui um caráter seletivo, onde alunos muito específicos são indiciados, enquanto que tantos outros que lá estavam não foram sequer lembrados. Esse ato se apresenta como um ato repressor e punitivo. Repressor no sentido de que não tolerará atitudes que contrariem as ideias e vontades da direção. Punitivo no sentido de “ensinamento”, de que não devemos fazer mais nada contrário a direção, porque esse será a atitude a se esperar. Em uma universidade onde a liberdade estudantil e a integridade humana não são respeitadas deve-se no mínimo desconsiderar a palavra universidade e sim pensar em uma prisão, onde apenas obedecemos às ordens independentemente de como elas nos afetam.

Entendemos que se deve ter responsabilidade ao trazer um palestrante. Não devemos nos restringir ao tema abordado, mas ficarmos atentos também ao seu passado e tudo que este já realizara fora da universidade ou local de palestra. Assim cobramos o grupo idealizador do evento mais responsabilidade. 
Ao lado dos movimentos sociais, da justiça social, da igualdade e buscando sempre pela democracia, nos posicionamos veementemente contra a abertura de sindicância. 

"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem". (Rosa Luxemburgo)
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Moção de apoio da recém-eleita gestão Caxangá do CAELL - USP

A gestão eleita do Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários "Oswald de Andrade", da USP, se posiciona favorável aos manifestantes que, no dia 28 de Agosto de 2012, protestaram contra a presença de Dom Bertrand e Luis Carlos Sepúlveda, ligados à UDR e à TFP.

Mais uma vez, a política do Governo Estadual se faz presente na pronta repressão a movimentos sociais reivindicatórios. As 31 sindicâncias abertas no processo 1392/2012 se apresentam como reproduções da lógica na qual o cidadão tem por direito a obediência cega. Uma lógica que ignora todas as conquistas da sociedade que se deram mediante a lutas contra o sistema que se impunha, e das quais muitos de nossos atuais detentores da produção ideológica fizeram parte. Entendem, seguramente (acreditando em sua honestidade e boa intenção), a democracia como processo estanque, no qual seu ápice já foi atingido e nada mais cabe reivindicar.

Para legitimar a repressão, apegam-se ao discurso da legalidade, como se não fosse a própria lei, um reflexo da ideologia dominante, servindo a um determinado valor que, como qualquer outro, é passível de contestação. E se o Império da Lei não é garantido em si mesmo, sendo necessária sua constante legitimação através do movimento dialético gerado por suas contestações e transgressões dentro da sociedade, por que se exige tal prerrogativa à família imperial?

Tal fato se torna de absoluta ignomínia a qualquer um que defenda a democracia, se ponderado que o lado criminalizado são fiéis depositários de um legado de lutas em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, a saber, membros do movimento estudantil. Um legado que não apenas legitima, como exige que seja defendida a função social da universidade, contestando a difusão institucionalmente euforizada de ideias ligadas a discursos de ódio contra minorias e contra setores que lutam pela reforma agrária. Contestando representantes de entidades ligadas à ditadura civil-militar e à defesa da permissividade com relação à escravidão no meio agrário.

Aceitar estas punições é corroborar uma prática institucionalizada pelos governantes brasileiros, de criminalizar movimentos políticos, a fim de desestimulá-los. A gestão eleita para o ano letivo de 2013 no Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários "Oswald de Andrade" repudia a repressão ideológica camuflada no discurso da legalidade e manifesta todo o apoio aos 31 indiciados.

Nota de apoio do DCE-Livre da USP aos estudantes processados da UNESP Franca

 Nós, do DCE-Livre da USP, declaramos nosso apoio aos estudantes processados da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Franca, em mais um caso de perseguição por parte da direção universitária ao livre debate de ideias e ao exercício da política no interior da universidade. Hoje, 4 de dezembro de 2012, ocorre um ato estadual na UNESP Franca, contra as sindicâncias que podem levar à expulsão dos estudantes.

 Assim como na USP, em que quase uma centena de estudantes são processados com base em um Regime Disciplinar escrito em 1972, durante o auge da ditadura militar, os estudantes da UNESP também estão sendo julgados por terem desrespeitado a “moral e os bons costumes” e por se manifestarem de forma “político-partidária na universidade”, conforme estabelecido em dispositivos jurídicos autoritários que ainda subsistem no Estatuto da UNESP. São 31 estudantes que podem ser expulsos da universidade por terem participado de uma manifestação de mais de 200 contra a presença do “príncipe” Dom Bertrand de Orleáns e Bragança, trazido à universidade para um debate que contava também com a presença do jornalista Luís Carlos Sepúlveda (membro do grupo Tradição Família e Propriedade – TFP) e que foi organizado pelo diretor da faculdade. Devemos nos questionar por que o “príncipe”, um membro da União Democrática Ruralista e notório crítico da reforma agrária e defensor da monarquia no Brasil, foi convidado para palestrar em uma universidade pública: a falta de democracia nas instituições de ensino superior, ao impedir que estudantes, professores, funcionários e o conjunto da sociedade pautem as prioridades da academia quanto aos debates necessários sobre os rumos do nosso país, ao mesmo tempo privilegia um determinado ponto de vista, o da direção da faculdade, sobre qual deve ser o papel das universidades no Brasil.

 A perseguição política aos estudantes só visa reafirmar a universidade enquanto uma instituição antidemocrática, cuja função social é determinada de acordo com os interesses dos dirigentes universitários e do governo estadual, negando a participação daqueles que a vivenciam cotidianamente ou da população que financia suas atividades. Nos colocamos contra a criminalização do movimento estudantil e de todos os movimentos sociais, exigindo a retirada imediata de todos os processos aos estudantes!

 DCE-Livre da USP – Alexandre Vannucchi Leme
Gestão “Não vou me adaptar!”

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Moção de apoio da recém-eleita gestão Caxangá do CAELL - USP

A gestão eleita do Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários "Oswald de Andrade", da USP, se posiciona favorável aos manifestantes que, no dia 28 de Agosto de 2012, protestaram contra a presença de Dom Bertrand e Luis Carlos Sepúlveda, ligados à UDR e à TFP.

Mais uma vez, a política do Governo Estadual se faz presente na pronta repressão a movimentos sociais reivindicatórios. As 31 si
ndicâncias abertas no processo 1392/2012 se apresentam como reproduções da lógica na qual o cidadão tem por direito a obediência cega. Uma lógica que ignora todas as conquistas da sociedade que se deram mediante a lutas contra o sistema que se impunha, e das quais muitos de nossos atuais detentores da produção ideológica fizeram parte. Entendem, seguramente (acreditando em sua honestidade e boa intenção), a democracia como processo estanque, no qual seu ápice já foi atingido e nada mais cabe reivindicar.

Para legitimar a repressão, apegam-se ao discurso da legalidade, como se não fosse a própria lei, um reflexo da ideologia dominante, servindo a um determinado valor que, como qualquer outro, é passível de contestação. E se o Império da Lei não é garantido em si mesmo, sendo necessária sua constante legitimação através do movimento dialético gerado por suas contestações e transgressões dentro da sociedade, por que se exige tal prerrogativa à família imperial?

Tal fato se torna de absoluta ignomínia a qualquer um que defenda a democracia, se ponderado que o lado criminalizado são fiéis depositários de um legado de lutas em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, a saber, membros do movimento estudantil. Um legado que não apenas legitima, como exige que seja defendida a função social da universidade, contestando a difusão institucionalmente euforizada de ideias ligadas a discursos de ódio contra minorias e contra setores que lutam pela reforma agrária. Contestando representantes de entidades ligadas à ditadura civil-militar e à defesa da permissividade com relação à escravidão no meio agrário.

Aceitar estas punições é corroborar uma prática institucionalizada pelos governantes brasileiros, de criminalizar movimentos políticos, a fim de desestimulá-los. A gestão eleita para o ano letivo de 2013 no Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários "Oswald de Andrade" repudia a repressão ideológica camuflada no discurso da legalidade e manifesta todo o apoio aos 31 indiciados.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

NOTA DE REPÚDIO À ABERTURA DE SINDICÂNCIA CONTRA ESTUDANTES DA UNESP-FRANCA


Vimos através deste documento explicitar nosso repúdio a um ato autoritário da direção da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP-Franca. Trata-se da abertura de sindicância contra 31 estudantes que participaram de uma manifestação estudantil, a qual questionou a vinda de Dom Bertrand de Orleans Bragança, cuja presença em qualquer Universidade representa um retrocesso acadêmico-intelectual e, portanto, uma violação ao patrimônio científico e cultural que o meio universitário vem seriamente acumulando.

A UNESP tem como um de seus princípios estruturantes, segundo consta no artigo 2º, inciso IV de seu Estatuto, o desenvolvimento crítico e reflexivo, com o objetivo permanente de criação e de transmissão do saber e da cultura. No entanto, este pilar estruturante encontra-se desgastado. Afinal, a vinda do palestrante citado acima não privilegia nem estimula a atividade intelectual e a reflexão continuada sobre a sociedade brasileira, pois representa a não defesa da cidadania, dos direitos humanos e da justiça social. Contrariando até mesmo nossas próprias bases constitucionais, as quais se fundamentam, sobretudo, na cidadania e na promoção do bem da população, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor e idade, fundamentos estes que são claramente atacados no discurso do palestrante, o qual legitima práticas de violação aos direitos humanos e incentiva a manutenção das injustiças sociais.

E foi por questionar essa imensa contradição que os 31 estudantes, sobretudo discentes dos cursos de História e Serviço Social e membros de grupos de defesa dos direitos humanos, serão punidos. Por fazerem jus aos princípios estruturantes da Universidade Pública e manifestarem-se publicamente em defesa de nossas bases constitucionais, é que receberão penalidades, ou seja, trata-se nitidamente de uma medida paradoxal e extremamente autoritária, que coaduna com o desgaste dos pilares fundantes da Universidade, revelando também o controle e a repressão intensificada que vem sofrendo o corpo discente nos últimos anos.

Ademais, é preciso refletir que aqueles que convidaram o ilustre palestrante são os que, de fato, deveriam ser advertidos pela Universidade para que não atentem contra o seu patrimônio científico e cultural, suas diretrizes mandamentais e as próprias bases constitucionais do país.

Todavia, os estudantes sindicados estão sendo acusados sob fundamentações originárias do Regimento Geral da UNESP, as quais não mais estão sintonizadas com a nossa Constituição Federal, haja vista a presença de ranços autoritários da ditadura civil-militar brasileira em suas disposições. Como se não bastasse, o procedimento utilizado para a materialização da sindicância, previsto na Lei Estadual n° 10.261/68, é extremamente inquisitório e guarda os mesmos ranços autoritários mencionados anteriormente. Não há, por conseguinte, razoabilidade e proporcionalidade nas acusações e no próprio procedimento, além de não ser possível individualizar condutas de cada indiciado, pois houve uma manifestação estudantil massificada com a presença de aproximadamente 300 estudantes.

Com isso, pedimos apoio para o repúdio a essa medida absurda e autoritária da direção da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP de Franca, reiterando a necessidade de continuarmos denunciando a sistemática violação de direitos humanos, buscando, para tanto, a imediata revogação do ato administrativo que ensejou a instauração da sindicância, como demonstração e sinal de que há respeito pelos valores que norteiam a Universidade Pública e a ordem jurídica democrática brasileira.

NEDA – Núcleo de Estudos de Direito Alternativo

domingo, 2 de dezembro de 2012

Na Fafich/UFMG: Estudantes e militantes de direitos humanos presentes em teleconferência direto do Estado Espanhol!

No último dia 22 de novembro, por iniciativa da Juventude às Ruas, foi realizada uma importante teleconferência com debate internacionalista com ativistas do Estado Espanhol na sala 2072 da FAFICH-UFMG, onde estiveram presentes estudantes de diversos cursos da unidade e também de fora universidade. O debate contou com cerca de 30 pessoas, o que é um importante número visto ser este um debate ainda alheio da atividade militante do movimento estudantil tradicional, mesmo que em plenas eleições estudantis.

Ampliar a discussão em torno da crise da Europa, tirar lições e de dar solidariedade internacionalista ativa à luta da juventude e dos trabalhadores, que vêm se enfrentando com duros planos de ajustes e ataques a direitos históricos é necessário para qualquer agrupação revolucionária da juventude, dentro ou fora da universidade.

Com Salvador e Leire, do outro lado do atlântico, militantes do grupo Clase Contra Clase e da agrupação revolucionária No Pasarán pudemos discutir essa luta que encontrou um ponto de inflexão no 14N (greve geral do dia 14 de novembro, convocada pelas principais centrais sindicais espanholas), e mostrou, mesmo sem uma coordenação ativa, tendências à unificação internacional das lutas entre os diversos trabalhadores da Europa como método para responder solidamente aos ataques de Merkel.

Para nós, da Juventude às Ruas, foi uma grande oportunidade para discutirmos como é necessário nos prepararmos desde já para enfrentar também no Brasil os impactos desta crise estrutural do capitalismo. A apropriação de algumas lições fundamentais em que vem avançando o movimento de juventude e de trabalhadores na Europa é fundamental para, não se deixando levar pela situação subjetiva de passividade e o clima reformista advindos dos anos de governos Lula e Dilma, nos prepararmos antecipadamente para os duros embates e desafios históricos que a crise capitalista traz para toda a classe trabalhadora e para a juventude à nível mundial.

Crise Política e Social no Estado Espanhol

A teleconferência iniciou com Salvador fazendo uma exposição de algumas características da situação objetiva no Estado Espanhol (EE), principalmente a partir do 14N, e que respostas tem dado o movimento de massas, desde 2011.

Assembléias de bairros, coordenações de luta por setor do funcionalismo público, entre outros organismos de luta ou organização de trabalhadores têm surgido como instrumentos fundamentais para levar adiante a luta contra os ajustes. Apesar dos duros ataques e da disposição de luta dos trabalhadores em geral, a burocracia sindical, com seu peso histórico de direção nas principais centrais sindicais do EE (CCOO e UGT), tem cumprido um papel de contenção dessas lutas, impedindo que a classe operária possa dar uma resposta contundente aos ataques, utilizando de seus métodos históricos de organização e luta e impondo um programa classista independente dos governos para dar saída à crise.

Greve geral de 14N: classe trabalhadora em cena!

Porém, no dia 14 de novembro esse muro de contenção mostrou suas primeirasa rachaduras, pois se mostrou toda a potencialidade de luta que a classe operária tem se confia nos seus próprios métodos de luta e mobilização para enfrentar os ataques do governo (greve geral, piquetes, assembléias, etc). Esta mobilização esteve, diferente do que ocorreu no 15M, em 2011, pautada bastante pela centralidade da classe trabalhadora como sujeito social que pode enfrentar o governo e as patronais. Enquanto o 15M se pautava pela discussão de movimento cidadão, onde a classe operária, longe de ser o principal sujeito da mobilização, era apenas mais um dos sujeitos sociais presentes (entre indignados, desempregados, estudantes e jovens trabalhadores), sem a devida centralidade, nesta jornada de luta ficou em primeiro plano o papel superior que esta classe pode cumprir, hegemonizando as demandas de todos os setores que sofrem ataques, sejam desempregados, aposentados, trabalhadores precários ou jovens (que como ressaltou Salvador, muitos compõe a dita geração Ni-Ni, ou seja, não tem acesso “nem ao emprego, nem ao estudo”).

Nas jornadas do 14N, Salvador apresentou para nós, tão distantes geograficamente do processo que ocorre no EE, como os diversos setores da classe trabalhadora tem se articulado para enfrentar os planos de ajuste do governo e da troika. Apresentou-nos como os diversos setores do funcionalismo público, tem organizado suas fileiras e sido os primeiros a responderem mais massivamente aos ataques. Por outro lado, ressaltou a crescente participação da classe operária concentrada nos grandes complexos industriais nas mobilizações, o que traz um peso objetivo maior para a mobilização, já que estes setores são responsáveis pelo cerne da produção capitalista no EE, e em todo o mundo.
Mineiros em luta: a potencialidade da aliança revolucionária entre a juventude e a classe trabalhadora mais uma vez pôde ser sentida nas ruas de Madrid!

Do ponto de vista da situação subjetiva, Salvador ressaltou o grande ponto de inflexão a luta dos mineiros do carvão, iniciada em junho deste ano e interrompida por manobras da burocracia sindical, que levantou a greve indefinida confiando em um acordo com o governo que adiou o fechamento das minas pra 2014. Esta luta, por ser protagonizada diretamente por um setor da classe operária do EE espanhol que tem uma enorme tradição de intervenção política, sendo os que estiveram na linha de frente no combate contra as tropas fascistas em 1936, durante a guerra civil espanhola, e na década de 1970 também sendo protagonistas na luta contra a ditadura franquista, teve uma importância simbólica muito grande para a subjetividade da juventude e dos desempregados e trabalhadores precários das cidades. No dia 08 de julho, ao chegarem em Madrid na chamada Marcha Negra, os mais de 200 mineiros de diversas comarcas foram recebidos por dezenas de milhares de pessoas, cantando palavras de ordem como “Madrid Obrero apoya los mineros!” e “No hay solucíon sin revolucíon!”. A potencialidade da aliança revolucionária entre a juventude e a classe trabalhadora mais uma vez pôde ser sentida, ainda que de maneira incipiente, nas ruas de Madrid, como não se via a muito tempo.

Outro aspecto abordado por Salvador, e que para nós traz uma proximidade ainda maior com a situação política do EE, foi a permanência de instituições advindas do regime franquista no atual regime democrático. A subjugação das nações que estão contidas dentro do EE, como a Catalunha, a Galiza e o País Basco; a não-punição dos responsáveis (executores e mandantes) por torturas, mortes e desaparecimentos na ditadura franquista e também o regime universitário autoritário, além da manutenção do aparato policial repressivo, são heranças do regime militar franquista que podemos dizer que também estão presentes no estado brasileiro como heranças de uma ditadura militar.

A juventude nas universidades ao lado dos trabalhadores e contra a repressão estatal! Liberdade aos presos políticos!

Leire deu bastante ênfase na atuação do Clase contra Clase (CcC) e da Agrupação Revolucionária No Pasarán no decorrer do processo de luta.

Frente ao corporativismo que ainda é um obstáculo para unificar as fileiras da classe trabalhadora, o CcC tem exigido na luta a organização de encontros de trabalhadores dos diversos setores, onde se possa discutir um plano de luta unificado, não só nacionalmente, mas em toda a Europa mobilizada, para que se rompa o isolamento dos diversos setores em luta, e se unifiquem as fileiras da classe trabalhadora.

Leire mostrou como alternativas da juventude por fora de uma estratégia de unificação da classe operária que possa se aliar com os setores combativos da juventude cumprem um papel no mínimo desmobilizador. Um problema que existe hoje no Estado Espanhol é o desvio do movimento de massas para os bairros, isolando as diversas iniciativas em seus próprios bairros, sem uma coordenação mais ampla. Os setores que tomam à frente este tipo de política são principalmente os autonomistas, que ao invés de organizar a luta contra o estado e a repressão, defendem a construção de movimento alternativos, não para enfrentar o estado burguês, mas para sobreviver como inquilinos a este estado. A negação destes grupos em pautar a forte denúncia da repressão policial e uma campanha contra a repressão, leva na prática a muitas vezes jogarem a culpa na “violência” dos manifestantes (como se houvesse algo mais violento que as taxas de pobreza, endividamento e desempregado da população do EE) pelo avanço da repressão do estado.

Leire nos contou também como foi a formação de uma agrupação revolucionária nas universidades (Agrupação Revolucionária NO PASARÁN), que tinha por pontos básicos a luta anticapitalista, contra o imperialismo e que paute também a denúncia e luta contra as heranças do regime militar franquista no EE. Neste sentido essa agrupação deu importantes passos para consolidar uma aliança operária-estudantil que possa avançar nestas questões. Na Universidade de Barcelona, onde o nível de combatividade é maior, a organização impulsionou a solidariedade ativa aos trabalhadores em luta, organizando expedições à fábricas em greve, participando de assembléias de trabalhadores. Leire conta como para eles foi muito impactante quando os trabalhadores que eles tinham apoiado foram também à universidade participar das assembléias estudantis e discutir com os estudantes. Na greve geral do dia 29 de março, a agrupação também desenvolveu a solidariedade ativa, participando dos piquetes operários e das marchas. O grupo também impulsiona um curso de formação marxista e trotskista, para aprofundar a apropriação da síntese histórica da experiência da luta de classes que expressam os escritos de Trotsky, Marx e Lênin.

Intervenções dos estudantes e militantes presentes: um debate vivo e buscando lições da luta no EE

Depois da exposição de Salvador e Leire, o debate foi aberto para a intervenção dos participantes.

A primeira intervenção foi feita por Bizoca, militante do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG), que primeiro saudou a importância do trabalho dos militantes no EE e a iniciativa de socializar em Belo Horizonte este trabalho através do debate organizado pela Juventude às Ruas. Em seguida, fez referência aos processos de transição pactuada no Brasil e no Estado Espanhol para questionar os resquícios da ditadura franquista no EE e como a luta contra o franquismo está sendo incorporada na luta contra os ajustes. Bizoca também perguntou como se dá a militarização das cidades e das perseguições políticas.

Em seguida intervieram outros três estudantes, com diversas questões sobre a situação política no Estado Espanhol. O governo tem usado de medidas paliativas para conter a população e os protestos? Quais as possibilidades de uma resposta internacionalista para a crise? Há saídas à médio ou longo prazo para a crise? A saída da União Européia poderia constituir uma alternativa nesse sentido?

Como no Brasil, um regime herdeiro da ditadura militar!

Salvador retomou a fala dizendo que apesar de acontecerem homenagens aos militantes mortos e desaparecidos, atos públicos, não se pauta diretamente o juízo e punição dos responsáveis por torturas, mortes e desaparecimentos durante o regime militar. A recusa de punição dos responsáveis mostra o comprometimento do governo atual e do regime como um todo com instituições e agentes do regime militar.

Salvador então ressaltou o incremento substancial da repressão a partir do avanço do movimento de massas. Com cerca de 2000 presos políticos no EE, mais de 90% deles são militantes independentistas bascos. Nos preparativos do estado para enfrentar a greve geral do dia 29 de março, foram decretadas diversas prisões preventivas de 15 dias para militantes, estudantes e trabalhadores, ativistas do processo de organização da greve. Além das cargas policiais, com bombas de gás, balas de borracha e muita violência, durante as marchas e em repressão às mobilizações.

Frente a crise, os governos e a burguesia só podem responder com ataques aos trabalhadores e à juventude
Com relação às concessões, Salvador respondeu enfaticamente: não há! Segundo o militante, são ataques em todos os aspectos, que praticamente extinguem o colchão social existente no EE, levando a situação à uma conjuntura cada vez mais explosiva.

A necessidade da unificação da classe operária internacionalmente e a luta contra o imperialismo do próprio país

Sobre o internacionalismo, Salvador esclareceu que, mesmo que os ritmos sejam diferenciados nos diversos países da Europa, a argumentação que tenta colocar os trabalhadores de um país contra os do outro cai por terra quando vemos que uma vitória, por exemplo, dos trabalhadores do Brasil sobre uma multinacional espanhola na verdade significaria um espaço maior para fortalecer a luta dentro do EE. Nesse sentido é importante para eles também levantar a luta contra o imperialismo de seu próprio país.

Nos marcos do capitalismo, é impossível haver uma saída progressista para a crise!”

Para responder a pergunta sobre as saídas da crise, Salvador começou esclarecendo que, nos marcos do capitalismo, é impossível haver uma saída progressista para a crise. As posições reformistas, como do Syriza e da IU, que propõe uma “democratização” da União Européia, uma tentativa de tornar “mais social” o que na verdade é um acordo entre potências imperialistas (estamos falando da UE), são posições utópicas. A saída que propõe também os stalinistas, como por exemplo o KKE na Grécia, de uma saída da UE nos marcos do capitalismo, só pode significar ataques aos trabalhadores uma vez que, com a volta das antigas moedas, se abriria uma crise monetária como ocorrido na Argentina em 2001. Para Salvador, os trabalhadores devem lutar pela única saída possível, a derrubada do regime e da UE, abrindo caminho para uma verdadeira união dos povos na Europa, os Estados Unidos Socialistas da Europa, única saída progressista nos marcos desta crise.

Essa é uma mostra de como o movimento estudantil no Brasil não pode ser aquele que disputa DA's e DCE's por fora de se ligar à classe operária e às lutas internacionais.”

O debate foi encerrado com uma última pergunta de um estudante, que após ressaltar a importância que a greve geral, saudou também a atividade por trazer essas discussões à universidade. Ressaltou a importância de que essa é uma mostra de como o movimento estudantil no Brasil não pode ser aquele que disputa DA's e DCE's por fora de se liga à classe operária e às lutas internacionais. Continuou desenvolvendo como para responder a crise, somente a greve geral não basta e perguntou sobre novas atuações e organizações independentes da classe operária, e qual a saída que eles veem do ponto de vista estratégico da organização da classe.

Uma saída estratégica para a classe operária e a juventude fazer com que a burguesia pague pela crise!

Salvador respondeu como que frente à magnitude dos ataques e a situação objetiva, ainda estão muitos atrasados os aspectos subjetivos ligados à uma saída independente da classe trabalhadora para a crise. Conforme a situação se acirra no plano da luta de classes, novos fenômenos políticos emergem como alternativa para dar uma saída à crise. Pela esquerda e pela direita surgem novos fenômenos políticos que são baseados em alternativas nacionalistas utópicas para responder à crise, sejam estas reformistas ou de cunho fascista. Para Salvador, a classe operária tem que superar suas direções reformistas ou ligadas aos governos e dotar-se de um programa revolucionário e anticapitalista. Isso só pode ser feito através de um plano de luta que incentive a auto-organização desde as bases de trabalhadores capaz de buscar a aliança com estudantes e com todo o povo atingido pela crise. A tarefa do Clase contra Clase e da FT-CI como um todo é aportar para construir essa alternativa revolucionária no sentido da construção do partido mundial da revolução socialista, a Quarta Internacional, capaz de levar à cabo a tarefa da revolução socialista em todo o mundo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

SINTUSP - MOÇÃO DE REPUDIO CONTRA A DIRETORIA DA FHCS – UNESP/FRANCA


No último dia 26 de novembro a Direção da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – FHCS (Campus de Franca) decidiu instaurar processos de sindicância a fim de buscar punir 31 estudantes. Estes, em conjunto com mais centenas de estudantes, manifestaram-se contra a presença de Dom Bertrand de Orleans e Bragança e José Carlos Sepúlveda na mesma Universidade.

A manifestação estudantil tinha motivação clara, Bertrand e seus correligionários, representantes de 
setores entusiastas da Ditadura Militar no Brasil, reivindicam ainda a tradição da família real que governou o País, administrando os massacres contra africanos, o assassinato de dezenas de milhares em Palmares e Canudos, a população indígena, o seqüestro, escravização, assassinatos e torturas.

Ainda hoje o grupo de Bertrand articula o Paz no Campo (http://www.paznocampo.org.br), grupo que 
combate trabalhadores sem terra e os remanescentes de quilombos que lutam pela titulação de suas terras e reforma agrária. São vinculados ainda à União Democrática Ruralista - UDR e ao grupo Tradição, Família e Propriedade - TPF, grupos defensores dos latifundiários, empresários do agribusiness e das classes dominantes, fazendo coro à reacionária reivindicação de criminalização dos movimentos sociais.

O Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP que vem sendo duramente atacado pelo Reitor João 
Grandino Rodas e pelo governo do Estado, manifesta seu total repúdio a qualquer ação repressiva contra os estudantes que se manifestaram em defesa dos interesses da população pobre e dos trabalhadores.

Lembramos que a Reitoria da UNESP não age sozinha, pois se incorpora nos processos de repressão que vem sendo desencadeados nas universidade do país contra estudantes, funcionários, professores e demais setores que saem em luta por seus direitos.

Esta Reitoria, assim como as outras, se utiliza de estatutos e decretos que prezam pela manutenção da "moral e dos bons costumes" e mantém impunes os agressores de mulheres do chamado "Rodeio das Gordas", bem como os racistas de Araraquara que chamavam os negros a voltarem para a África. Bem se vê os "bons costumes".

Nesse sentido, chamamos todos os setores democráticos a saírem na defesa imediata dos 31 processados, impulsionando a mais ampla e democrática campanha contra a repressão em todas as 
universidades e fora dela.

Retirada imediata dos processos de sindicâncias contra os 31 estudantes da UNESP/Franca!

Basta de repressão dentro e fora da universidade!

Fim da perseguição política! 

São Paulo, 28 de novembro de 2012. 

Diretoria Colegiada Plena do Sindicato dos Trabalhadores da USP 


Nota de apoio do PCO - Trinta e um estudantes são ameaçados de expulsão por participar de protesto na Unesp - A sindicância aberta contra os estudantes os acusa de organizar um protesto em uma palestra na universidade da UDR e TFP

28 de novembro de 2012

Nessa segunda-feira, 26 de novembro, 31 estudantes da Unesp na unidade de Franca foram intimados a das explicações por ter participado de um protesto na universidade. É um verdadeiro abuso por parte da diretoria da unidade que decreta assim o fim da liberdade de expressão da comunidade universitária.
Os estudantes são acusados de impedirem a realização de uma palestra com um membro da União Democrática Ruralista e da Tradição, Família e Propriedade.
“No dia 28 de agosto de 2012, vieram a Franca a convite do CIVI (curso de introdução à vida intelectual), grupo conservador da Unesp que tem como sua principal referência Olavo de Carvalho e com o apoio da direção do campus, Dom Bertrand, herdeiro da família real brasileira, líder da UDR (União Democrática Ruralista), movimento que prega abertamente que os grandes latifundiários brasileiros organizem milícias para atacar os movimentos sociais e camponeses que lutam pela reforma Agrária, além de fazer uma defesa fervorosa contra as comunidades quilombolas no interior do País e o jornalista Sepúlveda, membro do grupo Tradição, Família e Propriedade (TFP), entidade homofóbica e machista, inimiga número um dos direitos humanos e defensora saudosa do regime militar.” (nota do Centro Acadêmico de Serviço Social “Rosa Luxemburgo”)
Cerca de 200 participaram do protesto para expulsar essas entidades da direita brasileiras mais asquerosas que assassina sem terras em todo o País, e age concretamente contra o povo. Não é uma questão de opiniões diferentes, mas de grupo políticos que agem por meio de projetos de lei ou de jagunços contra a população.
A política de direita do PSDB para as universidades publicas estaduais está cada vez mais escancarada.
Nos últimos dez anos a reitoria já expulsou setes desse mesmo campus, Franca, suspendeu mais um dezena e abriu sindicâncias para intimidar e calar o movimento estudantil.
Foram instaladas catracas e cancelas eletrônicas na entrada do prédio, laboratórios e biblioteca de diversos campi como maneira de vigilância e controle das vidas dos estudantes.
A Unesp está presente em 23 cidades dos Estado de São Paulo e a burocracia universitária iniciou a instalação das catracas nas unidades sem tradição no movimento estudantil e em 2011 a reitoria aprovou um plano de instalação do cartão em todas as unidades.
O movimento estudantil está no seu legítimo direito de se manifestar e a sua defesa deve ser intransigente.

‎"Nota da Chapa Cícera (Eleições DCE-USP 2013) - Todo apoio ao estudantes da UNESP-Franca contra as sindicâncias!

Todo apoio ao estudantes da UNESP-Franca contra as sindicâncias!

A diretoria da UNESP de Franca acaba de abrir sindicâncias contra 31 estudantes, preparando sua punição por um ato realizado pelo movimento estudantil da UNESP de Franca em agosto deste ano, contra a presença do monarca-ruralista Bertrand de Orleans e Bragança e do jornalista monarquista, representante da TFP, José Carlos Sepúlveda, da mesa de uma palestra organizada por um grupo coordenado pelo Diretor do Instituto, Fernando Fernandes, sobre o tema "A importância da Monarquia na construção do Brasil".

Essas figuras são representantes dos latifundiários que concentram terras no Brasil, expulsando camponeses e exterminando trabalhadores sem-terras, quilombolas e indígenas. Como a questão da terra no Brasil está intimamente ligada à questão negra, e a sua concentração foi a principal responsável pela segregação racial, essas figuras também representam o mais podre do discurso elitista e racista. A TFP (Tradição, Família e Propriedade), a qual ambos são ligados, foi cúmplice da ditadura militar brasileira e tem em seu passado a tortura e a morte de milhares de trabalhadores e jovens que lutaram por liberdade. No seu presente, nada mudou, hoje se colocam abertamente contra os homossexuais, contra os direitos da mulher e pregam a violência doméstica.

É inadmissível que um ato que representa o eco do grito de resistência dos trabalhadores, dos camponeses, dos negros e indígenas assassinados nos campos sofra ameaça de punição. Sabemos que a Universidade Pública, hoje, é dirigida por iguais a Bertrand e Sepúlveda, tendo sua expressão máxima a Reitoria da USP dirigida por Grandino Rodas, figura exemplar da cumplicidade da Universidade com o regime ditatorial e com a ideologia reacionária e repressora. Nós da chapa Cícera, que lutamos pela retirada dos processos abertos por essa reitoria contra cerca de cem estudantes e trabalhadores - entre eles vários membros de nossa chapa -, e que levantamos em nossa campanha essa questão, ligada à luta contra a violência policial que se aprofunda em São Paulo - como ao lado da USP, na São Remo -, e à luta contra o projeto privatista de universidade do governo do PSDB, colocamos nosso total apoio aos estudantes da UNESP-Franca, e chamamos todos aqueles que defendem a liberdade democrática de expressão, tão elementar nas universidades, a se colocarem contra a ameaça de punição aos estudantes."

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

NÃO NOS CALAREMOS JAMAIS: Carta Aberta do Diretório Acadêmico contra a abertura de Sindicância aos Alunos da UNESP-Franca

A atual Gestão do Diretório Acadêmico XXI de setembro vem, por meio dessa nota, posicionar seu repúdio a abertura de um processo de Sindicância contra 31 discentes por parte da Direção da Unidade da UNESP-Franca. Esse processo será aberto devido aos acontecimentos do dia 28 de agosto de 2012, ao qual não foi possível a realização de uma palestra organizada pelo CIVI (Curso de Iniciação à Vida Intelectual) que contaria com a presença de Dom Bertrand de Orleans e Bragança (membro da União Democrática Ruralista) e José Carlos Sepúlveda (membro da Tradição, Família e Propriedade).

Temos plena convicção que, em primeiro lugar, a vinda de palestrantes dessa natureza é um ato que vai contra os princípios de Democracia e Pluralidade que devem reger uma Universidade, pois esses indivíduos chamados pelo CIVI – grupo ao qual é orientado pelo atual diretor da UNESP-Franca, Fernando de Andrade Fernandes – são expoentes de um discurso claramente racista e homofóbico. 

Qualquer sociedade que se julgue minimamente democrática não pode aceitar jamais a proliferação de um discurso de ódio contra um grupo social. No entanto, apologistas dessas figuras se apoiam num falso discurso de Liberdade de expressão, argumento que se mostra sem substância, uma vez que a expressão livre não pode, de maneira alguma, ferir a dignidade ou incitar o ódio sobre um indivíduo ou grupo social. Além do Racismo e Homofobia, o discurso desses dois palestrantes fazem a defesa do extermínio de membros do movimento sem-terra e quilombolas, defesa do trabalho escravo em propriedades rurais (D. Bertrand é um dos maiores opositores à PEC do Trabalho Escravo). Ademais, devemos lembrar que a TFP (organização ao qual Sepúlveda faz parte) deu bastante sustentação a implementação do Golpe Militar de 1964.

Portanto, esses palestrantes representam vários valores que vão contra os valores Democráticos e da Liberdade Individual. Por isso, nós da atual Gestão do Diretório Acadêmico XXI de Setembro, não relutamos em momento algum a participar na organização do ato “Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais”. Lembramos que a natureza desse era polarizar o debate contra o discurso de ódio proferido pelos palestrantes do evento do CIVI e colocarmos como as organizações que esses fazem parte (UDR e TFP), se organizam ativamente para criminalizar os Movimentos Sociais no Brasil afora. No entanto, a passagem dos palestrantes bem próximo ao local que ocorria o ato, acirrou ainda mais os nervos dos participantes desse, o que fez vários deles subirem, numa reação espontânea  ao Anfiteatro II (local ao qual ocorria a Palestra).

Entendemos que não há motivo algum para abrir sindicância contra os alunos que participaram do ato e a abertura dessa processo mostra, inclusive, como a direção da UNESP-Franca também Criminaliza um Movimento Social importante (o Movimento Estudantil). Apoiamos a luta de todos aqueles que não possuem seus direitos assegurados pela sociedade. Por isso apoiamos, e que vai contra os princípios Dom Bertrand de Orleans e Bragança e José Carlos Sepúlveda, as lutas do Movimento LGBT, Negro, Sem-terra, Quilombola, mais todos aqueles que querem fazer do Brasil um país mais justo e tolerante.
Ademais, só temos a lamentar que a Direção da UNESP-Franca acolheu palestrantes dessa natureza com todas as honrarias acadêmicas possíveis, fazendo questão de divulgar o evento até mesmo no site da Reitoria da UNESP.

Diretório Acadêmico XXI de Setembro
Gestão Rompendo Amarras

NOTA DE REPÚDIO DA UNE E UEE-SP ÀS SINDICÂNCIAS NA UNESP FRANCA


No dia 26/11/2012 foi anunciado pela Diretoria de Campus da UNESP Franca a abertura de sindicância frente a trinta e um alunos matriculados na FCHS - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. A sindicância diz respeito à “implosão” de um evento ocorrido no segundo semestre no qual o convidado, o auto proclamado príncipe e herdeiro da família real brasileira, Bertrand, fora expulso aos gritos pelos estudantes e impedido de realizar a palestra pela qual havia sido convidado por um grupo de extensão local. 

Para além da discussão de mérito do evento que havia sido previsto e da legitimidade ou não da presença de um palestrante que apresenta publicamente discurso de ódio, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UEE (União Estadual dos Estudantes - SP), entidades legítimas da organização dos estudantes posicionam-se contrariamente a qualquer tipo de retaliação legal/administrativa aos estudantes envolvidos no evento. E vários são os motivos.

Antes de tudo por não entender quais os critérios para a sindicância de um aluno ou outro, na medida em que o ocorrido caracterizou-se como sendo completamente espontâneo ainda que oriundo de um ato legítimo que fazia concorrência ao evento de Bertrand de forma pacífica. Sendo assim, não há qualquer critério e segurança, mesmo com a existência de vídeos e fotos, para que a direção da faculdade culpe uns sem deixar outros impunes e também culpe injustamente alguns que não participaram efetivamente da “implosão” tendo só acompanhado o ocorrido. 

Para além dessa discussão pontual, a pauta fundamental em jogo diz respeito à criminalização e punição rotineira do movimento estudantil. As Universidades brasileiras, ainda que após da redemocratização, têm utilizado diuturnamente dos mecanismos criados na ditadura militar para limitar o poder de atuação dos estudantes organizados deixando-os à deriva heterogestão por parte das direções. 

Nesse aspecto, a punição não é uma tentativa de corrigir os equívocos do movimento nem de melhorar as construções realizadas pelos estudantes, mas, sim uma empreitada para desmobilizar os discentes e jogá-los uns contra os outros. O equívocos do movimento estudantil, se é que houveram no caso (e isso deve ser julgado pelos próprios estudantes) devem ser corrigidos e lidados pelas próprias formas e métodos do movimento estudantil, com construção real, legitimidade e participação na base das discussões. Só cabe aos estudantes julgar falhas no processo o M.E. (movimento estudantil) pois a autonomia é que dá força à democracia e o que amadurece os coletivos. 

Portanto, a UNE e a UEE-SP se colocam a disposição dos alun@s sindicados e se solidarizam com as 
possíveis coerções por eles sofridas. Ainda mais, repudiamos a atitude tomada pela diretoria da UNESP Franca por entender que isso significa um trajeto na contramão do projeto da Universidade brasileira. Se um de nós for sindicado, todos lutaremos para reverter tal situação. Pela autonomia dos estudantes e contra as diversas formas de repressão ao Movimento Estudantil, colocamos nossos militantes e diretores à disposição da luta em Franca.

Vitor Quarenta – Diretor Executivo da UEE – SP e Aluno do Direito UNESP
Daniel Iliescu – Presidente da UNE
Alexandre Cherno – Presidente da UEE –SP

http://xa.yimg.com/kq/groups/13987316/228061283/name/UNE%20UEE%20sindic%80%A0%A2%C3%A2ncia.pdf

Posição do CA de História "Gabriel Roy" sobre as sindicâncias em Franca

O Centro Acadêmico de História "Gabriel Roy", Gestão "18 de Dezembro", vem por meio desta notificar o seu inteiro repúdio ao processo de Sindicância que foi aberto contra 31 alunos da unidade da Unesp Franca em decorrência do episódio "Bertrand" ocorrido em 28 de Agosto de 2012, onde aconteceria as palestras de Dom Bertrand de Orleans e Bragança e Carlos Sepúlveda, os quais são membros de organizações como a União Democrática Ruralista (UDR) e o grupo Tradição, Família e Propriedade (TFP). Em suma, estes palestrantes carregam em suas orações visíveis posições repressivas, anti-democráticas e preconceituosas na medida em que proferem discursos classificados como racistas, homofóbicas, machistas e autoritários. Para esta constatação basta procurar por seus blogs e vídeos, nos quais proferem suas ideologias repugnantes.

A acolhida destes palestrantes na Universidade, a convite do grupo CIVI (Curso de Introdução à Vida Intelectual), orientado pelo atual diretor da unidade, Fernando de Andrade Fernandes, evidenciou algumas contradições na política da Universidade Pública e o seu fim. Em virtude disso muitos alunos que estavam na faculdade no dia em questão, em um ato espontâneo e sem dirigentes, massificaram o auditório para validar suas manifestações contrárias ao evento. Estas tem nosso apoio e consideração por fazer jus ao papel de um Movimento Estudantil que luta por uma sociedade mais justa, igualitária e livre de preconceitos, elementos estes, que são essenciais em uma Universidade Pública.

Diante disso reiteramos nosso repúdio a esta sindicância obscura, que vem se caracterizando como uma verdadeira "Caça às Bruxas", e cobramos uma ação imediata dos professores, grupos de extensão, entidades, departamentos de cursos e demais órgãos colegiados, em defesa dos estudantes injustamente sindicados. Não podemos neste momento esquecer, do grupo idealizador deste evento que deve ter responsabilidades a serem cobradas, assim como os alunos que organizaram um abaixo-assinado pedindo punição aos manifestantes e ainda o próprio diretor da unidade que mostrou indiferença e insensatez ao permitir a acolhida dos palestrantes na unidade.

Nosso apoio aos alunos citados no processo, aos coletivos e movimentos sociais e o movimento estudantil de Franca, que erguem suas bandeiras em prol da verdadeira democracia.

"As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem." - Chico Buarque.

POSICIONAMENTO DO CADIR QUANTO ÀS SINDICÂNCIAS NA UNESP FRANCA

A "Gestão Poiésis" do Centro Acadêmico de Direito da UNESP-Franca "Prof. André Franco Montoro", vem por meio desta declaração, se posicionar publicamente contra o processo de sindicância que foi aberto contra alguns dos alunos envolvidos no contra-ato do evento que trouxe o Dom Bertrand ("caso do Príncipe"). Não entraremos no mérito do evento e das consequências, mas sim quanto às sindicâncias que correm a partir de hoje contra trinta e um alunos da nossa Universidade.

O primeiro ponto a ser levantado é a importância das mobilizações estudantis. E é por meio de manifestações e da articulação interna que os estudantes ganham força política em suas reivindicações. O contra-ato, foi positivo, no sentido de trazer uma discussão, dando os primeiros passos para o amadurecimento do movimento estudantil interno, que ainda possui uma longa jornada. O momento de crítica traz a possibilidade de se construir algo novo, outras linhas de organização. E estas são as circunstâncias que o ME (Movimento Estudantil) interno enfrenta: a oportunidade de construir conjuntamente as linhas de ação dos estudantes, representando de fato estes. O movimento é feito pelos estudantes, sendo reservado a estes, o direito e o dever de criticá-lo e reconstruí-lo.

A punição, não constrói, pelo contrário, destrói qualquer possibilidade de novas edificações. Ela desmobiliza os estudantes, causa medo e censura. A verdade é que a todo momento estamos a tentar compor novos espaços dentro da universidade, problematizando-os. De certo modo as críticas tecidas por parte dos componentes da própria Universidade (nós, estudantes que buscamos a concretização de um ideal de Universidade Pública) assusta os que temem a Democracia. 

A sindicância torna isso evidente, já que visa abafar, ou melhor, dizimar os processos de aprendizagem democrática e pretende punir sem medir as circunstancias reais e as consequências. 
Não houve qualquer depredação do patrimônio público da UNESP, além de que possíveis avaliações contrárias à implosão já foram dispostas nos espaços legítimos do movimento estudantil e vêm servido para o amadurecimento dos alunos e do próprio movimento. 

Não há certeza quanto a participação efetiva de certos alunos indiciados e também a confusão quanto a alunos que participaram e não são citados. Portanto não há segurança nenhuma, nem necessidade destes processos administrativos.

Sendo assim, conclamamos aos alunos a participar dos espaços que discutirão estas sindicâncias e pedimos sensibilidade por parte da Direção da Faculdade ao reconhecer que não cabe, tanto por questões principiológicas quanto específicas deste caso, nenhum tipo de punição ou qualquer processo de sindicância.