segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A crise da UERJ precisa de uma resposta à altura

Por Carolina Cacau, coordenadora do Centro Acadêmico de Serviço Social da UERJ e militante da Juventude Às Ruas.



A UERJ está em uma imensa crise. Atrasam bolsas estudantis e dos residentes, atrasam salários dos técnicos e professores contratados, constantes quedas de energia, salas de aula sem climatização em meio a um verão com recorde de calor, déficit de professores e neste momento a escandalosa situação de centenas de famílias que passam fome pelo atraso de já dois meses nos salários dos terceirizados da limpeza, manutenção e segurança. E esta situação, se não a derrotarmos tende a se repetir e piorar nos próximos meses.


Esta precarização da universidade atinge a toda educação e a saúde da população atendida pelo Hospital Pedro Ernesto, mas antes de mais nada atinge os negros. Justamente na universidade que era um símbolo nacional por ser a primeira universidade a ter cotas, quem fica sem salários são os terceirizados, em sua maioria negros, e os bolsistas, que são em uma grande parcela justamente os negros cotistas. Ou seja esta precarização da UERJ é também sua elitização e “embranquecimento”.


Quem faz estes ataques? O reitor Vieiralves que atua de forma ditatorial na universidade, fazendo tudo via decretos e sem a menor discussão com a comunidade universitária sobre o que deve ser priorizado, como ela deve funcionar. E isto é feito sob as ordens do Governador Luiz Fernando Pezão que está implementando um corte em todo o funcionalismo. Ele anunciou um corte de 25% no orçamento de custeio em todas as áreas no Estado do Rio de Janeiro. Com a queda da arrecadação no estado do Rio de Janeiro pretendem arrochar os salários, cortar verba nos serviços públicos, como na saúde e educação, aumentar várias tarifas e impostos, como luz e transporte, ao mesmo tempo continua milionárias isenções de impostos às grandes empresas e continuam as obras faraônicas das Olímpiadas, entre outras.. Na UERJ, UEZO e UENF, o ataque vai atingir maiores proporções: na última semana Pezão declarou que cortará 144 milhões das estaduais. Ou seja a atual situação da UERJ só tende a piorar.


Um ataque neste nível exige uma resposta à altura: a perspectiva que estudantes, trabalhadores e professores construam uma grande greve massiva, que mobilize dezenas de milhares em cada unidade e curso para barrar este ataque. É preciso que uma forte greve de todos os setores da universidade que permita defende-la mas também reorganizá-la, democraticamente, escolhendo sua forma de funcionamento, financiamento, etc. Para avançar em organizar uma força e perspectiva como esta que nós propomos todos os setores da universidade: estudantes, funcionários, professores, terceirizados, trabalhadores do Hospital Universitário Pedro Ernesto, e CAP à construir um Congresso da UERJ que debata a luta que precisaremos travar e um programa com o conjunto da universidade para responder a crise. Um espaço como este é fundamental para a construção da luta e que fortaleça com uma saída de fundo a greve em unidade desde a base de todos setores.


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