quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ocupação militar na São Remo - BOLETIM DO SINTUSP -

"PM CERCA SÃO REMO E ATACA TRABALHADORES (MUITOS DA USP)
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Na madrugada do dia 31 de outubro, centenas de policiais militares com cavalaria, cachorros e viaturas da Rota invadiram a comunidade São Remo - vizinha à USP, que existe há mais de 40 anos e, onde moram mais de 13 mil pessoas - arrombando casas de trabalhadores muitos dos quais funcionários efetivos e terceirizados da USP.
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Uma companheira, funcionária da USP, que teve sua porta arrombada, pelos coturnos dos soldados, pediu o mandato judicial e recebeu dois tapas, no rosto, de um policial que gritava: “está aqui!”. Em várias outras casas, os policiais quebraram móveis, eletrodomésticos e, quando os moradores protestaram dizendo que eram trabalhadores, ouviram dos policiais que quem mora na favela e não paga IPTU é bandido.
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Todas as entradas e saídas da São Remo foram fechadas, os trabalhadores que imploravam para que os deixassem sair, pois entravam no serviço às 7 horas, ouviram a mesma frase: “quem mora junto com bandido que mata polícia, é bandido também, e deve ser mandado embora do emprego mesmo”.
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A creche da comunidade, que funciona no Circo Escola, foi intimada pelos policiais a fechar e quando alguém argumentou que precisava comunicar aos pais das crianças, ouviu como resposta: “fecha já”.
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É bom lembrar que a comunidade São Remo está sendo ameaçada de despejo, pelo reitor da USP, já há algum tempo, o que já motivou manifestação de protesto em frente à reitoria, com muitas centenas de pessoas, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP, Associação dos Moradores do Jardim São Remo, DCE
da USP, com apoio da Adusp.
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O 16º Batalhão da PM, construído em terreno da Universidade de São Paulo, fica ao lado da comunidade São Remo e da própria USP. Lembramos ainda que a USP contratou, sem concurso público, 3 coronéis da PM para comandar a Guarda Universitária e está militarizando o campus.
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A PM de São Paulo, que está agindo em toda a grande São Paulo de forma semelhante ao que fez na comunidade São Remo, está integrada ao crime organizado ou, recebendo dividendos do tráfico e roubo de todas espécies. É só recordar de quantos policiais militares estão sendo presos em flagrantes nos roubos com explosão de caixas eletrônicos dos bancos, usando dinamites do exército.
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Nessa guerra aberta e não declarada, tem polícia e milícias de ambos os lados, bandidos fardados e à paisana e, a maior parte das vítimas são trabalhadores, jovens e crianças, que nada têm a ver com o crime ou a repressão.
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TEMOS QUE NOS ORGANIZAR CONTRA TODA ESSA SITUAÇÃO ABSURDA
O movimento sindical combativo, as entidades estudantis e populares têm que organizar a resistência à essa situação.
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Estamos convidando todas as entidades populares e democráticas, parlamentares, etc... para uma reunião que ocorrerá dia 5 de novembro, às 16h30, aqui na sede do Sintusp. Essa reunião já estava convocada pela Associação dos Moradores do Jardim São Remo, Sintusp e estudantes, para discutir a resistência ao despejo
e, agora tem outra demanda: a defesa dos moradores da comunidade São Remo, atacada pela polícia, assim como tudo o que ocorre em São Paulo.
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REUNIÃO COM A COMUNIDADE SÃO REMO, DIA 05 DE NOVEMBRO, AS 16:30, NA SEDE DO SINDICATO

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