quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SURGE A JUVENTUDE ÀS RUAS!

Mais de 150 jovens estudantes e trabalhadores estiveram presentes no dia 9 de outubro na Plenária de lançamento da Juventude As Ruas, composta por militantes da LER-QI e estudantes independentes de diversas universidades de SP, RJ e MG.

Frente aos novos tempos que se abrem marcados pelo avanço da crise capitalista e o desenvolvimento de fenômenos da luta de classes no cenário internacional, somado com incipientes mobilizações de trabalhadores e estudantes na conjuntura nacional, foi colocado o desafio de forjar uma alternativa revolucionária para preparar a juventude a uma nova etapa histórica que começa a se desenvolver, em que a fase de ataques do neoliberalismo, com precarização do trabalho e superexploração, começam a ser questionados pelas mobilizações dos trabalhadores e a juventude, do Oriente Médio à Europa, e também na América Latina, marcada pela luta recente do movimento estudantil chileno. Estes são processos que reafirmam e reatualizam a época de “crises, guerras e revoluções”.

André Bof da USP abriu a atividade expressando o papel estratégico que a juventude tem a cumprir na sua aliança com os trabalhadores a partir das principais greves em curso como em Bancários e nos Correios. Reafirmou a necessidade da juventude questionar o projeto de Brasil “Potência” constituido pelo Lulismo e o Petismo no último período, que segue com Dilma, evidenciando-se cada vez mais que sua estrutura se fundamentado ao trabalho precário, a repressão do Estado e sua polícia ao povo negro, o ataque as questões democráticas e a manutenção de uma universidade para atender os interesses dos monopólios e dos grandes capitalistas.

No mesmo sentido Ana Carolina do RJ complementou: “O Movimento Estudantil cumpre um papel determinante na luta de classes, ao passo que se ligue a setores amplos da juventude e dos trabalhadores”, mostrando que a aliança operária-estudantil pode fazer com que os bancários e ecetistas vençam o governo Dilma, superando os entraves postos pela burocracia sindical. Ana Carolina também denunciou o papel da UNE como uma burocracia estudantil incapaz de forjar uma aliança com os trabalhadores, que revelou-se totalmente na recente vinda de Camila Valejo do PC Chileno ao Brasil como parte de um plano para fazer com que as intensas mobilizações estudantis que se desenvolveram no Chile nos últimos meses retrocedam. Além disso, demonstrou como faltou articulação para unificar o recente processo de mobilizações nas Universidades Federais por parte da esquerda, onde tanto o PSOL quanto o PSTU que estão na direção de várias entidades foram incapazes de ao menos chamar um Ato que unificasse as lutas.

Ainda na abertura, falaram os bancários em greve do Movimento 7 de abril que saudaram o agitado plenário e reivindicaram o papel que a Juventude as Ruas vem cumprindo na conformação de uma aliança dos estudantes com os trabalhadores em greve. Expressando-se na seguinte fala de Marco, jovem bancário: “Meu colega disse que é a primeira vez que ele faz greve e nunca tinha visto algo como vê com o pessoal aqui. Eu digo que já fiz greve, três vezes e também nunca tinha visto nada parecido". Pablito, Diretor do SINTUSP e dirigente da LER-QI, também fez uma intervenção retratando o novo momento que passa a categoria de trabalhadores da USP a partir do novo ataque da Reitoria, o PROADE, que mesmo não concretizado já impulsiona uma série de demissões de funcionários em vários setores, para além da abertura de processo administrativo que pede a demissão por justa causa de vários integrantes do Sindicato, como o próprio Pablito.

Julia da USP encerrou a primeira parte da plenária reivindicando que a partir da aliança com os trabalhadores, e a defesa incondicional de sua independência política, a juventude deve ter uma luta intransigente em relação a todas as questões democráticas. Em sua fala disse que o machismo e a homofobia também são formas que a burguesia usa para dividir as fileiras da classe operária, e que é tarefa da juventude lutar contra a ingerência do Estado nos seus corpos e mentes, defendendo o aborto seguro, legal e gratuito e a liberdade sexual.

A segunda parte da Plenária foi aberta a partir de contribuições escritas por estudantes da FSA, da UFRJ e da PUC-SP. O debate se desenvolveu de forma bastante profunda acerca de diversos temas que se colocam para juventude como a legalização das drogas, o combate a indústria cultural, a ditadura da beleza quem oprime sobre tudo às mulheres e principalmente a necessidade de lançar a mão de um programa anti-imperialista e internacionalista, em aliança com os trabalhadores, que lute pelas questões democráticas e pela superação desse regime baseado na opressão e exploração que é o capitalismo.

No final, reforçou-se a necessidade de intervenção nas greves em curso e no combate a burocracia sindical ligada aos interesses do governo. Foi aprovado uma exigência a ANEL e a Oposição de Esquerda da UNE, que ao invés de girar toda a suas forças e aparato a campanhas super-estruturais como o Plebiscito dos 10% do PIB a Educação, por fora dos processos reais da luta de classes, construa atos nacionais em solidariedade a greve dos bancários e dos correios. Desde a Plenária foi chamado a realização de um ato nessa terça feira na Avenida Paulista em SP como parte dessa resposta fundamental que juventude tem que tomar para si.



Foram também aprovadas uma Campanha em Defesa do Sintusp e de todos os lutadores que sofrem repressão, uma declaração de repúdio a homofobia tendo em vista a mais recente agressão que novamente um casal homossexual sofreu na Av. Paulista e também a necessidade de intervir na Semana da Consciência Negra defendendo a auto-determinação do povo negro e o combate a repressão do Estado. Além disso, foi votado a construção de um Ato em Homenagem aos 94 anos da Revolução Russa no mês de novembro na USP, onde será lançado o Manifesto Programático da Juventude ÁS Ruas.

A Plenária se encerrou com uma saudação de Beatriz Bravo, militante da Las Armas de la Crítica e e do PTR (organização irmâ da LER-QI no Chile), relatando como foram os últimos meses de luta pela educação pública e gratuita em combate as heranças pinochetistas no regime Chileno.

Desde já fazemos uma chamados a todos os jovens estudantes e trabalhadores para a construção dessa alternativa revolucionária da juventude, e assumir o desafio apaixonante de conduzir o destino pelas nossas próprias mãos!

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