segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sobre mentiras e provocações dos militantes do MES (PSOL) na USP

Diante de repetidas mentiras e provocações que vem sendo repetidas publicamente em assembleias e outros fóruns do movimento pelos militantes do MES (do PSOL, e corrente majoritária no DCE da USP), consideramos importante vir a público esclarecer alguns fatos. O método das mentiras é o método de nossos inimigos, dos governos, dos patrões, da mídia, e é lamentável que a direção do movimento estudantil se utilize deste recurso ao invés de fazer o debate político honesto e fraternal sobre os rumos que o nosso movimento deve tomar para atingir seus objetivos.
Também é lamentável que as demais correntes que compõem o DCE da USP (Movimento Primavera, também do PSOL, e o PSTU) sejam coniventes com este tipo de prática em sua gestão e em nenhum momento tenham se manifestado publicamente sobre esta atitude de seus companheiros de gestão. Pior ainda é que alguns militantes destas correntes tenham inclusive reproduzido algumas destas mentiras. São elas:

1) Os militantes do MES vêm repetindo que não construímos o ato do dia 1º de outubro, que não estivemos na linha de frente da construção desta luta.
2) Os militantes do MES vem espalhando que não construímos a ocupação da Reitoria.
3) Uma diretora do DCE e militante do MES, Sâmia Bonfim disse em assembleia da Letras que foi acordada (!) por um militante da LER-QI dizendo que iria embora da ocupação da Reitoria por estar com medo da polícia.
4) Os militantes do MES afirmam que somos contra as cotas raciais na universidade.
5) Os militantes do MES afirmam que a importante greve da Unesp que ocorreu durante o primeiro semestre deste ano foi encerrada sem nenhuma conquista.
6) Os militantes do MES, em especial seu dirigente Thiago Aguiar “acusam” o Sindicato dos Trabalhadores da USP de “economicista” e de “não conseguir fazer greve” e “não reintegrar o Brandão”.
7) Os militantes do DCE em geral vem dizendo que agimos de forma racista e machista contra seus militantes na assembleia da Letras.

Mas afinal, o que está por trás de tudo isso? Porque uma organização que eles dizem “não existir” gasta tanto tempo destes militantes do PSOL?

A resposta é simples: somos uma das poucas correntes que está desmascarando a política entreguista do DCE, majoritariamente dirigido pelo PSOL. Somos a corrente que denunciou a traição do DCE da Unicamp que terminou com a greve dos estudantes quando ela estava em seu auge. Somos a corrente que debatemos nacionalmente com esta organização, quando a mesma recebeu dinheiro de grandes empresas como da Gerdau, quando seus candidatos fazem frente com a burguesia como em Macapá, quando aprovam leis contra os trabalhadores como o SuperSimples. Mais do que isso, somos uma corrente no movimento estudantil que levanta as demandas dos trabalhadores e da população pobre e que portanto é um forte questionador da política corporativa do DCE por “diretas já”. Por isso, nossa política está tendo eco em diversos setores estudantis, numa assembléia de mais de 1500 pessoas onde claramente havia um voto pela continuidade da greve que era ao mesmo tempo um voto de repúdio a política do DCE. Então para “responder” a esta situação, o MES (PSOL) na USP decidiu por uma maneira bastante conivente para seus interesses: mentir e provocar os militantes da LER-QI e da Juventude Às Ruas.
A propósito de cada um dos pontos que elencamos, ainda que existam outros, só podemos dizer que todo o movimento estudantil, tenha acordo conosco ou não, sabe que estivemos no ato do dia 1º de outubro – as fotos comprovam, pra quem quiser acreditar. Todos sabem que passamos todas as noites na ocupação da Reitoria, pois somos uma organização que está nas lutas – não fosse isso não teríamos tido 13 presos na ocupação de 2011 e dezenas de processados na Unesp e Unicamp por participar de ocupações nas universidades e cidades, bem como dezenas de presos desde as manifestações de junho. Ao contrário, o DCE e o MES em particular, nos dias mais críticos para a Reitoria avançar com a reintegração de posse não estão na ocupação alegando motivos externos às decisões da Assembléia, que é soberana. 
Chega a ser cômico que a corrente estudantil que historicamente defende como programa central o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas, para dar uma resposta de fundo à questão do ensino no país e impor uma universidade a serviço dos trabalhadores e da população negra e pobre seja “acusada” pelo MES, com várias correntes do DCE fazendo coro, de não lutar por cotas raciais. Defendemos o programa de imediata implementação de cotas raciais proporcionais à população negra de cada estado, que em São Paulo significa 36% combinando com a luta pelo fim do vestibular. Fazem esta “acusação” pois na prática não defendem o fim do vestibular, encaram as cotas como uma reforma da universidade elitista tal como é e portanto não apresentam à população negra uma saída radical para a questão da exclusão dos negros na universidade. Ao contrário, nós temos orgulho do programa que defendemos, de termos em nossa corrente estudantes e trabalhadores negros que levam esta luta cotidianamente.
Os bravos lutadores da Unesp depois de uma combativa greve de mais de 3 meses, se unificando com trabalhadores e professores, em dezenas de campi arrancaram da Reitoria uma série de conquistas parciais. A diferença é que nós não transformamos estas conquistas parciais em "tremendas vitórias". Chamamos as coisas como são, sem embelezar e sem diminuir os avanços. Estão falando isso pra comparar com o termo de acordo que a Reitoria apresentou na USP: um punhado de "re-promessas", ou seja, promessas de anos atrás e uma brecha para a punição. Aí não tem nenhuma conquista parcial e muito menos uma "tremenda vitória". Por outro lado o Sintusp é um dos sindicatos mais combativos do país e não à toa sofre dezenas de processos, demissões, perseguição política e até ameaça de demolição. Talvez os militantes do MES não entendam porque praticamente não convivem com o Sindicato e com a luta dos trabalhadores (piquetes, greves, ocupações, manifestações, assembleias, reuniões de unidade, conselhos diretor de base, congressos, reuniões das secretarias do sindicato) mas não é por lutar por salários que o Sintusp está sendo perseguido. A Reitoria quer destruir o Sindicato porque sabe que é um Sindicato não corporativo, que a aliança com estudantes, professores, terceirizados pode ser explosiva e que sabe que o Sintusp denuncia fortemente a Reitoria e suas relações espúrias com empresários e o governo do Estado. Para encobrir sua política entreguista o dirigente juvenil Thiago Aguiar vem dizer que o Sintusp não faz greves e responsabiliza a LER-QI, a tal organização que não existe. Estão falando mesmo do Sintusp? Sim, estão, só esquecem de dizer que o Sintusp é m Sindicato que fez mais de 380 dias de greves nos últimos 10 anos. E depois que a direção do DCE simplesmente “sumiu” com a reivindicação de reintegração do Brandão da pauta estudantil, o dirigente juvenil Thiago Aguiar vem dizer que o Sintusp não reintegrou o Brandão. Isso é verdade. A diferença é que nunca abaixamos esta bandeira que segue viva na luta dos trabalhadores da USP, ao contrário de um DCE que retira essa pauta assumindo a todos que pouco lhe importa a aliança operária estudantil.
Para quem teve paciência de ler até aqui, fica a dica: aos que começam a questionar as direções do movimento que por muitas vezes são entraves para a luta dos estudantes, preparem-se também pra enfrentar este tipo de discussão. Nenhuma mentira, nenhuma provocação fará menos fortes as nossas idéias. Estamos nesta universidade lutando por sua democratização radical e para que esteja a serviço dos trabalhadores e do povo pobre e negro. Para isso enfrentaremos todos os inimigos, que são o governo, a Reitoria e sua burocracia acadêmica reunida no Conselho Universitário. Mas também lutaremos por um movimento estudantil democrático, aliado aos trabalhadores e que não permitem que as direções oficiais entreguem sua luta.

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