quinta-feira, 18 de julho de 2013

Às ruas contra a repressão à juventude em BH!

Ato em homenagem aos jovens mortos pela repressão durante as manifestações de junho em BH!

Por Juventude às Ruas - Belo Horizonte            

Douglas Henrique de Oliveira Souza e Luiz Felipe Aniceto de Almeida. Nas últimas semanas, esses dois nomes até então desconhecidos foram repetidos inúmeras vezes por inúmeras bocas. Os jovens, de 21 e 22 anos respectivamente, foram mortos pela repressão policial às manifestações de junho em Belo Horizonte. Repressão essa que veio não apenas da PM de Anastasia (PSDB), mas também da Força Nacional de Segurança, de Dilma (PT), que fez da UFMG sua base militar, com a permissão do reitor Campolina. Ambos caíram do viaduto José Alencar quando fugiam das inúmeras bombas de gás e balas de borracha.


            No último dia 16/07 nós, da Juventude às Ruas, construímos desde a Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça - MG da qual fazemos parte, um importante ato contra a repressão e a violência policial. Por quase uma hora desviamos o trânsito da Av. Antônio Carlos e, em homenagem aos dois jovens, mudamos o nome do viaduto, do burguês ex vice presidente, para "Viaduto Douglas Henrique e Luiz Felipe". A manifestação contou com cerca de 200 pessoas, além das famílias e amigos de Douglas e de Luiz Felipe. Foram feitas saudações das organizações, correntes, movimentos sociais e sindicatos presentes. Em uma importante e emocionante fala, um amigo de Luiz Felipe denunciou a truculência policial que tirou a vida de seu amigo. Não permitiremos que nossos mortos sejam esquecidos, nem deixaremos  nossos presos para trás!

 

            Ao fim do ato, em mais uma mostra de repressão e de uma verdadeira temporada de caça aos "vândalos" aberta pelos governos e suas polícias, as manifestantes Iaci Maria e Luísa, militantes da Juventude às Ruas e estudantes da UFMG, foram presas devido a um flagrante de pixação forjado pelo capitão da polícia militar, que pegou uma lata de spray do chão e declarou ter visto às duas pixando no viaduto os nomes dos companheiros homenageados. Não por acaso, elas haviam feito e segurado durante o ato uma faixa que denunciava que a polícia que reprime é a mesma que mata nas favelas todos os dias. As  duas foram liberadas de madrugada, depois de 7 horas na delegacia, onde chegaram a receber voz de prisão por dano ao patrimônio público e houve uma tentativa de fazer passar uma prisão por formação de quadrilha. As duas companheiras, mesmo negando o flagrante, responderão por crime ambiental em uma audiência marcada para setembro.


            Após a intensa jornada de manifestações de junho e a brutal violência e repressão com que foram respondidas, fica cada vez mais evidente a necessidade da luta contra a repressão e a violência policial! No dia seguinte ao ato, em mais um exemplo de repressão, a militante Mariah, do PSTU, foi presa enquanto participava de uma reunião dos GTs construídos a partir da Assembléia Popular Horizontal de BH. Em São Paulo, 119 estudantes foram presos na reintegração de posse da reitoria da Unesp, ocupada para exigir melhores condições de permanência estudantil. Há, por parte dos governos e suas polícias e mídias, a tentativa de dividir o movimento iniciado mês passado, entre "vândalos" e "manifestantes legítimos". Essa divisão legitima que sigamos tendo repressão, principalmente aos jovens pobres e negros, além de prisões arbitrárias e quase 100 mandados de prisão para serem encaminhados. Não podemos permitir tal divisão, nem que jovens manifestantes sejam considerados vândalos, perseguidos pela polícia! O necessário combate à repressão deve servir também para unificar toda a juventude que se levantou nas jornadas de junho, e deve ser parte de toda essa luta que se iniciou pelo transporte, e avançou por questões elementares, como saúde e educação.
            Essa polícia que reprime com truculência, e todos os dias assassina jovens, negros, trabalhadores, nas favelas e periferias, é herdeira da ditadura militar! A imprescindível luta contra a repressão de hoje deve ser também a luta pela memória e justiça de ontem. Que cada torturador e responsável por torturas, mortes e desaparecimentos da ditadura seja punido!
            Basta da repressão e violência policial! Pela liberdade imediata a todos presos políticos das manifestações! Pelo arquivamento de todos processos e mandados de prisão! Pela dissolução da polícia e todo aparato repressivo do Estado! Responsabilizamos os governos estadual (Anastasia/PSDB) e federal (Dilma/PT) pelas mortes de Douglas Henrique e Luiz Felipe!

Abaixo, vídeo da fala de Flávia Vale, militante do grupo de mulheres Pão e Rosas e da LER-QI, que constrói a Frente Independente pela Memória,Verdade e Justiça - MG:

           

COMPANHEIROS DOUGLAS HENRIQUE E LUIZ FELIPE: PRESENTE!

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