sábado, 3 de janeiro de 2015

Fuvest: o filtro social que fecha a USP


Nos dias 4, 5 e 6 de janeiro será realizada a segunda fase da Fuvest. Mais de 30 mil inscritos para pouco mais de 11 mil vagas. Todos os anos o filtro social do vestibular impede que milhões de alunos por todo o país tenham acesso a uma educação pública e de qualidade.
 
A apreensão e o nervosismo na hora da prova são só alguns dos desafios que os candidatos precisam enfrentar. O vestibular foi criado para selecionar e para excluir a maioria dos jovens do acesso à educação. Não é a mesma coisa para um aluno que estudou a vida inteira nos “colégios de ponta” fazer a Fuvest do que é para um aluno de escola pública. E apoiando-se nos poucos que conseguem furar esse filtro, superando todas as dificuldades encontradas, que a universidade sustenta que o vestibular é o meio mais democrático de acesso ao ensino superior. Afinal, se você se esforçar e se dedicar, passará pelo vestibular. O mérito individual se sobressai e o Estado não garante um direito democrático mínimo: o acesso à educação.
 
A juventude excluída da universidade através desse filtro chamado vestibular é majoritariamente negra e filha da classe trabalhadora e a USP hoje, uma das universidades mais racistas e elitistas do Brasil, procura se fechar cada vez mais em si mesma e nem ao menos discute demandas mínimas como as cotas raciais.
 
A grande maioria dos alunos das escolas públicas nem sequer se inscreveram para a Fuvest. A dura realidade desses alunos, quando conseguem se formar já que os números de evasão escolar são altíssimos, passa longe de uma universidade pública. Na maioria das vezes tudo o que eles almejam é passar em uma universidade privada, cuja graduação é totalmente voltada para o mercado de trabalho e a produção de conhecimento para atender os interesses do capitalismo. Para pagarem sua formação, trabalham em empregos precários e deixam grande parte do seu salário com os grandes capitalistas que lucram fazendo da educação uma mercadoria.
 
A educação é um direito básico e é dever do Estado garantir que todos tenham acesso a esse direito. Contudo em uma sociedade dominada pelos interesses do capitalismo, onde a educação não passa de mercadoria para atender os interesses dos grandes magnatas do ramo, esse direito é negado a maior parte da população. Mas para que todos tenham acesso à educação é preciso lutar uma democratização radical da universidade através das cotas proporcionais ao número de negros do estado e rumo ao fim do vestibular! E essas reivindicações não bastam! É preciso também lutar também pela estatização de todo o sistema de ensino, sob controle dos estudantes e trabalhadores. Essa é a única forma de garantir esse direito básico para toda população.


1 comentários:

Concordo!

Fim ao vestibular!

Saudações libertárias!

Rodrigo Sérvulo da Cunha
Coletivo Advogados para a Democracia
www.coade.net.br

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