quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pela aliança operária estudantil, a Juventude às Ruas está ao lado dos trabalhadores dos bandejões!

Pablito e Solange falam na assembleia dos estudantes

Ontem, na assembleia geral dos estudantes da USP, os companheiros Pablito e Solange, trabalhadores do bandejão e diretores do Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp), fizeram uma fala expressando a posição dos funcionários dos bandejões em suas reuniões. Pablito falou sobre as absurdas condições de trabalho a que estão submetidos estes companheiros cotidianamente, com uma imensa sobrecarga que causa uma série de doenças nos trabalhadores, submetidos a um regime de trabalho que inclui três domingos por mês e um intenso assedio moral. Isto sem falar dos trabalhadores terceirizados dos bandejões da química e do período noturno do direito, que fazem o mesmo trabalho que todos os outros mas tem uma série de direitos a menos, além de receberem cerca de um quarto do salário dos efetivos.
Os companheiros do Sintusp expressaram como em 2007 uma conquista de nossa greve - a abertura do café da manhã e dos bandejões aos fins de semana - se reverteu em um ataque às condições de trabalho, pois a promessa feita pela reitoria de Suely Villela de contratação de funcionários para atender a demanda não foi respeitada. Se antes disso já havia sobrecarga de trabalho, depois a situação se tornou insuportável. A reitoria utiliza isto para precarizar o trabalho e dividir estudantes de trabalhadores, jogando uns contra os outros. Faz isto de forma consciente, pois sabe que nossa aliança tem um potencial explosivo para conseguirmos impor as mudanças que queremos nesta universidade. Assim, Pablito e Solange colocaram a demanda dos trabalhadores de que se suspendesse o termo do acordo que pedia a abertura do bandejão no jantar nos fins de semana, para que pudéssemos realizar reuniões com os funcionários que pautassem as suas demandas por melhores condições e avançarmos juntos na luta, garantindo as demandas dos estudantes e dos trabalhadores. O ponto do acordo foi suspenso temporariamente, até que se realize uma reunião entre Adusp, Sintusp, DCE e os trabalhadores dos bandejões.
Nós da Juventude às Ruas, desde a primeira assembleia em que esta proposta foi colocada, nos posicionamos no sentido de que não poderíamos colocar esta pauta sem garantir a contratação de todos os funcionários necessários. Uma conquista dos estudantes não pode ser um ataque aos trabalhadores. Contudo, tendo em conta a experiência da greve de 2007, as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos nosso companheiros trabalhadores do bandejão, a terceirização que precariza ainda mais o trabalho de uma parte deles, consideramos absolutamente legítimo que este item seja retirado do acordo e que o movimento estudantil abra um diálogo com os funcionários do bandejão sobre como podemos fortalecer as suas reivindicações. Defendemos que o movimento estudantil deve ter como objetivo estratégico sua aliança com os trabalhadores de dentro e de fora da universidade, entendendo que esta classe social - por ser aquela que produz toda a riqueza - é a única que tem o potencial para acabar de uma vez por todas com o capitalismo que impõe a desigualdade social e a miséria a um número cada vez maior de pessoas no mundo, que alimenta todas os tipos de exploração e opressão em nossa sociedade.
Nos colocamos incondicionalmente em defesa dos trabalhadores do bandejão, pela contratação imediata de funcionários, pelo fim da superexploração e redução da jornada de trabalho para seis horas, pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso público. Pelo fim do assedio moral e para que todas as demais demandas destes companheiros sejam atendidas. Lutamos para que o movimento estudantil de conjunto tome as bandeiras dos trabalhadores como suas, pois somente assim poderemos garantir o atendimento de nossas demandas, como mais bandejões, sem que isto se reverta em um ataque para os trabalhadores.

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