Nas últimas semanas
tivemos acesso a notícias atrozes vindas da população da Zona Leste de São
Paulo. A Polícia Militar ataca os moradores e moradoras do Jardim Elba e da Favela da Ilha
num regime de terror. Invasões de casas, abordagens truculentas, toques de
recolher, práticas de tortura com fios desencapados e baldes de água,
estabelecimentos do comércio fechados, espancamentos.
Este cenário se deu
após a morte de um policial na região. Em represália ao ocorrido, numa espécie
de vingança, os policiais simplesmente disseram que a população deveria
permanecer em “luto”, assim como a corporação policial.
Revoltados com a rotina
de medo imposta pela força repressiva do Estado, a população se organizou em
uma manifestação contra a violência da PM no dia 28 de Dezembro fechando a
passagem que liga Santo André a São Paulo. A Polícia novamente usou de
violência com bombas de gás e balas de borracha.
Apesar da organização
da população, que tem uma tradição de lutas por outras demandas, uma vez que
sofre pela falta de equipamentos urbanos, as práticas de intimidação
continuaram nos primeiros dias do ano, com denúncias acerca de pessoas baleadas
por homens não identificados em motos.
Essas notícias emergem
ao mesmo tempo em que o apartheid brasileiro é desnudado pelos “rolezinhos” dos
jovens de periferia de São Paulo. Os/As jovens negros/as impedidos/as de passear nos
espaços elitizados que são os shoppings, a não ser como trabalhadores/as precarizados/as, são os mesmos que convivem com a repressão policial cotidiana,
bem como com diversas privações na vida, entre elas a de espaços de lazer nas
periferias.
A práticas de violência
na zona Leste, os rolezinhos, a crise penitenciaria explodida recentemente no
Maranhão, os índices que apontam limites ao crescimento econômico liberados
pelo Dieese nos primeiros dias de Janeiro, são partes de um mesmo momento
histórico que passamos, evidenciado desde 2008 no mundo, e desde Junho de 2013 no
Brasil, com um novo período da luta de classes nacional que está em aberto.
A truculência policial
na Zona Leste é resultado da história de um país construído na base da chibata.
Por todos os lados a classe dominante, quando não consegue por outros meios,
exerce sua dominação com truculência, organizando sua violência através da
polícia, instituição calcada no racismo. Esta história não pode mais ser
invisibilisada, e não faltarão esforços para trazê-la à tona. Nós da Juventude
às Ruas expressamos aqui total repúdio às práticas violentas da polícia na Zona
Leste!
Todo apoio à população do Jardim Elba e da Favela da Ilha!
Pelo fim das Polícias!
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Foto publicada junto a artigo disponível em http://www.brasildefato.com.br/node/27075#.UtWUdhfaj_M.facebook |
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