O programa
correto para combater o governismo, o burocratismo e a despolitização
Juventude Às Ruas FE-USP
Após uma forte discussão programática, que buscamos fazer abertamente
diante dos estudantes da Faculdade de Educação da USP e centrada nos principais
temas (do curso, da Universidade e da educação no Estado de São Paulo e no país),
haverá uma chapa unificada dos coletivos que constroem a ANEL no curso – a “Juventude às Ruas” e o “Para Além dos Muros” –, com estudantes
independentes que constroem ou estão conhecendo a ANEL, para as eleições do
Centro Acadêmico Professor Paulo Freire. Essa unificação se dá em contraposição
a uma chapa composta por Kizomba (PT),
Mutirão (PPL), UJS (PC do B) e Levante Popular
da Juventude (Consulta Popular), que representam uma concepção burocrática
de entidade, uma atuação despolitizante e uma política desorganizadora dos
estudantes, buscando colocar o movimento estudantil da FE-USP a serviço da
defesa das políticas privatizantes e precarizadoras do governo federal para a
educação, por um lado, e tenta adaptá-lo às estruturas e ao regime
universitários, por outro. Há membros da atual gestão do CAPPF nessa chapa que
a reivindicam como continuidade dessa gestão.
Construímos a chapa unificada “Para fazer a diferença - Oposição” com a perspectiva de uma chapa
militante e orgânica na faculdade, para atuar construindo o movimento
estudantil aí não somente durante as eleições. Na formação da chapa preservamos
a liberdade das organizações e dos independentes que compõem a chapa de debaterem
publicamente suas posições e críticas em materiais próprios, e até mesmo
expressar diferenças com a posição majoritária na chapa sobre questões que não
justificam apresentar chapas separadas.
A chapa tem como eixos principais os pontos centrais que a Juventude às Ruas intervirá no II
Congresso da ANEL:
1) a luta por outro projeto de educação e pela
democratização radical das estruturas de poder e do acesso à universidade,
partindo da confluência com as lutas dos professores da rede estadual e
municipal e com as lutas atuais dos estudantes da UNESP contra o PIMESP, por
permanência estudantil e acesso pleno à Universidade, contra as estruturas de
poder e contra a repressão e os processos aos estudantes e trabalhadores;
2) a organização de uma forte e massiva campanha contra a
repressão, desde a retirada da denúncia do MP contra os 72 estudantes e
trabalhadores da USP, pelo fim de todos os processos, revogação das punições e
reintegração dos 8 estudantes eliminados e de Brandão, denunciando a repressão
dos governos estadual e federal para além da USP;
3) a defesa das demandas democráticas das mulheres, dos
negros e dxs LGTTBI, que enfrentam a falta de acesso e de permanência
estudantil, a falta de creches, a escravidão do trabalho sob a terceirização e
até a supressão de sua história na produção de conhecimento;
4) uma entidade estudantil concebida de maneira
radicalmente democrática, que seja próxima dos estudantes e controlada pela
base – com gestão proporcional, a garantia de um Congresso dos Estudantes e
organizado a partir de suas assembleias.
A partir desses eixos o programa da chapa articula uma
série de questões fundamentais a serem levadas à frente, como a necessidade do
fim do vestibular, através da estatização das universidades privadas e o necessário
investimento público; a dissolução da atual estrutura de poder da universidade
para a constituição de um governo de trabalhadores, estudantes e professores (tripartite);
a efetivação dos trabalhadores terceirizados sem a necessidade de concurso
público; a atuação ativa do movimento estudantil ao lado dos trabalhadores; a denúncia
do papel do Estado e das diferentes polícias no genocídio do povo negro e pobre;
a necessidade do direito das mulheres ao seu próprio corpo, pela via da
garantia do Estado à maternidade plena – com exames médicos gratuitos na
gestação, lavanderias, creches e restaurantes públicos – e ao aborto legal,
seguro e gratuito, partindo de educação sexual não moral e contraceptivos para
não engravidar.
Estes são os elementos programáticos fundamentais que uma
entidade estudantil antigovernista precisa defender para combater a política das
reitorias e dos governos, assim como desmascarar as entidades chapa-branca,
como a UNE, permitindo alcançar os jovens que ainda permanecem em seu interior sob
as influências dos Coletivos que atuam dentro do movimento estudantil com essa
política. Somente esses elementos podem permitir que o movimento estudantil conflua
com a classe trabalhadora e os setores mais oprimidos e explorados do povo, e é
esse o programa que baliza a atuação da Juventude
Às Ruas em todos os lugares em que intervimos.
Consideramos a formação de uma chapa
unificada com o Coletivo Para Além dos
Muros e estudantes independentes, em torno destes eixos e pontos
programáticos, um importante avanço no movimento estudantil e por isso fazemos
um chamado ao Coletivo Para Além dos
Muros a ampliar essa frente única nos outros cursos e entidades estudantis
da USP em que estão, diferentemente do que estão fazendo, principalmente no DCE
em que compõe uma gestão junto com o PSOL (Juntos/MES
e Rompendo Amarras/CSOL-1ºdeMaio) que não está tomando nenhuma medida para
cumprir a tarefa fundamental de construir uma massiva mobilização contra os
processos e a repressão, nem contra o PIMESP e pela permanência e acesso pleno
à Universidade, com a perspectiva de confluir nessa luta com os estudantes da
UNESP. Do mesmo modo, chamamos o PSTU,
que constrói esse coletivo, para que leve também esse exemplo para o II
Congresso da ANEL, para que a experiência e o programa da chapa “Pra fazer a
diferença” da FE-USP sirvam de exemplo para o movimento estudantil nacional, e
façamos dessa entidade nacional uma alternativa de projeto de educação e de
atuação para todos os estudantes do país desde as lutas em curso.
Nós, da Juventude
às Ruas, estaremos no II Congresso da ANEL defendendo todo o programa da
chapa unificada “Para fazer a diferença –
Oposição” e chamamos todos os estudantes a construirmos esse programa,
desde a ANEL para todos os nossos cursos nacionalmente!
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