terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Curso de Férias da Juventude Às Ruas - O cenário internacional e a necessidade da construção de uma juventude revolucionária -


No final de semana dos dias 02 e 03 de fevereiro cerca de 100 jovens participaram do “Curso de Férias” da Juventude Às Ruas, reunindo estudantes universitários, secundaristas e jovens trabalhadores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

O debate que motorizou a reflexão desse final de semana se deu em torno dos principais processos econômicos e políticos nesse quinto ano da crise capitalista, a partir do estudo do artigo "Luta de classes e novos fenômenos políticos no quinto ano da crise capitalista”, de Claudia Cinatti, publicado na revista Estratégia Internacional Brasil nº6. A Primavera Árabe, rastilho de grandes revoltas que desencadearam processos revolucionários, deu um golpe de morte nos 30 longos e penosos anos ausentes de qualquer revolução. Somado a isso, a intermitente crise na zona do euro, e a total falta de perspectiva de uma resolução burguesa para ela reatualizam a definição de Lênin de que vivemos em uma época de “crises, guerras e revoluções.” 

Com o reascender da luta de classes, na qual a classe operária começa a exercitar sua musculatura e a juventude luta contra o sombrio futuro anunciado pelo FMI, buscamos analisar detalhadamente os avanços e contradições desse momento histórico que vivemos. Diferentemente daqueles que são céticos ao despertar de amplos setores de massas à vida política como também daqueles que embelezam esses processos escondendo suas contradições, partimos do próprio legado estratégico do marxismo revolucionário para sacar conclusões que nos ponham ao lado da história e nos prepare para as tarefas que estão colocadas na ordem do dia. 

A intervenção militar do imperialismo na Líbia exercendo um efeito contra-revolucionário na luta contra a sangrenta ditadura de Kadafi, tentativas de desvios democráticos burgueses como no Egito, partidos reformistas como o Syriza (Grécia) que encantam a esquerda mundial, a emergência de enfrentar os planos de austeridades com ações de unificação da classe operária, e a necessidade que essa apresente uma alternativa independente para monstruosa crise do capitalismo em decomposição, foram alguns dos eixos que perpassaram o debate. 

Armados dessas conclusões surge a necessidade de construirmos uma forte juventude internacionalista que atue na perspectiva de se aliar à classe operária. Nos ligar à única classe verdadeiramente revolucionária, a única capaz de hegemonizar os interesses de todos os oprimidos, disputando o projeto de universidade para colocar seu conhecimento a serviço dos trabalhadores será determinante para darmos passos seguros na luta pela emancipação de toda humanidade. 

Queremos disputar cada entidade para que os estudantes possam se armar com um programa capaz de concretizar essa aliança. Sabemos que as atuais direções do movimento estudantil são um verdadeiro entrave para a consumação desse pacto operário universitário. Os braços do governismo no movimento estudantil já demonstrou que prefere estar do lado dos governos e dos grandes empresários. As organização anti-governistas como PSTU e PSOL se mostram cada vez mais adaptadas ao status quo do regime universitário se mantendo no velho corporativismo rotineiro que fecha os olhos aos reais problemas da atualidade. 

É necessário sacudir essas velhas práticas políticas incapazes de responder a própria realidade internacional. A atual etapa reacende a célebre frase de Marx: “as condições sociais petrificadas devem ser compelidas à dança, fazendo-lhes ouvir o canto da sua própria melodia”. Para transformar essas idéias em força vital, e pôr abaixo a atual ordem das coisas, convidamos cada jovem, estudantes e trabalhadores, a se incorporar nessa apaixonante e necessária tarefa, construindo conosco a Juventude Às Ruas.




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