sábado, 27 de outubro de 2012

Foi realizada a primeira sessão do grupo de Estudos "Educação, escola e marxismo"

     Realizou-se, no último sábado (20/10), com a presença de cerca de 20 pessoas, entre professores da rede estadual e municipal, e jovens secundaristas e universitários, o primeiro dia do grupo de estudos “Educação, escola e marxismo”, impulsionado pela corrente Professores Pela Base junto à Juventude às Ruas. A importância de este curso ser impulsionado por essas duas correntes vem para que consigamos unir a teoria produzida pela Universidade à realidade prática dos professores e, assim, partindo das raízes teóricas da causa da precarização da educação, conseguir entender os concretos motivos para as lutas travadas pelos professores da rede pública, e impulsionar uma juventude que se alie a essas lutas, se levantando ao lado dos professores que vem questionando a estrutura e precarização da escola e educação.
                A bibliografia dessa primeira sessão foi baseada em leituras de trechos de Marx e Engels relacionados à educação, e também um capítulo do livro “Escola, classe e luta de classes”, de Georges Snyders, onde o autor se remete a escritos de Lenin e Krupskaia.
                Partindo de colocar que não há nenhum texto específico nem de Marx nem de Engels que trate deste tema, a discussão passou por explicar e exemplificar conceitos como “divisão do trabalho”, e a necessidade da escola tal como ela é hoje, criada pela burguesia, para a manutenção desta divisão do trabalho e, portanto, do capitalismo.
                Dentre as várias intervenções que foram dando corpo ao grupo de estudos, surgiram elementos a respeito da formação cada vez mais técnica, criada justamente para atender aos interesses dos novos campos de trabalho criados pelo capital. Discutiu-se também como a escola possui um papel ideológico, pois não apenas cria a mão de obra barata para o capitalismo, como o convencimento de que a função dela é ser apolítica, um campo neutro em meio a uma sociedade dividida em classes e interesses antagônicos. Nesse momento, entra o importante papel do professor. Com exemplos tirados do cotidiano dos professores presentes no curso, foi colocada a discussão sobre como é fundamental que os professores não assumam um caráter imparcial, pois esta imparcialidade legitima as ideias dominantes, que como Marx já colocou no Manifesto do Partido Comunista, são as ideias da classe dominante.
                Em meio a outras discussões e exemplificações da realidade dos professores e estudantes ali reunidos, a conclusão que foi tirada é que, dado o papel ideológico e de manutenção do capitalismo que a escola hoje possui, não será apenas a exigência de mais verba para a educação que transformará tanto a própria educação, como a sociedade, como defendem alguns setores, teóricos e organizações políticas, pois não se questiona para qual educação irá essa verba. A educação hoje é voltada para a formação especializada de mão de obra – com os vários cursos técnicos -, e a escola nada mais é hoje, do que um reflexo da sociedade capitalista, dividida em classes. A luta por mais verba deve vir acompanhada da luta por uma transformação da educação! Que essa verba seja destinada para as escola e universidades públicas, e controlada pelos estudantes, funcionários, pais e professores. Com essa verba, que sejam criadas mais vagas nas universidades públicas, dando fim ao filtro social que é o vestibular, e estatizando as universidades privadas.
                Para a próxima sessão do grupo de estudos, marcada para o dia 10 de novembro, propomos a discussão sobre a pedagogia histórico-crítica, que hoje representa a vertente marxista mais atual dentro da pedagogia, suas problemáticas e implicações.

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