Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Um Chamado pela Libertação de Fábio Hideki e todos os presos por lutar, fim dos processos contra os lutadores, readmissão dos 40 metroviários demitidos.


Chamado a construir uma semana nacional de atos, ações e cortes de rua:


Pela Libertação de Fábio Hideki e todos os presos por lutar, fim dos processos contra os lutadores, readmissão dos 40 metroviários demitidos e nenhum corte de ponto a greve das universidades estaduais paulistas!

O Brasil não é mais o mesmo desde as enormes jornadas que varreram o país em junho de 2013. Em cada canto do país, há um ano, a juventude relembra e discute a grande vitória e repercussão das maiores mobilizações em décadas, que não apenas derrotaram, impondo a redução das tarifas do transporte, os governos estaduais e acuaram o governo federal, como trouxeram à tona, para massas de milhões de jovens, a ideia de que é possível vencer e é necessário lutar.

Tal onda não passaria sem influenciar profundamente a classe trabalhadora que, se em Junho de 2013 atuou de maneira diluída no processo de milhões, em maio e junho de 2014 trouxe aquilo que começamos a chamar de “meses operários” com diversas mobilizações e greves nas portas da Copa do mundo, lutando por melhoria de direitos, salários e condições e escancarando a precarização estrutural que segue no país da “Copa das copas”.

 O ponto mais agudo, um pouco antes disto, no carnaval, foi a enorme vitória e luta dos garis do RJ que, gritando alto “Não tem arrego”, derrotou exemplarmente os Governos e prefeitura do RJ, conquistaram quase todas suas demandas e impuseram a obtenção de um reajuste salarial de 37%, demonstrando que, com decisão, organização e firmeza, a classe operária pode obter enormes vitórias!

Este exemplo, seguindo o processo de junho, desferiu um golpe profundo nos interesses dos capitalistas e empresários que, interessados na organização da Copa, que militarizou cidades e bairros em todo o país, buscaram endurecer sua linha, arriscando o que fosse necessário para frear a ofensiva de luta da juventude e dos trabalhadores.

Como parte deste processo, realizou-se uma greve no Metrô de SP que, do ponto de vista de sua importância e métodos, pode ser considerada histórica.
Piquetes combativos, atos de rua, mobilização de quase toda a categoria ao redor da paralisação e uma greve de 5 dias no maior metrô do Brasil, tudo isto foi conseguido com muita disposição da categoria dos metroviários que, lembrando-se do exemplo dos garis espontaneamente avançava aos cantos de “Não tem arrego”.

O governo do Estado de SP, encampado pelo PSDB, encarando este combate como estratégico para os interesses dos empresários e da Copa, não apenas manteve uma linha intransigente desde o início como, frente a disposição de luta dos metroviários e a pressão de seus mandantes empresariais, adotou a linha de terror, descontando os dias parados dos grevistas e demitindo 42 metroviários,  tudo isto num país aonde, em tese, se garante o direito de greve aos trabalhadores.
O objetivo do governo, em confluência com os partidos nacionalmente hegemônicos, como PT que segue calado frente as demissões, era simples: mandar um recado a Juventude e aos trabalhadores de que não haverá mais “Garis”; de que Junho e toda a esperança que trouxe devem acabar.

Além disto, numa operação arquitetada pelo DEIC e a PM de SP, foi preso num dos atos contra a copa, Fábio Hideki, trabalhador em greve da USP, acusado dentre outras coisas de ser um líder dos “blackblocs” e portar artefatos explosivos. Testemunhas próximas gravaram o momento da prisão e provam que as acusações são forjadas numa operação dos governos que claramente visa criminalizar as lutas e fazer as mobilizações de juventude recuarem. O mesmo se dá no RJ, aonde 23 ativistas seguem perseguidos, com ameaça de prisão e tendo a divulgação de escutas telefônicas, numa maquinação digna da espionagem da ditadura militar.
Como parte desta Juventude e trabalhadores que se levantou em junho e neste um ano de lutas, consideramos que é uma tarefa fundamental defender cada um dos lutadores que participou e atua lutando por direitos básicos, sejam os grevistas que buscam melhores salários ou a juventude que foi as ruas exigindo acesso e melhores serviços básicos como saúde, educação e transporte.
Fabio, estudante, trabalhador da USP e membro do comado de greve é um símbolo de nossa luta, que mostra como o governo buscam formas ilegais para criminalizar os movimentos sociais e prender ativistas.
Não toleramos a demissão de Adailson, rodoviário de Porto Alegre que foi linha e frente na greve do começo do ano que dizia que os ônibus só estavam parados porque os prefeitos não queriam ceder o passa livre para a população. Para nós é combate  estratégico defender os 42 demitidos do metrô , buscando sua readmissão como parte da luta para impedir que os governantes e empresários, os mesmos que diziam pouco antes de serem derrotados em 2013 que era impossível reduzir a tarifa e de que aquele movimento era “utópico”, retirem da Juventude e dos trabalhadores este sonho de mudança, esta ideia perigosa de que é possível vencer e necessário lutar.
Assim como repudiamos a ameaça de corte do ponto das universidades estaduais paulistas que seguem em greve a mais de 50 dias, defendendo que as universidades mais elitistas do país fossem não apenas abertas a população, mas que estivessem a serviço de responder as demandas do povo, dos trabalhadores e da juventude.

Sabemos que é por lutar por uma educação de qualidade para todos, que os governos atacam e prendem lutadores. Igualmente, defender os presos é uma questão de vida ou morte para o futuro do direito de lutar da juventude e dos trabalhadores e um princípio que não devemos jamais esquecer. 

Este combate cumpre, neste momento de conjuntura pré-eleitoral, na qual os governos e capitalistas querem tranqüilidade, um papel crucial para impedir que a estratégia de isolamento dos lutadores e trabalhadores triunfe.

Nestas semanas, temos construído uma verdadeira aliança com os trabalhadores da USP, UNICAMP e UNESP, colocando nossos aprendizados à serviço da luta, seja construindo um “cantinho para as crianças” que garanta que mais mulheres trabalhadoras possam participar ativamente da greve, seja debatendo as doenças causadas pelo trabalho repetitivo, entre outros. Construímos diversos atos em frente única pela libertação de Fabio Hideki, e participamos de todas as iniciativas pela readmissão dos 42 e libertação dos presos. 

Acreditamos que, como parte dos objetivos de “frear” a ofensiva dos trabalhadores e da juventude, o governo de SP e federal, tem a estratégia de “diluir” as demissões e prisões na conjuntura das eleições. É por isto que, neste momento, ganha enorme importância a ação unitária da Juventude em defesa e ao lado dos trabalhadores.

Neste chamado, chamamos em especial aos companheiros da ANEL, com os quais construímos a entidade, tivemos um companheiro torturado pela polícia e temos diversos pontos de acordo, mas também ao PSTU, Juntos, RUA, MPL, MNN, RIZOMA, UJC, POR, independentes e demais agrupamentos a assinarem a nota proposta pelo CACH da Unicamp, já assinada por diversas entidades e a construir a articulação para uma Semana de atos, manifestações ou cortes de Rua pela readmissão dos 42 metroviários e libertação dos presos do RJ e SP, para que possamos, com esta medida inicial de frente única construir uma articulação de luta urgente e fechando estas vias, abrir caminho para a defesa de nossos atacados mantendo acesa a chama que nos incendeia desde Junho.

Igualmente, chamamos todos ao ato chamado para o dia 30 de Julho, pela libertação de Fábio e dos presos, como uma medida inicial para impulsionar esta frente única defensiva.
ÀS RUAS!







Para Além do 0%: As Condições de Trabalho e a Saúde do Trabalhador

por: Marcela


Nesses últimos dias fui convidada para participar de uma mesa, junto ao companheiro Pablito do SINTUSP e os companheiros do SESMT. Como estudante de Educação Física tive a oportunidade de socializar os meus conhecimentos com trabalhadores em greve da USP discutindo sobre saúde do trabalhador, foi uma grande experiência, pela primeira vez pude ver um pequeno germe de como poderia ser uma universidade que colocasse seu conhecimento a serviço da classe trabalhadora.
            Ouvimos vários casos de trabalhadores que perderam sua juventude e sua saúde na Universidade, companheiros que chegaram ao limite de tentar tirar suas próprias vidas pois não viam nada mais forte que o assédio moral das chefias.
            Acidentes de trabalho, restrições médicas e assédio moral fazem parte do cotidiano dos trabalhadores de uma das “melhores universidades da América Latina”, mas não só deles como de todos os trabalhadores de nosso país.
            Vivemos números de guerra, por ano são  2.503 mortes por acidentes de trabalho, ocupamos o quarto lugar no mundo nesse ranking, sem contar milhares de trabalhadores inválidos e até mesmo afastados por problemas mentais.


            Parto de uma concepção onde a Saúde não se refere só ao bom funcionamento do nosso corpo físico, mas também o psicológico e social. Vejo na verdade que devemos olhar para a saúde como um processo de saúde/doença onde existem vários fatores que vão determinar a sua situação, como moradia, alimentação, o trabalho, as relações sociais, a classe social, e etc.
            Sendo assim, é impossível fazer uma analise consequente sobre saúde do trabalhador por fora de colocá-la dentro da divisão social do trabalho de nossa sociedade, pois esse é o plano de fundo que determina muitos dos fatores que contribuem para essa relação Saúde/Doença.
            Nós fazemos parte de uma parcela da sociedade que só tem sua força de trabalho para sobreviver. Existe outra parte, os patrões e grandes empresários que se organizam para sugar a nossa força física no momento da vida onde temos melhor condição de produzir.
            Dentro dessa lógica todo o desenvolvimento tecnológico e de produção, ao contrário de estar a serviço do bem comum tem servido ao lucro. As máquinas não estão a serviço de auxiliar os trabalhadores para preservar sua força de trabalho, mas para conseguir retirar o máximo possível dela, aumentando a produção e o lucro.
            São os trabalhadores que pagam com sua saúde e sua vida pela ganancia dos patrões e quando entramos em uma crise, assim como a que a reitoria diz existir, pagamos dobrado para manter essas margens de lucro e de produção.
            Mesmo os trabalhadores da USP não estão fora dessa lógica, pois apesar de não existir a mesma lógica de LUCRO dos patões, reproduz a lógica de PRODUÇÃO em que todos os trabalhadores são mergulhados. Todas as medidas aprovadas pelo governo como o repasse de verba para educação, saúde, transporte e etc. Refletem no nosso cotidiano.
            Então para manter o funcionamento da universidade as reitorias jogam nas costas dos trabalhadores os prejuízos. E quando vemos um pequeno corte de orçamento, ou o congelamento de verbas para a educação, isso reflete não nas grandes pesquisas, financiadas por Fundações Privadas e grandes empresas, mas no cotidiano dos trabalhadores e no corte de serviços para a comunidade .
            Todas as medidas refletem no aumento da exploração real no nosso cotidiano, mais assédio moral para que trabalhemos ainda mais em situação cada vez mais precária, mais trabalho, menos contratações, mais terceirização e como consequência um grande prejuízo para a nossa saúde.            Para garantir resultados de produção nos rankings internacionais formamos dentro de nossa universidade um exercito de trabalhadores doentes.
            É preciso ficar bem claro que nenhum trabalhador é responsável pelos acidentes de trabalho nem pelas doenças adquiridas, tudo isso é culpa de uma divisão do trabalho desumana que pensa apenas na produção e não nas vidas que são responsáveis por produzir.
            Se a nossa força de trabalho é a única forma de garantir nosso sustento, é preciso levar uma forte luta por melhores condições de trabalho. Ou garantimos isso ou estaremos junto com milhares de trabalhadores que por perder sua condição física, não conseguem se quer vender a sua força de trabalho devido as suas restrições.

Terceirização

            Como observamos em todas as unidades as condições de trabalho são muito ruins para os efetivos, para os terceirizados a situação é muito pior. Com menos direitos, menores salários suas condições de vida são muito piores e pela sua vulnerabilidade são os primeiros a serem atacados com demissões e etc.
            Um exemplo disso é o José Ferreira, jovem negro, trabalhador terceirizado da Faculdade de Medicina morreu em acidente de trabalho.
            Silvana, trabalhadora terceirizada que dirigiu a primeira greve de terceirizadas dessa Universidade, depois de passar anos deixando toda a sua saúde para limpar os prédios, hoje não consegue arrumar emprego devido ao número de restrições que essa companheira adquiriu nesses anos de trabalho. Agora nem mesmo sua força de trabalho pode oferecer.
            Esses são pequenos exemplos do que sofrem esses companheiros e com a demissão de terceirizados em todas as unidades essa situação tende a piorar. Por isso também é nosso dever defender os postos de trabalho desses companheiros e avançar na luta para Efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público.

As Mulheres Trabalhadoras

            Para as mulheres trabalhadoras, como se não bastassem as condições precárias no trabalho, ainda tem que aquentar a dupla jornada de trabalho. Chegam em casa, cuidam dos filhos, cozinham e lavam roupa, um segundo trabalho não remunerado que também gasta sua energia e sua força de trabalho.
            Esse trabalho essencial para garantir que os trabalhadores consigam estar todo os dias em seus postos de trabalho, por conta do machismo é feito quase que exclusivamente pelas mulheres. Isso significa que além do desgaste físico e psicológico no seu local de trabalho, as mulheres ao chegarem em casa ainda tem mais uma segunda jornada de trabalho que também interfere em sua saúde.
            É preciso lutar para que o Estado se responsabilize por esses trabalhos, que existam creches para que as mães possam deixar seus filhos para trabalhar, restaurantes e lavanderias públicos e isso só pode ser feito a partir da luta dos trabalhadores.
            Na USP temos vários exemplos de como a luta dos trabalhadores e trabalhadoras ajudaram a avançar também na luta pelo direito das mulheres. As creches na USP foram conquistadas pelos trabalhadores, nas greves do HU por muitas vezes direito elementares das mulheres foram conquistados e nessa greve não tem sido diferente, as companheiras do Centro Saúde Escola tem como uma de suas reivindicações nessa greve mais contratações de enfermeiras para conseguir dar conta das 800 mulheres que hoje estão na fila do papanicolau.

O Conhecimento

            Não podemos permitir que em uma universidade tão importante quanto a nossa o conhecimento continue servido para as grandes empresas, para pensar tratamento para os grandes craques do futebol enquanto centenas de trabalhadores apodrecem em suas máquinas de moer gente. É preciso uma universidade à serviço dos trabalhares, gerenciado não pelos burocratas donos das empresas terceirizadas, mas pelos que trabalham e estudam.
            Parte da luta acabar com as doenças criadas nos locais de trabalho da universidade é nos apropriar de todo o conhecimento produzido nas salas de aula e laboratórios dessa universidade para melhorar as condições de vida de cada trabalhador.
            Hoje o conhecimento da universidade está a serviço de acabar com a saúde de nossa classe, de nos explorar o máximo possível, de fazer mais lucro para as grandes empresas. Para nós esse tipo de conhecimento de nada serve, por isso a luta pela saúde dos trabalhadores deve abarcar também a luta por uma educação a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, para que possamos formar pessoas capazes de responder ao nosso problemas.

Como Avançar Nessa Luta, o Exemplo de Zanon

            A experiência dos trabalhadores nos mostram que é possível se organizar e dar um fim às maquinas de moer gente, mas que para isso não existe cooperação com a classe que quer nos tirar a saúde, nem mesmo com os seus representantes.
            Na Argentina, os trabalhadores de Zanon ocuparam a fábrica ceramista e a colocaram para funcionar sobre controle operário e sem patrões conseguiram a partir da auto-organização produzir. Lá praticamente inexistem acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
            Nessa experiência estudantes se juntaram aos trabalhadores para junto pensarem quais as melhores formas de produzir sem serem guiados pelo lucro, mas pelas melhores condições de vida para cada um dos que trabalhavam ali. Contrataram mais trabalhadores e partir da sua experiência e do conhecimento dos estudantes construiu-se ali um grande exemplo para todos os trabalhadores.

Quem está afim de por o seu futuro na reta para tudo isso mudar?


            Por fim em meio ao debate uma trabalhadora abriu uma reflexão: “Quem está afim de por o seu futuro na reta para isso tudo mudar?”
            Fazemos parte de uma classe poderosa, que já derrubou patrões, governos e até mesmo os poderosos de países inteiros. Pode ter certeza que esses trabalhadores não fizeram isso sem medo, se por um lado entrar na luta pode significar sofrer derrotas, por outro, não lutar significa aceitar adoecer nos nosso locais de trabalho, aceitar que uma pequena camada de privilegiados é mais forte do que as massas que são oprimidas cotidianamente.
            A história nos mostra que só podemos confiar nas nossas próprias forças, que se existe uma classe capaz de mudar as rumos da história, de construir uma sociedade que não se balize na exploração, mas na socialização de toda a riqueza produzida, essa é a classe trabalhadora.
            Há pouco tempo atrás tivemos o grande exemplo dos Garis do Rio de Janeiro, que mesmo com a mídia, o governo contra eles não retrocederam, tentaram intimidar esses companheiro com a policia e a resposta que essa categoria deu a todos os que tentavam os atacas é que Não Tem Arrego! Esses trabalhadores acreditaram na força de sua classe e conseguiram apoio de várias categorias no mundo inteiro, quando seu ato passava pelas ruas do RJ viam papeis de apoio colado nas janelas, aplausos e até chuva de papel.
            Nesses anos de USP conheci grandes guerreiros, que não hesitaram em se organizar contra os ataques da reitoria e só governo, que já se enfrentaram com os chefes, com os diretores, com a reitoria e até mesmo com a policia. Estamos a mais de 40 dias em greve e não vão nos cansar, porque em nossa greve ainda ecoa o grito dos nossos companheiro de classe, os garis do RJ e para todos os que tentarem nos atacar responderemos: NÃO TEM ARREGO.
            Nossa luta é por melhores condições de trabalho e salário, mas também é a luta por uma universidade a serviço dos trabalhadores. Nossa vitória não é só da categoria, mas de toda a classe trabalhadora que poderá se fortalecer para novas lutas e é com muita garra e determinação que devemos avançar para que essa greve seja vitoriosa, mas também para que a luta pela vida dos trabalhadores avance a passos largos por todo o mundo!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Galinhada solidária dos estudantes para o fundo de greve



Há mais de 50 dias os trabalhadores da USP seguem uma corajosa greve contra as medidas anti-operarias da Reitoria, dentre elas o arrocho salarial imposto pelos 0% de aumento declarado pelo CRUESP. Em meio a ações de apoio aos metroviários de SP, aos operários da LEAR (fábrica argentina onde a patronal vem numa ofensiva reacionária contra os trabalhadores) e muita luta pela libertação dos presos por lutar em todo o Brasil, lembrando o nome de seu companheiro de trabalho Fabio Hideki, estes trabalhadores vem construindo uma das greves mais politicas e mais solidarias ao conjunto da classe trabalhadora e da juventude que se coloca nas ruas. 

Estes trabalhadores vem nos permitindo fazer um exercício de aliança operaria-estudantil que nos é muito caro e, na noite de ontem, em apoio a sua greve que concentra uma força especial no Hospital Universitário, nos juntamos aos trabalhadores com um jantar preparado por nós, estudantes da USP da Juventude Às Ruas e do Pão E Rosas, que apoiamos e ajudamos a construir não apenas essa greve, mas uma tradição de aliança operaria-estudantil pela via também de pequenas ações de solidariedade como essa. Usamos toda a nossa disposição e criatividade para fortalecer a luta operária, o que é também fortalecer a luta da juventude.

O dinheiro arrecadado com a Galinhada de ontem e todos as próximas refeições que levaremos serão destinados ao fundo de greve que os trabalhadores já vem construindo. Porque se vier corte de ponto, NÃO TEM ARREGO!

Estamos e estaremos ao lado de nossa classe nesta batalha até o final, e em todas as outras que virão!

Viva a aliança operária-estudantil!

Todos à greve da USP cercar os trabalhadores de solidariedade!



Contra a privatização da Companhia de Trólebus de Araraquara!

Os ataques sofridos pela CTA (Companhia de Trólebus de Araraquara) nos últimos tempos, com a entrega de linhas para a empresa privada Paraty e a precarização dos serviços oferecidos e das condições de trabalho da CTA, fazem parte de um plano programado de privatização, já em andamento, dos serviços públicos na cidade de Araraquara e região que, no caso do CTA, está em vias de se realizar completamente. Com a privatização completa deste serviço mais de 500 funcionários da CTA serão demitidos e terão seus direitos trabalhistas atacados.
Existe um grupo de trabalhadores se organizando para fazer frente ao processo. O programa proposto pelas organizações de esquerda, PSOL e PSTU, para o problema da CTA é um programa de viabilidade financeira que não se propõe a mobilização de trabalhadores e usuários, limitando a luta às vias legais, subordinando a “salvação” da CTA à mesma casta de políticos, que, em realidade, são os responsáveis por sua privatização. Assim, não dão peso à construção de espaços de deliberação dos trabalhadores pra que organizem sua própria luta.
Nós, da Juventude às Ruas e outros estudantes independentes da UNESP, panfletamos diariamente praticamente todas as trocas de turno (à 00h e às 4:30) focando nossa argumentação no arrocho salarial e na piora das condições de trabalho caso ocorra a privatização, nos métodos de luta da classe trabalhadora relembrando os exemplos dos garis do Rio e ABC, ressaltando sempre a expressa necessidade da auto organização desde às bases para sobrepor-se ao desmandos do patrão e do sindicato pelego. Com esse trabalho, somado a disposição de luta dos trabalhadores, conseguimos implodir a audiência pública que daria um passo decisivo no processo de privatização. Cerca de 100 trabalhadores compuseram a ação.
O transporte é um direito de todos, sendo a própria cobrança de tarifas um ataque àqueles que necessitam deste serviço para trabalhar, ter acesso à cidade, cultura, lazer, saúde, educação. A estatização dos transportes, inclusive das linhas da empresa Paraty, com controle pelos trabalhadores e usuários com custeio público deste serviço e o não pagamento da divida da empresa com empresas privadas são a única possibilidade frente aos ataques ao direito ao transporte público, gratuito e de qualidade. Agora, estamos ajudando a construir uma assembléia no dia 26 de Julho para que os trabalhadores consigam deliberar suas próximas ações.
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO! ESTATIZAÇÃO DA PARATY SOB CONTROLE DE TRABALHADORES E USUÁRIOS!
MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO E PASSE LIVRE JÁ!
ASSEMBLÉIA DE TRABALHADORES!
UNIDADE DOS TRABALHADORES CONTRA O PROJETO PRIVATISTA!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Uma só classe, uma só luta. Nossa luta é internacional!

Estudantes e trabalhadores da Unesp em greve


A Juventude Às Ruas está ao lado dos trabalhadores, porque entendemos que a única forma de conquistar as demandas que tem a juventude hoje é lutando ao seu lado, que fazem tudo funcionar com seu trabalho, por isso são eles que podem mudar como as coisas são. Nesta perspectiva, atuamos ao lado do Movimento Nossa Classe em todas as greves e lutas operárias, mas a classe operária é uma só, em todo o mundo, o que torna nossa a luta de todos os trabalhadores.

Na Argentina, para responder à crise econômica, o governo aumenta os impostos e tarifas e as empresas começam a demitir trabalhadores, para manterem os lucros bilionários. Mas por trás de cada trabalhador há uma família que depende daquele salário para se sustentar, não podemos aceitar que passe nenhuma demissão! Sabemos que o ataque a um trabalhador é um ataque a todos a classe operária e um ataque também a juventude que está em luta!

A gigante norte-americana Lear corporation está demitindo 100 trabalhadores e suspendendo mais 100 sem pagar nada, o sindicato está ao lado da empresa e dos governos contra os trabalhadores que se estão se organizando para barrar as demissões, com diversas medidas de luta e apoio ativo da juventude e dos deputados dos trabalhadores da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - FIT.

Ontem, 16 de julho, os trabalhadores da Lear organizaram o segundo dia de luta nacional, com atos, piquetes e paralisações contra as demissões. Nós da Juventude às Ruas tiramos fotos em apoio nesse dia de luta, inclusive lado a lado dos trabalhadores em piquetes que fecharam as estaduais paulistas, onde os trabalhadores também estão em greve.

Viva a aliança operário-estudantil!
A classe operária é uma só, nossa luta é internacional!

Trabalhadores da Lear, sua luta é nossa luta! Todo apoio!

As demissões na Lear NÃO passarão! 




Estudantes e trabalhadores da Unicamp em greve


Estudantes da USP em greve



Trabalhadores da USP em greve


Estudantes do Amapá


Estudante de Araraquara em greve


Arte em apoio à luta dos trabalhadores da Lear


Mande sua arte em apoio à Lear: https://www.facebook.com/artistasenapoyoalear


Página de apoio aos trabalhadores da Lear: 

https://www.facebook.com/solidaridad.trabajadores.Lear

Juventude Às Ruas do Amapá rumo ao ENE e à 9ª Assembleia Nacional da ANEL

A Juventude Às Ruas no Amapá vem se organizando nos últimos dias para participar de dois eventos que irão ocorrer no Rio de Janeiro: o Encontro Nacional da Educação que será nos dias 8, 9 e 10 de agosto e a 9° Assembleia Nacional da ANEL!

Entendemos a importância da nossa participação em eventos de conjuntura nacional como esses. Eventos assim vem para ajudar os militantes que constroem a Juventude Às Ruas no Amapá a compreender e conhecer mais profundamente as bandeiras de luta levantadas nacionalmente, além de conhecer militantes de outros estados e junto com eles iniciar debates e críticas a situação do atual sistema de educação e decidirmos juntos sobre as nossas posições dentro da ANEL e os rumos que as lutas deverão tomar.
Após a primeira reunião realizada foi decidida e confirmada a nossa presença no encontro. Antecipamos a nossa campanha financeira pra evitar possíveis ataques da majoritária da ANEL-AP (PSTU), que na última assembleia priorizou as cadeiras a militantes do PSTU e simpatizantes do partido, apesar da participação dos atuais membros do Juventude Às Ruas nos pedágios.

Também divulgamos a nossa campanha financeira aos demais militantes. Iremos vender no Encontro e Assembleia camisetas (aceitamos encomendas), botons e gengibirra, uma bebida típica do Amapá (cachaça de gengibre doce).

ÀS RUAS

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Nota de Solidariedade ao PSTU no Amapá



A Juventude Às Ruas Amapá vem através dessa nota se solidarizar com os militantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) que na madrugada dessa segunda 14/08 tiveram sua sede invadida. Objetos foram revirados e além disso, eletroeletrônicos e documentos do partido foram furtados. Os militantes do PSTU não descartam a possibilidade que o ato seja de intimidação politica. Este partido no Amapá já tem um histórico de perseguição politica por fazer denúncias contra a atual prefeitura de Macapá dirigida pelo PSOL e por denúncias feitas ao Sindicato do transporte do Amapá (SETAP). Também por estar atualmente na direção do sindicato dos rodoviários do Amapá e também atuar nos movimentos sociais.

A Juventude Às Ruas repudia qualquer tipo de perseguição politica ou atentado a partidos de esquerda e movimentos sociais!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Juventude Às Ruas está ao lado da Nossa Classe!


    Somos a Juventude às Ruas, um coletivo de estudantes que atuam no movimento estudantil, com a perspectiva de se ligar aos trabalhadores. Estamos lado a lado dos trabalhadores em todas as lutas operárias que vem acontecendo, como a greve dos garis do Rio e do ABC, a greve dos rodoviários e dos metroviários e agora a greve nas três estaduais paulistas, nas quais estamos em cada piquete, ato, atividade e assembleia. Muitos trabalhadores nos tem visto nos atos, trancaços e assembleias, assim como diariamente nos piquetes da COSEAS, da Reitoria, da Prefeitura, da Odontologia, do HU e também na colaboração com a organização do “cantinho das crianças” para que as trabalhadoras mães possam participar ativamente do movimento de greve.
    Atuamos sempre ao lado do Movimento Nossa Classe, pois acreditamos que única forma de conquistar as demandas da juventude é fazendo da aliança operário-estudantil nossa prática cotidiana,  não só em suas lutas mas também colocando o conhecimento que adquirimos na universidade à serviço de todos os trabalhadores e trabalhadoras que não podem entrar aqui. Foi com essa perspectiva que participamos da atividade organizada pelos trabalhadores da COSEAS e do SESMT sobre saúde do trabalhador e doenças ocupacionais. Lutamos no movimento estudantil para que todas as correntes também atuem dessa forma, pra que principalmente a gestão do DCE, composta pelo PSTU e pelo PSOL, partidos que também estão no movimento de trabalhadores, comece a atuar ao lado dos trabalhadores ativamente fortalecendo a sua luta e dos estudantes, como estamos fazendo.
    Nessa greve estamos desde o primeiro dia ao lado dos trabalhadores da USP, que são reconhecidamente uma das categorias mais combativas do país, porque não podemos deixar passar esse ataque brutal que é o 0% de reajuste salarial, sabemos que este é só o começo para precarizar, elitizar e privatizar ainda mais a universidade. Mas também porque entendemos que são os trabalhadores que fazem a universidade funcionar, e por isso são os únicos que podem transforma-la.
    Trabalhadores, nós da Juventude às Ruas estaremos sempre ao lado de vocês, estamos unidos na luta por um salário digno, pela universidade pública de verdade e para todos, por uma sociedade sem exploração e opressão. Estamos ao lado da Nossa Classe, a classe operária.
Abaixo a repressão, liberdade imediata a Fábio Hideki!
Viva a greve das trabalhadoras e trabalhadores da USP!
Viva a aliança operário-estudantil!


A terceirização humilha, divide e mata!
    A terceirização impõe que uma parte dos trabalhadores recebam salários menores, não tenham direitos básicos como vale transporte, vale refeição, assistência médica, que tenham condições de trabalho precarizadas e com isso tenham suas vidas precarizadas. São muitos os acidentes de trabalho, recentemente uma terceirzada da Higilimp (que presta serviço também para USP) morreu limpando o banheiro no metro porque não pode ir ao médico, pois mesmo com atestado médico perderia o dia e a cesta básica.
    A maior parte dos postos de trabalho terceirizados são ocupados por mulheres negras, que sustentam suas famílias com dificuldade, elas não tem direito nem ao circular na USP, imagina então direito à creche. Sabemos que os governos, reitorias e empresas fazem isso para lucrar bilhões em cima da semi-escravidão, mas principalmente para dividir os trabalhadores, enfraquece-los, impedir que se unam os efetivos e terceirizados na mesma luta por seus direitos. Não podemos mais permitir isso! Eles já trabalham aqui há anos indo de empresa a empresa, precisam ser efetivados sem concurso público. Os efetivos estão recebendo 0% e os terceirizados muitas demissões, a luta é uma só.
Basta de demissões aos terceirizados!
Efetivação imediata de todos sem concursos públicos!
A classe operária é uma só, e unida é muito mais forte!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

AS DIREÇÕES PRÉ-JUNHO

Uma polêmica aberta com PSTU, PSOL e o Levante Popular da Juventude, que rompe com a greve, mas não rompe com a Dilma.







             A Universidade de São Paulo tem passado nas últimas semanas por uma das maiores greves de sua história. Com dezenas de unidades paralisadas por diversos campi espalhados pelo estado, com unidades que há mais de 20 anos não paravam, como o Hospital Universitário. Com um comando de greve fortalecido que vem dirigindo a mobilização desde as bases, os funcionários da USP vêm sendo ponta de lança desse movimento. Mesmo com o CRUESP se mantendo intransigente nas negociações, essa fortaleza construída pouco a pouco pela força independente dos trabalhadores continua erguida e promete ultrapassar o mês de julho com a mesma força de antes. Diante desse decisivo cenário, a entidade representativa dos estudantes, o DCE, vem boicotando espaços abertos e democráticos do movimento e implementando sucessivas tentativas de implosões desses espaços, se retirando de dois desses fóruns, um em um comando de greve e outro em uma Assembleia Geral, e desde então não participando de outras instâncias do movimento estudantil.
                    Nós da Juventude Às Ruas queremos problematizar com o conjunto do movimento estudantil da USP e das outras duas estaduais paulistas as atitudes da atual gestão do nosso DCE. Na verdade não se trata de nada novo. Nos últimos anos vimos as mesmas correntes que hoje compõem a atual gestão do DCE, sendo elas RUA, Juntos! e PSTU, se retirando de Assembleias quando encaminhava-se alguma questão política que eles discordavam. Em uma das primeiras reuniões do comando de greve, quando os espaços abertos do movimento ainda estavam cheios, com delegados que representavam mais de 1500 estudantes presentes em assembleias de curso, o DCE decidiu se retirar após uma votação que eles discordavam. O comando deu continuidade e votamos a mesa da Assembleia Geral da semana seguinte, e o DCE quase implodiu aquela Assembleia por discordar da composição da mesa. Dias depois, na faculdade de Direito do Largo São Francisco, novamente os coletivos Juntos! e PSTU que compõem a gestão do DCE deslegitimaram um fórum legítimo do movimento estudantil se retirando da plenária antes mesmo de ocorrerem falas. Após esses acontecimentos, Juntos!, RUA e PSTU não participaram dos espaços abertos do movimento, como comandos de mobilização ou chamar Assembleias Gerais. Não vimos até agora nenhuma nota pública esclarecendo os acontecimentos.
          O movimento estudantil da USP deve se organizar frente a tudo o que vem acontecendo! Estamos diante de uma crise orçamentária que impacta profundamente a conjuntura das universidades públicas e que fez deflagrar uma greve histórica na USP, Unesp e Unicamp! Há uma mobilização surpreendente por parte dos trabalhadores da Universidade!  Estamos em um momento político no qual trabalhadores e jovens do Brasil inteiro se levantam por seus direitos! Em contrapartida, vemos claramente um avanço na repressão por parte da polícia e dos governos (como a prisão de Fábio Hideki e as 42 demissões do Metrô) e a Copa do Mundo a cada dia que passa extrapola ainda mais as contradições sociais no país. Desde o começo da mobilização, no final de Maio deste ano, nós da Juventude Às Ruas viemos construindo os espaços abertos do movimento com o intuito de levar a frente as pautas estudantis em unidade com os trabalhadores. A única maneira de fazer frente aos ataques que a reitoria desferiu (cortando bolsas, demitindo terceirizados, congelando contratações, cortando pesquisas, etc.), seria através da mobilização organizada a partir das assembleias de base. Defendemos nessas assembleias a necessidade de se abrir o livro de contas da universidade e das fundações privadas; a construção de um novo estatuto universitário, que coloque em xeque a atual estrutura de poder arcaica e antidemocrática, que concentra suas forças no reitorado e no Conselho Universitário; a democratização radical do acesso, através da implementação imediata de cotas raciais proporcionais ao número de negros no Estado e do fim do vestibular e da estatização das universidades privadas, fazendo com que todas as vagas particulares hoje se transformem em vagas públicas; defendemos a permanência para toda a demanda estudantil e a devolução imediata dos blocos K e L; a construção de creches para mães estudantes e trabalhadoras, de acordo com a demanda.
        Mas infelizmente a atual gestão do DCE atuou contra a construção e massificação da mobilização estudantil desde o começo do ano. Alguns meses depois das mobilizações de junho, em ano de Copa, quando lutas em respostas aos cortes de Zago eram uma necessidade óbvia, a primeira assembleia do ano aconteceu no fim de maio e votou greve sem qualquer tipo de preparação. Na assembleia seguinte, o DCE votou contra a conformação de um comando de greve com delegados eleitos nas bases para organizar e ampliar a greve, proposta defendida por nós, outras correntes e centenas de estudantes independentes que felizmente foi vitoriosa. Hoje, barra qualquer possibilidade de organização mínima dos estudantes ao votar sucessivamente contra a realização de Assembleias de curso (como na Letras, mesmo quando havia cerca de 100 pessoas presentes na plenária da noite), boicotar as deliberações de Assembleia Geral (como os atos em defesa dos metroviários), e implodir os espaços que deveriam servir de ferramenta para organizar a luta.
                   Esse tipo de atitude é recorrente por parte do Juntos! e do PSTU (e o RUA acaba indo atrás) quando eles não conseguem controlar o movimento, quando a mobilização ultrapassa e supera suas direções. A resposta que dão é que 500 pessoas em uma Assembleia não vão derrotar o governo do Estado. Também achamos que não, por isso construímos a Assembleia da melhor maneira possível para que a próxima seja muito mais cheia. Por isso vamos aos atos por cotas, atos em defesa da EACH, atos pela readmissão dos metroviários. Por isso tentamos levar a frente às deliberações de Assembleias de base e construímos o comando de greve. O movimento estudantil caminha para um questionamento importante acerca do acesso e da permanência na Universidade, exigindo Cotas raciais e permanência para toda a demanda. A aliança com os trabalhadores da Universidade e outras categorias só aumenta. E a gestão do DCE vem sucessivamente desrespeitando as centenas de estudantes sinceros que veem na mobilização uma saída para os problemas estruturais da Universidade, e mesmo da sociedade.
              Na Copa está tendo luta, mas não das correntes que hoje compõem o DCE. Enquanto dezenas de ativistas estão sendo presos em atos de rua, metroviários e rodoviários estão sendo demitidos, estudantes da USP apanhando violentamente da polícia nos atos de rua, o DCE prepara-se para as campanhas eleitorais de fim de ano. Não é essa entidade que queremos!
                  Como não podia ser diferente, O Levante Popular da Juventude não só tem postura semelhante ao DCE frente a recente mobilização estudantil, como declara isso abertamente e tenta transformar a traição em virtude para, como sempre, se colar com os estudantes que são contra o movimento estudantil. Na carta eles dizem que os espaços como Assembleias Gerais e comando de greve estariam "distorcendo a real correlação de forças políticas” existente na base da universidade. Na prática isso significa boicotar esses espaços e construir o CCA (Conselho de Centros Acadêmicos, uma espécie de parlamento estudantil onde o poder de decisão é restrito aos centros acadêmicos). A questão é, porque a organização por cima seria mais eficaz do que a mobilização em Assembleias Gerais sendo que as primeiras Assembleias continham cerca de 1000 estudantes? Porque os CA's seriam mais aptos a mobilizar as bases dos cursos agora, no final do semestre e não antes? Porque as assembleias com 500 pessoas não eram mais suficientes para o LPJ e o DCE? Achamos importante costurarmos a mobilização com os Centros Acadêmicos, inclusive fazer um chamado amplo que aos CA's de cursos não mobilizados a fazerem assembleias de curso e construírem a greve desde a base. Uma coisa não pode ocorrer em detrimento da outra, mas infelizmente é o que vem ocorrendo. Essas correntes vivem no pré-junho, no período anterior à greve dos garis, têm uma dificuldade enorme de ver que a organização superestrutural, por cima, distante das bases, não encontra mais espaço. A consciência da juventude e dos trabalhadores mudou e todos querem ser sujeitos da transformação. Nós da Juventude Às Ruas sempre defendemos a organização desde as bases e é por meio destes espaços que os estudantes fazem sua política, pois neles está garantida a democracia direta em que se apoia o movimento estudantil. Mesmo quando estes espaços não representam toda a diversidade da base, eles permanecem sendo nossas ferramentas mais avançadas de organização, portanto, nossa luta se direciona para a ampliação destes espaços a todos os estudantes da USP, para que estes estudantes se sintam representados e tomem os fóruns do movimento para si, os legitimando, e não o contrário, que é romper com a auto-organização dos estudantes em plena greve dos três setores, numa tentativa de deslegitimar os fóruns do movimento estudantil.

O Levante Popular da Juventude não rompe com o governo Dilma.


    Enquanto o PSOL e PSTU atuam como entrave para a mobilização nas estaduais paulistas, o Levante Popular atua em apoio envergonhado ao governo federal. Eles rompem com a greve da USP, mas não rompem com a Dilma. Rompem com as instâncias do movimento estudantil para conter as mobilizações grevistas durante a Copa, pois sabem do perigo que representa uma greve forte na USP para o governo do PT, ainda mais se essa greve avança e dá novos exemplos de luta às outras categorias, como fizeram os Garis do RJ no carnaval, que abriram espaço para uma ascensão grevista em abril e maio. Rompe com as instâncias da greve, mas não rompe com o apoio sistemático ao projeto de educação precária do governo federal, como o REUNI (contra o qual as greves das instituições federais da educação já se levantaram diversas vezes) e nem rompe com o projeto privatista da educação, no apoio ao PROUNI, onde o governo paga milhões aos grandes monopólios da educação por uma vaga na universidade privada, reforçando o caráter de mercadoria da educação, ao invés da maior criação de vagas nas universidades públicas.

  Nós da Juventude Às Ruas, junto de outros coletivos e estudantes independentes, estamos construindo ativamente os fóruns do movimento estudantil porque acreditamos que é possível reverter o esvaziamento da greve estudantil frente ao período de “férias” e Copa e retomar uma mobilização forte neste começo do segundo semestre. Mas também porque sabemos da importância que faz o apoio do maior número possível de estudantes a heroica greve de trabalhadores da USP que se mantêm firme. Convidamos todos os estudantes a participarem das atividades dos trabalhadores, como os piquetes, as reuniões de unidade, os atos, as assembleias. Levemos a aliança operário-estudantil a frente porque para conseguirmos barrar os cortes orçamentários, abrir os livros de contas, democratizar o acesso à Universidade, lutar pela permanência, libertar Fábio Hideki, readmitir os 42 metroviários, nós precisamos de muito mais. À luta que continua em julho!