sábado, 1 de outubro de 2011

A luta continua! Fortalecer a luta desde a base, com assembléias por unidades e cursos, avançar na luta contra a privatização da universidade e condições de trabalho precárias!

             Em meio a um novo despertar do Movimento Estudantil nacionalmente com uma série de ocupações de reitorias das universidades federais por mais de três semanas os estudantes da UFRJ lutaram para arrancar da reitoria demandas dos estudantes com relação a assistência estudantil. Na última quinta-feira, 22 de setembro, os estudantes tiveram uma conquista importante, fazendo com que a reitoria prometesse a construção dos restaurantes universitários da Praia Vermelha e unidades isoladas como Centro, Macaé, Xerem. 
         A Reitoria mostrou mais uma vez o descaso com o direito dos estudantes a política de assistência estudantil, mesmo após semanas de negociação e com a garantia de alguns pontos da pauta estudantil, tentou postergar a votação no Consuni dos pontos que não tinha acordo na pauta estudantil, sendo estes exatamente os pontos destacados pelos estudantes referentes a necessidades fundamentais como o piso do salário mínimo das bolsas e indenização por seu atraso e bandejões sem terceirização.  A votação sobre os bandejões só foi encaminhada sob muita pressão das centenas de estudantes presentes.
          Essa conquista é importante, mas devemos ir por mais! Outras pautas fundamentais ainda precisam ser garantidas, como o aumento de 50% no número de bolsas e sua remuneração com piso do salário mínimo e indenização por seu atraso. Todo mês é a mesma coisa, as bolsas chegam a atrasar dias, o que implica em inúmeras dificuldades com alimentação, xerox e transportes e seu valor não condiz com o real custo de vida na cidade do Rio Janeiro. Além disso, só a aprovação do orçamento para os bandejões não garante as construções dos mesmos. A garantia da construção destes bandejões sem terceirização e incorporação dos atuais funcionários nestes quadros é fundamental para os estudantes que defendem uma educação a serviço de toda a classe trabalhadora.
         Não podemos deixar que esta vitória para os estudantes, os bandejões, sejam ao mesmo tempo um ataque aos trabalhadores.  Por isto defendemos que os bandejões não sejam terceirizados, mas com funcionários da própria universidade, que tenham prioridade no orçamento de 2012, sem terceirização e pela incorporação de todos os atuais terceirizados.

Não deixemos que enquanto conquistamos de um lado perdamos do outro! Não à privatização!
         Enquanto a reitoria cede em bandejões, parte fundamental de seu projeto como as terceirizações e a privatização da universidade vai sendo tocada sem questionamento. Não podemos permitir. A COPPE e inúmeras outras unidades, sobretudo no Fundão, têm intermináveis cursos pagos e fundações privadas. Esta realidade impede ainda mais o acesso ao conhecimento e mais que isto, atrela o que é pesquisado aos interesses do mercado. Ao contrário da maioria dos grupos políticos da UFRJ que sequer reconhecem a existência destes cursos – o que uma pesquisa rápida na Internet mostra – acreditamos que essa luta pelo fim dos cursos pagos é para ontem. Nenhum dinheiro para os cursos pagos, transformação das vagas em publicas imediatamente, fim das fundações privadas dentro da universidade.

Como se organizar para avançar?
A luta na UFRJ não acabou! Não podemos deixar que a necessidade de continuar lutando pelas pautas ainda não conquistadas, dilua-se nas eleições de chapa para o DCE. É fundamental que está entidade seja representada por uma chapa de luta, com um programa político anti-governista, pró operário e anti imperialista, mas essa disputa não pode ser feita em detrimento à continuidade e aprofundamento desta luta. Todas as correntes anti-governistas tem que colocar suas forças para arrancar as conquistas que ainda faltam e em solidariedade ativa aos setores da classe trabalhadora que estão em luta, como os Correios, diante do brutal ataque de privatização e corte de pontos, mostrando que a luta por uma educação de qualidade, gratuita e para todos é uma luta em defesa de toda a classe trabalhadora.
Todo espírito de conquista deve permanecer para irmos por mais e arrancarmos as outras pautas, para isso, é de fundamental importância que organizemos desde as bases dos cursos e unidades assembléias para fortalecer nossa organização e espaços democráticos de discussão, onde o conjunto dos estudantes possam se organizar e preparar uma pauta unificada de reivindicações e exigências para os próximos passos, assim como foram feitas no IFCS e no alojamento, resgatando um importante método democrático na UFRJ: as assembléias resolutivas e para encaminhar o movimento.
Nas assembléias do IFCS afirmamos não só que queríamos bandejão em todos campi, mais 50% de bolsas e bolsas que pagassem o salário mínimo e outras reivindicações, como demos passos para que o movimento estudantil levante um programa que questione inclusive a precarização do trabalho na universidade. Votamos que os bandejões sejam com trabalhadores efetivos da universidade e que os trabalhadores terceirizados dos bandejões existentes no Fundão sejam incorporados à universidade. Propusemos isto pois não queremos que uma conquista para os estudantes seja um ataque aos trabalhadores. Infelizmente todos os maiores grupos atuantes no terceiro ato no Consuni não levaram à frente este programa votado pelos estudantes do IFCS, e não questionaram a proposta da reitoria de bandejões terceirizados. Sequer foi organizada uma assembléia para votar nossa aprovação às propostas da reitoria e como continuar o movimento. Precisamos de mais democracia no movimento para que ele avance e continue.
Precisamos de um movimento estudantil que questione a privatização da universidade e seja porta-voz de várias demandas dos trabalhadores e do povo. Chamamos as correntes de oposição ao governo Dilma e à reitoria a serem conseqüentes com o que é votado em assembléia e junto a nós lutarmos pela efetivação de todos terceirizados, contra os cursos pagos, contra a privatização do HU, etc. É preciso superar esta perspectiva do movimento estudantil levantar demandas só dos estudantes. As lutas dos estudantes na UFF contra a Via Orla e Via CEM e na USP em apoio aos terceirizados da União e da BKM mostram não só como é necessário, mas como é possível construir um movimento estudantil que tenha em suas pautas o que vá muito além só do que afeta os estudantes!
Na luta por um movimento estudantil que defenda os interesses dos trabalhadores e do povo sabemos nada podemos esperar da UNE que defende justamente a privatização e terceirizações que “seu” governo aplica, ou de correntes como a Correnteza que apoiaram o atual reitor.  No entanto, vemos na prática política das maiores correntes anti-governistas e independentes da reitoria (maioria da ANEL, Não Vamos pagar Nada, Quem vem com tudo não Cansa) uma não superação deste movimento estudantil encerrado em si mesmo e sem pautar-se, sempre, por uma prática democrática, de assembléias.  
Por isso é necessário construir uma forte corrente estudantil aliada aos trabalhadores, que defenda uma educação gratuita de qualidade e para todos, pelo fim do vestibular e pelo fim dos monopólios privados da educação, pois a maioria da juventude permanece alijada da universidade gratuita e relegada ao ensino pago dos monopólios privados da educação. Que seja porta voz das demandas da população dentro e fora da universidade, denunciando e lutando contra a precarização da vida, que mantém a maioria da população a base de salários precários, saúde miserável, custo de vida caro, educação precária, transportes caros, sem acesso a cultura, lazer e esportes, além da repressão policial que militariza a vidas das pessoas nos morros e favelas, criminalizando a pobreza e naturalizando o assassinato constante da juventude negra e pobre. Que seja linha de frente no combate as opressões, ao machismo, a homofobia, ao racismo e contra a ingerência da Igreja e do Estado sobre nossos corpos e nossa vida. Que se alie a classe trabalhadora em cada luta, cada batalha para golpear esse sistema de miséria e opressão. Nós queremos construir junto a cada estudante uma juventude que se coloque a frente das tarefas de seu tempo.
Para isso temos que unir força com os setores que estão em luta neste momento como a greve nacional dos Correios que a mais de 17 dias, se colocam em luta por melhores condições de salário e trabalho e contra a MP do 532 do Gov. Dilma, que abre para o capital financeiro, preparando para a privatização. A luta em defesa dos trabalhadores doa correios faz parte da luta em defesa da educação gratuita, de qualidade para todos, contra a precarização para privatizar que acontece cotidianamente nas escolas e universidades Precisamos ir às assembléias, atos, organizando- nos junto aos trabalhadores e nas universidades para barrar esse ataque.

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