sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Lutar contra o governo de Roseana Sarney junto aos trabalhadores e não com a polícia!



Em nota de 25/11 a ANEL-MA manifestou seu apoio e solidariedade aos policiais e bombeiros do Maranhão dizendo que “O aumento salarial de 30% e melhorias na condições de trabalho são mais que necessárias para que possam fazer o seu trabalho de proteção à população maranhense”. Como foi no caso do motim dos bombeiros no RJ, a direção majoritária da ANEL mais uma vez apoia reivindicações que só servem para fortalecer o aparato repressivo do Estado.

Agora o debate aparece novamente, só que pior ainda. Para além de achar que se aliar aos bombeiros e policiais é o meio para combater o governo de Roseana Sarney, o faz em torno de uma profunda adaptação ao senso comum colocando a polícia como protetora da população.

Embora para os marxistas o Estado, por meio do seu aparato repressivo , seja um instrumento de dominação de uma classe sobre a outra, não precisa ser marxista para saber que o papel da polícia não é de segurança e nem proteção. Como comprovam os moradores do município de Bequimão- MA, que no ínicio desse mês quando lutavam pela reconstrução da ponte do Balandro, foram duramente reprimidos pela polícia e os bombeiros com seus helicópteros, bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’agua. (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=mMvDdP4A440).

Os trabalhadores e a população do Maranhão sofrem com a repressão policial desde a época da “Balaiada” (revolta popular e de escravos frente a miséria promovida pela crise do algodão duramente reprimida pela Guarda Nacional no período regencial) até os tempos atuais de dominação da “oligarquia Sarney”. Foram centenas de greves reprimidas e milhares de assassinatos no campo. Um verdadeiro massacre ao povo indígena e aos quilombolas. A polícia do Maranhão é a mesma polícia que no RJ o governo Dilma e Cabral utilizam para a militarização dos bairros e favelas, promovendo um genocídio a juventude negra. A mesma polícia que em Rondônia prende estudantes e professores em greve. E que na USP sitia o campus, prende lutadores e está a serviço de um projeto elitista e privatista de universidade.

Ao defender o aumento salarial e melhor condição de trabalho para as forças repressivas, a direção majoritária da ANEL se soma a oposição burguesa do Maranhão como o ex governador e prefeito de São Luis João Castelo (PSDB), a ex-secretaria de segurança Eurídice Vidigal, e nacionalmente fortalece políticos como Bolsonaro que estão na linha de frente para aprovação da PEC 300 no Congresso Nacional.  
Os estudantes só têm uma alternativa para lutar contra o Governo de Roseana Sarney e é a partir da aliança com os reais trabalhadores e o conjunto da população pobre, e não com os órgãos repressores do Estado que farão de tudo para desarma-los em qualquer tipo de resistência.

 Nesse sentido, felizmente a posição da ANEL-MA não é consenso dentro da Entidade. Na USP aonde milhares de estudantes estão em greve contra a presença da PM no campus quem diz que a PM está para proteger é a Reitoria, o governo Alckmin, a Veja e Reinaldo Azevedo, justamente para esconder o caráter de repressão ao movimento estudantil e os trabalhadores. Será que é diferente no Maranhão? Provavelmente não, a única diferença está no PSTU que em São Paulo diz lutar contra a PM, porém no Maranhão defende “as melhores condições de trabalho” para repressão com o argumento de garantir  segurança para a população.

Nós da Juventude às Ruas que construímos a ANEL não nos solidarizamos com a greve dos policiais e bombeiros no Maranhão, porque consideramos que os estudantes brasileiros devem seguir o exemplo dos jovens que em Tahir organizam milícias de auto defesa no processo revolucionário egícpcio contra a junta militar, e dos encapuzados do Chile que se enfrentam com a polícia na defesa da educação pública. Assim como não é possível democratizar o capitalismo, também não é a sua polícia, por isso defendemos a dissolução de todo os órgãos repressores do Estado. Exigimos que a Executiva Nacional se reúna e publique nossa posição nos materiais e site da Entidade, já que a ANEL deve ser uma instrumento de frente única dos estudantes possibilitando a maior forma de democracia interna e não sendo apenas um aparato difusor da política do PSTU.  

Felipe Campos- Membro da Executiva Nacional da ANEL pela Juventude As Ruas (LER-QI + Independentes)

0 comentários:

Postar um comentário