terça-feira, 25 de setembro de 2012

Avança a Juventude sem Medo...

Con las banderas en alto
va toda la estudiantina!

Uma juventude ativamente internacionalista!
Juventude sem medo. Assim ficam conhecidos jovens trabalhadores, estudantes universitários e secundaristas chilenos, que retomam com força exemplar a luta iniciada em 2011 contra as heranças do regime pinochetista e a Lei Hinzpeter, por educação gratuita, de excelência, laica e não sexista, enfrentando-se com a burocracia estudantil e com as forças repressivas do Estado. É nossa tarefa apoiar ativamente, e extrair as lições estratégicas para enfrentar os desafios que teremos aqui!


Para derrubar as heranças de Pinochet!
Há 39 anos do golpe civil e militar de Estado protagonizado por Pinochet, vige no atual Chile neoliberal um sistema de regime binominal em que dois partidos ou coalizões lideram e hegemonizam as disputas pelo poder no país (a coalizão Concertación e o partido Renovación Nacional, do atual presidente). Sob o governo direitista de Piñera – administrador dos negócios da burguesia nacional e das burocracias sindicais –, com aprovação de 27%, a resposta às manifestações da juventude é repressão, apenas comparável à dos anos mais duros da ditadura. A polícia chilena tem como saldo de seus ataques assédio sexual e brutal violência contra meninas e mulheres, tortura, o assassinato do secundarista Manuel Gutiérrez, 16, morto durante marcha no ano passado, e de trabalhadores. Los pacos (Carabineros, a chamada polícia chilena), apoiam-se na Lei Hinzpeter de Segurança Nacional, que restringe direitos de organização e circulação de pessoas.
Não à toa, com o aprofundamento da crise capitalista e das tendências de luta de classes, os governos se lançam para aprovar ou reformar as chamadas Leis Antiterroristas, como a que existe no país desde a ditadura e reformulada por Piñera em 2010, ligando essa discussão com a questão dos povos originários no Chile, que se expressa na organização do povo Mapuche pelo reconhecimento de seu território. Isso posto, lança-se contra a polícia, o governo e as heranças da ditadura o mais amplo setor da juventude, aliado aos trabalhadores, jovens nos '70, que outra vez se opõem ao regime.


A educação não é mercadoria!
Seguem as privatizações e a precarização de toda educação chilena, vista como uma mercadoria pelo Estado e pela burguesia nacional, que garantem o lucro de poucos, o endividamento de milhões de famílias e a exclusão de muitos em todos os níveis do ensino, marcado pela realidade que assombra na América Latina o Chile e, em outra medida, o Brasil: o filtro social e racial do vestibular. Luta a juventude por educação gratuita e de qualidade, visando ampliar o acesso e acabar com o negócio da educação, na perspectiva das ocupações e autogestão das escolas feitas por alunos, professores e familiares, concretizando a possibilidade de decidirem os rumos do aprendizado e da construção do currículo escolar, como a experiência do colégio A90. Organizados em torno da Agrupação Combativa e Revolucionária (ACR) se reúnem mais de 300 jovens, reconhecidos por ser o setor mais consequente na luta contra a repressão e a polícia, e também pelo importante processo avançado de questionamento à burocracia estudantil, sobretudo na USACH, Universidade de Santiago do Chile.


Viva a aliança operário-estudantil!
A juventude não está sozinha. Os estudantes chilenos, conscientes do papel de sujeito reservado à classe trabalhadora, somam-se a milhares de trabalhadores numa mesma luta, apoiando-se em suas experiências de auto-organização e em seus métodos de democracia direta – assembleias, comandos de mobilização, atos, greves, ocupações – marchando junto a eles pelas ruas, solidarizando-se com suas necessidades e reivindicações. Assim, opõem-se como eles às suas direções burocráticas e conciliadoras. Como eles, compreendem que democratizar o ensino é colocar seus liceus e universidades a serviço da sociedade. A ACR busca fortalecer neste período a necessária aliança operário-estudantil, tomando um lado – o dos trabalhadores, explorados e com postos de trabalho cada vez mais precarizados – diante do acirramento da luta de classes.


Passamos de ser um dos países mais estáveis do mundo, para fazer parte deste que é o maior ascenso da juventude em todo o mundo desde 1968, com a luta pela educação gratuita (...) colocando em cheque a herança pinochetista e o regime herdado da ditadura. (...) as direções burocráticas aceitaram a política do governo de desvio, por isso não vencemos. (...) Mas a juventude, principalmente a secundarista volta a sair à luta, seu ‘segundo round’.”
LEIA NA ÍNTEGRA A ENTREVISTA COM ZONIKO, ativista do Hip Hop e do movimento estudantil chileno, e militante do PTR-CcC, parte da FT – http://www.juventudeasruas.blogspot.com.br/2012/09/entrevistamos-zonyko-ativista-do-hip.html


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