sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Carta da Juventude do PTS aos jovens mexicanos: todos somos #43!

Em nome da Juventude do PTS na Argentina saudamos e nos solidarizamos com as e os jovens e trabalhadores que se colocaram de pé em todo o México, contra este verdadeiro crime de estado, levado a frente pelos partidos dirigentes, o PRI, PAN e o PRD, encarnados hoje na figura de Peña Neto, com a cumplicidade com as forças de segurança, estatais e paraestatais e os cartéis de narcotráfico.
Nos somamos a luta e protesto internacional exigindo a aparição com vida dos 43 estudantes “normalistas”, contra as desaparições forçadas e pela liberdade dos presos políticos que Peña Neto e a “justiça” desta democracia assassina está encarcerando em seus cárceres desde o 20N e antes.
Ayotzinapa atravessou fronteiras, destapando uma realidade de dar calafrios. Contabilizando-se desde 2006 até agora se estima que houveram, segundo organizações civis, de familiares e de direitos humanos, 40 mil pessoas desaparecidas. Também se registram 120 mil assassinatos e 300 mil desaparecidos. Dados alarmantes.

Os normalistas de ayotzinapa são jovens estudantes que aspiram ser professores, lutam contra a reforma educativa e a repressão. Por isso este ataque foi direto contra os lutadores sociais, tocando assim as “fibras” mais profundas e sensíveis de todo um país.

A indignação aumenta a cada minuto. Já são dezenas de milhares os que nas ruas do México e todo o mundo reivindicamos a aparição com vida dos 43 estudantes normalistas desaparecidos. São dezenas de milhares os que gritam “Basta”! É um povo inteiro que se levanta contra os governos opressores mostrando ao mundo uma lição valiosíssima de luta.

A partir de nossa organização irmã no México, o Movimento dos trabalhadores socialistas (MTS) viemos sendo parte ativa deste enorme grito internacional!

Os jovens que se revelaram e ocuparam a praça Tahrir no Egito durante a primavera árabe em 2011 contra uma ditadura de outrora; os indignados que tomaram a Praça do sol no Estado Espanhol e enfrentaram os planos de ajuste de Zapatero e o regime; a juventude “sem medo” chilena, são os mesmos que hoje gritam: VIVOS OS LEVARAM, VIVOS OS QUEREMOS! FOI O ESTADO! FORA PEÑA NETO!

São os “Yanques” de sempre

Esta realidade que vive o povo do México, não somente é responsabilidade do governo mexicano atual, como é planejada pelos Estados Unidos, sempre interessado em manter a América Central e Latina como seu jardim dos fundos, usando sua hegemonia no mundo para impor governos e políticas que estejam a seu serviço em todo continente. É o imperialismo norte-americano que sustenta o estado assassino e o regime mexicano.
A raiva que mostra a juventude do México é a mesma que expressam os jovens nos Estados Unidos que se levantam contra o racismo e querem justiça por Mike Brown. A juventude indignada sai as ruas, mas também reivindica moradia, trabalho e saúde. Luta para acabar com a repressão policial, a perseguição e amedrontamento da população afro-americana e latino-americana. Não acreditamos que um presidente negro fosse expressão de mudanças na vida dos explorados e oprimidos nem nos EUA, assim como tampouco no resto do mundo; e as condições de vida dos negros e latinos, assim como as políticas militaristas e de invasão da Ásia ou América Latina são prova disso.

Na Argentina, um jovem é assassinado pelas forças repressivas a cada 28 horas. A polícia hostiliza e persegue a quem se negue a roubar e trabalhar para eles, como o caso de Luciano Arruga, assassinado pela polícia de Buenos Aires que desapareceu pela segunda vez com Julio López, testemunha nos julgamentos contra os genocidas da última ditadura militar, que levou a desaparição de 30 mil companheiros; pelos quais seguimos lutando de maneira incansável, junto a organismos sociais e de direitos humanos independentes, exigindo memória, verdade e justiça, denunciando a cumplicidade do governo do momento e do estado.
É a mesma maldita Polícia no México, Argentina e nos EUA. Porque nãos e trata de um policial, mas de toda a instituição, aqui e no mundo.

6D: que o grito pelos estudantes normalistas se escute em “Argentinos Juniors”


Em nosso país, no entanto, não temos assistido a mobilizações massivas. O descontentamento que atravessa os jovens e trabalhadores vem se expressando de maneira paciente mas sustentada. A partir da Juventude do PTS, como parte da Frente de Esquerda, colocamos todas nossas forças para organizar os jovens estudantes e trabalhadores nos locais de estudo e trabalho. Lutamos para construir centros acadêmicos de estudantes, militantes, nas principais universidades do país, assim como em secundaristas e “terciários”, mostrando a unidade operária-estudantil nas ruas junto dos indomáveis operários e operárias de LEAR, assim como de Madygraf, ex-Donneley; questionando o caráter de classe da universidade e impulsionando atividades culturais, aonde participam centenas de estudantes. Somos os que bancamos as duras repressões do Governo na “Panamericana”,que lutamos nas fábricas contra as burocracias sindicais amigas da presidenta Kirchner (como o SMATA) ou do resto dos partidos dos governantes. Somos as jovens que nos organizamos em nossos locais de estudo, trabalho ou bairro e cercamos as ruas contra a violência contra as mulheres e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito e por isto uma delegação do Pão e Rosas de mais de 1200 companheiras disse “PRESENTE” no Encontro Nacional de Mulheres este ano em Salta. Desde a Juventude do PTS, como direção dos Centros Estudantis da Faculdade de Filosofia e Letras e a Faculdade de Ciências Sociais da UBA (Universidade de Buenos Aires), demos a luta e conseguimos que suas autoridades se pronunciassem pela aparição com vida dos 43 estudantes normalistas. Nos identificamos no Congresso e legislaturas com nossos deputados da Frente de Esquerda como Nicolas Del Caño, que dão estas lutas nesta cova de ladrões para que a voz dos trabalhadores, jovens e as mulheres chegue ali, assim como também se enfrentam com a polícia nas repressões e se mobilizam junto a nós.

Seria um orgulho para nós se nossxs irmãs e irmãos mexicanxs fossem parte do ato no dia 6 de dezembro em “Argentinos Juniors”, para fechar um ano repleto de iniciativa política em todos os terrenos, mas com objetivos claros: preparar esta força poderosa de trabalhadores, jovens e mulheres que, organizados em um partido revolucionário, se disponha a conquistar a todos nossos direitos e neste sentido, como diria Marx, nos preparar para tomar o céu de assalto. Os esperamos!

Um abraço Fraternal
Xs Companheirxs da Juventude do PTS- Argentina/2014

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