quarta-feira, 20 de março de 2013

Panfleto contra a repressão para a assembleia do IFCH (19/03)



CONTRA REPRESSÃO, A REITORIA E SEUS PROJETOS!
POR OUTRO PROJETO DE UNIVERSIDADE!
Uma semana já bastou para termos a prova de que toda a Unicamp está atravessada por questões que dizem respeito à discussão de qual projeto de universidade queremos e precisamos. Tanto na discussão da consulta para reitor, passando pelos processos repressivos da USP e UFMT, como nos absurdos casos de homofobia que ocorreram na festa do babado. E, nesse sentido, como a repressão é o pilar para a manutenção do projeto da reitoria.
Temos dois candidatos a REItor: Saad é a expressão repressiva da política atual do CRUESP, que prendeu os 72 estudantes e trabalhadores da USP, profundamente atrelado ao PSDB no estado de São Paulo; e Tadeu, membro da FIESP, que quer aparecer como suposto "linha leve", mas que, quando reitor em 2007, orquestrou a derrota do movimento estudantil com falsas promessas e uma comissão punitiva contra 5 estudantes que participaram da greve, abrindo sindicâncias que só foram barradas graças à mobilização estudantil, além de estar a frente da Reitoria quando a Unicamp demitiu 600 trabalhadores FUNCAMP.. Ontem no debate organizado em apoio ao Tadeu no IFCH, Plininho e Ricardo Antunes fizeram falas de esquerda contra a privatização da universidade pública, a terceirização, com grande parte do debate centrado em tentar convencer os estudantes de que este REItor não reprime, que seria o REItor do dialogo. Contudo sabemos que tanto Saad como Tadeu, estão sob a mesma estrutura de poder antidemocrática e repressiva. Independente se a gestão será feita por "mãos de ferro" ou com concessões e cooptação das lutas, as duas formas são usadas para desarticular o movimento estudantil e dos trabalhadores e atender às necessidades do projeto de universidade que reprime, terceiriza e privatiza.
Por isso não podemos ter nenhuma ilusão de que, elegendo o REItor "menos pior", vamos ter algum avanço. O mundo não é feito só de duas opções por dentro do regime: a terceira via, dos estudantes, trabalhadores e professores auto-organizados, independentes, e em luta contra o projeto da REItoria, é a única forma de conseguirmos que a Universidade produza conhecimento para a população e não para empresas; de ir contra o PIMESP, projeto racista e precarizante; fazer com que a Universidade não se erga sob trabalho escravo terceirizado, mas sim que estes sejam incorporados ao quadro efetivo de funcionários com o mesmo salários e direitos; e contra a repressão que quer nos calar. Devemos mais é gritar, fora PM! Abaixo o conselho universitário e a estrutura de poder repressiva! Por uma assembleia estatutária que ponha fim ao regimento da ditadura e construa um governo tripartite (estudantes, funcionários e professores) eleito por sufrágio universal, onde faça valer a real composição e interesses da universidade. Por isso, chamamos voto nulo programático contra esta estrutura de poder.
Nossa luta contra a repressão deve ser a luta por outro projeto de universidade, em oposição ao atual, onde a REItoria se cala frente aos diversos casos de violência homofóbica que ocorreram na festa do babado. A luta pela defesa dos punidos é também a luta para que todos possam falar e lutar, onde os negros estejam dentro da universidade com o fim do vestibular. Num momento onde a repressão se intensifica nacionalmente, onde os estudantes são brutalmente reprimidos pela policia no Mato Grosso; onde dezesseis operários do PAC são presos no Amapá; no país que quer passar o AI-5 da copa que impede os trabalhadores de fazerem greve; que tem a polícia mais assassina do mundo que opera o genocídio da população negra: a luta contra a repressão e pela defesa dos 72 punidos é um combate de primeira ordem; não pode ser diluída em outras pautas, como faz a atual gestão do CACH, Lúddica (PSTU e independentes), mas sim ser levada com centralidade, combinada com a luta pela radical democratização da universidade. Façamos uma luta contra a repressão onde possamos ser a voz  dos trabalhadores, dos 95% da juventude precarizada que não tem acesso à educação, da população negra,  para junto a eles, conseguirmos uma universidade democrática no acesso e no regimento, sem vestibular, com permanência estudantil, contra o machismo, homofobia e racismo, voltada para os interesses da população e não das empresas.

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