quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Xingu Vive na aliança entre trabalhadores e a juventude combativa!

por Biro (Campinas) e Carol

A Juventude Às Ruas saúda a jovem estudante da ETECAP que nesta primeira semana de dezembro, ao receber premio de Jovem Cientista das mãos da presidente Dilma, realizou um corajoso ato de protesto contra a construção da usina Belo Monte, escrevendo sobre seu próprio corpo: “Xingu Vive”.
Este ato foi um exemplo para todos aqueles que se indignam com a construção desta obra faraônica, que tem gerado muitas polemicas nacionalmente. Esta obra faz parte de um projeto maior iniciado na ditadura militar, com o objetivo de avançar sobre os recursos naturais de nosso país sob o discurso de “desenvolvimento”. O projeto foi retomado com centralidade pelo governo Dilma, seguindo os passos de seu antecessor, Lula, como parte do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), motor do projeto de país lulista que tem por objetivo transformar o Brasil numa grande "potência mundial" às custas de trabalho ultra exploratório e precário dos trabalhadores e da degradação do meio que vivem, tornando-o mais insalubre e miserável, em prol dos lucros bilionários das grandes empresas de construção civil e transnacionais. 
Mesmo a mídia burguesa não esconde que esta obra afetará violentamente as condições ambientais e sociais da região. Além de deixar milhares de casas e terras férteis e florestadas inundadas, destruindo um  ambiente rico em biodiversidade e o meio de sobrevivência de milhares de famílias, o rio abaixo da represa secará, deixando a população indígena e local sem recursos para se alimentar e sobreviver. Estas comunidades têm se organizado contra a construção de Belo Monte e de outras barragens há muitos anos e o movimento é ignorado pelos governos federal e estaduais e entidades federais como IBAMA e FUNAI, que mantem carta branca para as instalações dos canteiros das obras não obstante toda a catástrofe que representará para a população local e regional. Este empreendimento está atraindo milhares de trabalhadores para a região, mas o que os esperam são salários miseráveis e condições péssimas de sobrevivência em meio às obras, o que repercutirá na precarização em outros locais, como indústrias e mineradoras. Este é o desenvolvimento que o capitalismo tem a nos oferecer, em que essa degradação ambiental, cuja exploração dos recursos é feita de forma predatória, é decorrente da exploração de uma classe sobre outra.
Essa exploração vai encontrando seus limites. Tempos atrás acompanhamos um conflito em Jirau, um campo de obras deste mesmo projeto, onde trabalhadores semi-escravizados atearam fogo em seus próprios alojamentos como forma de protesto, tamanho era o grau de exploração que sofriam. Ao longo do ano, vimos também greves e paralisações nos canteiros de obras para a Copa de 2014, obras estas que são parte também do projeto lulista de país. Em Belo Monte não é diferente. Os trabalhadores da construção desta usina já deflagraram inúmeras greves e cortaram importantes rodovias, como a transamazônica. Reivindicam melhores condições de trabalho e denunciam casos absurdos de precarização do trabalho, como distribuição de alimentos estragados e companheiros que adoecem em seus alojamentos. O governo,  junto à burocracia sindical, tem mantido a intransigência absoluta tentando desviar o conflito, demitindo os trabalhadores mais destacados e que participavam das comissões de negociação. Já são mais de 150 demitidos. Além das denuncias de assassinato dos líderes dos trabalhadores, população indígena e ribeirinha, que aumentam a cada dia.
Nesse contexto, nós, a juventude, devemos estar ao lado dos trabalhadores, do povo indigena, e das populações pobres atingidas por esses desastres planejados pela burguesia e o governo, combatendo o projeto de país do governo petista, a exploração da classe trabalhadora nos campos e nas cidades e a perseguição política de centenas de trabalhadores e estudantes, principalmente no Pará, por lutarem contra a construção desta usina. Devemos reivindicar e seguir o exemplo da luta dos estudantes chilenos que, no começo do ano, fizeram manifestações de milhares nas ruas e ocuparam escolas reivindicando a não construção das cinco barragens na região da Patagônia, por todos os problemas que, assim como Belo Monte, originariam no país. Não é pedindo aos governos e depositando neles esperanças que Belo Monte, assim como o Novo Código Florestal, serão barrados, pois o governo é o maior aliado da burguesia e do agronegócio. A luta deve ser independente dos deles e dos empresários, ao lado da juventude trabalhadora nas ruas!
Chega de energia e desenvolvimento sujos de sangue da população, dos trabalhadores e povos indígenas! Convocamos toda a juventude a combater a construção de Belo Monte e o projeto de país do governo, lutando lado a lado com os trabalhadores contra a precarização do trabalho e da vida. Xingú vive, e a juventude gritará até o fim da exploração e opressão do capitalismo.

1 comentários:

Achei o texto um tanto quanto extenso demais, o que dificulta utilizá-lo como fonte de informação. A linguagem, se pá, também, não é das melhores.

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