terça-feira, 25 de setembro de 2012

A juventude ao lado dos trabalhadores para que os capitalistas paguem pela crise!

Em seu pronunciamento no 7 de setembro, Dilma anunciou novas medidas para tentar conter os efeitos da crise econômica no Brasil. Após a redução da taxa de juros, desoneração de diversos setores com redução de IPI e outras medidas, agora a presidente anunciou a redução das tarifas de energia em até 28% para as empresas, o que gerou uma grande comemoração de setores industriais, como o monopólio do alumínio ALCOA.
Mas o que está por trás da mudança do discurso da suposta “marolinha” de Lula para as medidas de Dilma que tentam segurar a desaceleração da economia? É que o governo do PT, assim como tem acontecido nos EUA e na Europa desde os primeiros impactos da crise, tem planos para garantir o lucro dos empresários e fazer com que a crise econômica seja paga pelos trabalhadores, pela juventude e pelos setores mais explorados e oprimidos da população.
É isso o que vimos desde o começo do governo Dilma, com o corte de 50 bilhões no orçamento de áreas como saúde, cultura e demais gastos sociais, enquanto a imensa bolada para o pagamento de juros e amortizações da dívida permanecia intacta. Recentemente, o governo deu o recado claro para a burguesia, aos empresários e também aos trabalhadores, mostrando de que lado está: foi enérgico para combater a heroica greve de cerca de 400 mil trabalhadores do funcionalismo público, com corte de pontos, o decreto para substituir funcionários em greve, e até mesmo criando o sistema “Proteger”, inspirado na repressão da greve da CSN em 1988, quando o exército matou três operários para sufocar a greve com as botas da repressão respaldadas pela Lei de Segurança Nacional. As repressões às revoltas operárias nas obras do PAC, em Jirau e Suape, estão fundadas nessa tradição de manter a ferro e fogo a superexploração dos trabalhadores brasileiros para garantir os lucros da burguesia.
Os capitalistas, confiantes com o apoio do governo do PT e os governos burgueses dos estados e municípios, já começaram seus “ajustes” para enfrentar a crise. Um dos maiores exemplos são as demissões, lay offs (trabalhadores ficam em casa recebendo pelo FAT – dinheiro do INSS!) e PDVs em inúmeras fábricas, como na GM de São José dos Campos e a Mercedes Benz de São Bernardo. Para isso, outro aliado importante dos empresários tem sido o sindicalismo chapa branca da CUT e Força Sindical, que está costurando com o governo um dos maiores ataques aos direitos dos trabalhadores em muitos anos: o ACE (Acordo Coletivo de Trabalho com Propósito Específico), em que o negociado entre os sindicatos e os patrões prevalecerá sobre o legislado.
Diante desta realidade em que os governos, a burguesia e a burocracia sindical fecham seus acordos para fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, a juventude deve tomar uma posição firme ao lado de cada luta que a classe trabalhadora trave para que a crise seja paga pelos capitalistas!
Acabam de se iniciar greves, dos bancários, dos ecetistas e dos metalúrgicos. Em todos os casos, mais uma vez o plano da burocracia da CUT e da CTB, que dirigem os sindicatos é de fazer greves rotineiras para não se desgastar com suas bases, e que não sirvam para combater a superexploração, o assédio, a terceirização e os principais problemas que enfrentam os trabalhadores, inclusive de setores da economia que, mesmo em meio a uma crise internacional, apresentam lucros recordes! A Juventude às Ruas!, no ano passado, esteve lado a lado com os bancários e ecetistas, que romperam a adaptação às direções burocráticas e levantaram piquetes auto-organizados, colocando de pé um bloco combativo e antiburocrático. É necessário que neste ano retomemos e aprofundemos nosso apoio, resgatando ações como a reunião que foi organizada pela Juventude às Ruas! na USP, levando os bancários para discutir com estudantes suas experiências de luta, e também organizando apoio ativo dos estudantes nos piquetes e atos, com faixas, panfletos, cartazes e palavras de ordem de solidariedade, dando um pequeno exemplo de como pode se travar a explosiva aliança operário-estudantil.
A luta para unificar as lutas dos trabalhadores em curso, levando também apoio ativo às universidades, escolas e outros locais de trabalho, é um elemento fundamental para conseguir ajudar as greves a triunfarem, e fazer com que estas sirvam de exemplo aos trabalhadores que, certamente, sairão à luta diante das medidas cada vez mais duras dos capitalistas frente ao desenvolvimento da crise. Chamamos todos a se juntarem a nós, prestando solidariedade ativa para que os capitalistas paguem pela crise!

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