quarta-feira, 9 de julho de 2014

Nossas ideias são a prova de tudo


Depoimento do estudante de Filosofia e Letras da UBA e militante da Juventude do PTS, Facundo Gomez, sobre a repressão que sofreram os estudantes e trabalhadores que cortavam a Rodovia Panamericana ontem, em protesto contra as demissões de 200 famílias pela empresa Lear, na Argentina.





Hoje parei no hospital, resultado da repressão na Panamericana. Além das balas de borracha que recebi, uma dessas mulas das empresas me agarrou por trás e me derrubou à base de cacetetes no chão. Mulas dos patrões. Dizem que atuam para “defender o povo” e são os primeiros cachorros raivosos a irem reprimir os trabalhadores que lutam para manter seus postos de trabalho. Enviados pelo governo “dos direitos humanos”, que defende empresas como a Lear, empresa yanki que para aumentar seus lucros demite trabalhadores e substitui sua produção importando de fábricas de outros países para abastecer a Ford e deixar 200 famílias na rua.

Sinto muito orgulho das minhas companheira do Pão e Rosas e das dezenas de trabalhadoras que resistiram desde o primeiro momento. Ficou claro que se esses miseráveis não estivessem protegidos atrás de seus capacetes, escudos e cacetetes minhas companheiras teriam passado por cima deles, por que elas, assim como meus companheiros da Juventude do PTS, tem convicção e moral, coisa que a polícia não tem, por não serem nada mais que ratos treinados para reprimir trabalhadores, estudantes, mulheres guerreiras e todos que saem em luta por seus direitos.

Quero contar também uma coisa muito importante: a solidariedade operária que encontrei à caminho do hospital. Primeiro nos acompanhou por alguns quilômetros um vizinho do bairro onde nos refugiamos depois de sair da repressão. No carro, ele mostrava sua indignação com a repressão de hoje contra os trabalhadores da Lear e a de ontem contra os trabalhadores da EMFER, e dizia que deveríamos ter corrido para o meio dos carros que estavam parados na Panamericana para que os custos da repressão fossem ainda maiores. Uma vez no Hospital Pacheco, um trabalhador voluntário nos disse que além de trabalhar alí, também dava aulas de história. Ele nos disse que a luta deles é contra o Scioli (governador da província de Buenos Aires pelo Partido Justicialista), que precarizou os hospitais e as escolas. Nos disse que todo o hospital viu a repressão, que todos sabem o que está acontecendo na Lear e muitos eram apoiavam a luta, que faz uma semana que passam pela porta da fábrica e vêem o acampamento dos trabalhadores.

Literalmente, me disse que “esse governo fala do macrismo e eles são piores. Obrigadas meninos por fazerem o que fazem”. O médico que me fez os curativos também estava indignado. Mais tarde a polícia chegou no hospital, queria saber quantos éramos e que feridas tínhamos. A médica da clínica se levantou e perguntou para uma companheira do Hospital Garrahan “O que querem esses desgraçados? Outro Kosteky e Santillán?” (dois jovens assassinado por tiros da polícia nas mobilizações de 2001 contra a crise, num bloqueio de uma ponte). Depois disse que a seus chefes e a polícia que terminantemente não daria nenhum informação e mandou que eles saíssem.

Mostras contundentes da solidariedade operária, da solidariedade de classe, em apenas algumas horas. Que continuem mandando a polícia, os caminhões de água, os cachorros, as balas e os cacetes. Nada vai barrar a força dos trabalhadores quando se unem. Nada vai parar os estudantes como nós que lutamos lado a lado com eles. Como mostramos hoje, a partir dos centros acadêmicos de Filosofia, Sociais e Psicologia, nossas ideias são a prova de tudo, verão a classe operária no poder!

VIVA A LUTA DA LEAR! VAMOS PELA REINCORPORAÇÃO DE TODOS E TODAS!

VIVA A ALIANÇA OPERÁRIO-ESTUDANTIL!
VAMOS VENCER COMPANHEIRXS!


Veja o vídeo da repressão aos estudantes: https://www.youtube.com/watch?v=9HWuMF7yU9I
Outros vídeos da repressão na Panamericana: 

https://www.youtube.com/watch?v=G9mK-vZx_Fc&feature=youtu.be 

- https://www.youtube.com/watch?v=uJUqhj7hF4g&feature=youtu.be

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