segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nesse 15M retomemos as demandas de junho junto aos trabalhadores!!!


Vamos já ao encontro do primeiro aniversário das Jornadas de Junho de 2013 em meio a um convulsivo cenário nacional, marcado por greves operárias radicalizadas que colocam para a juventude a possibilidade de voltar a fazer história e se provar um aliado estratégico da classe trabalhadora.

Nesse dia nacional de lutas da juventude contra os mega-eventos, precisamos retomar as demandas de junho que marcaram nosso país, e oferecer uma resposta concreta para os anseios de milhares que tomaram as ruas e seguem sem serviços básicos acessíveis, de qualidade e para todos.
Acreditamos que, frente a esta possibilidade e a nova situação que vivemos no país desde Junho de 2013, é necessário que a Juventude tenha uma estratégia para vencer: Construir a luta ao lado dos trabalhadores e paralisar e construir ações desde a base das universidades e escolas neste.

2014 começou marcado por uma nova conjuntura nacional, onde as greves operárias tomam as ruas impondo suas demandas goela abaixo dos governos, burocratas sindicais e patrões. A greve dos garis que, sendo um exemplo da força dos trabalhadores paralisando a prestação dos serviços, apontou o caminho para a juventude que se via impotente frente a defesa de suas bandeiras. Frente a força dessa greve, ficou demonstrado o fracasso da tática black block para arrancar direitos, por um lado, e, por outro, a falência das direções anti-governistas do movimento estudantil e operário, com ênfase em PSOL e PSTU,  que se prepararam para a luta de classes de maneira que não puderam cumprir nenhum papel determinante nas massivas mobilizações de Junho.

Com importantes greves em curso, como de professores em São Paulo, rodoviários no Rio de Janeiro, Garis em BH, milhares de operários da Petrobrás em Cubatão, as direções do movimento estudantil devem organizar os estudantes para que prestem solidariedade ativa aos trabalhadores, combinando esta às suas próprias demandas no sentido de fortalecer ambas as lutas e construir uma rede de solidariedade que defenda a organização independente dos trabalhadores e a organização desde a base dos estudantes para superar o corporativismo ligando as lutas as necessidades da sociedade.

Para avançar nessa perspectiva, é preciso, em primeiro lugar, combater a burocracia estudantil da UNE que joga contra as mobilizações e neste momento convoca a juventude para trabalhar de graça para que a FIFA aumente seus lucros!

Organizações de esquerda como PSTU e PSOL que dirigem entidades importantes no país, em Junho não conseguiram oferecer uma alternativa de organização à juventude, o que foi um dos principais pontos que determinaram seus limites. O fato de não haver organização desde as estruturas de base, que levantasse demandas claras é um dos desafios que a esquerda deveria buscar responder neste 15M. Para isso é preciso que as direções do movimento estudantil superem sua lógica de militar por aparatos, desligadas das bases. É preciso chamar assembleias de curso para construir o 15M, que desde as bases se discuta as demandas e organizem paralisações para garantir que todos possam sair às ruas.

O movimento estudantil precisa entrar no cenário político nacional dizendo claramente que está organizado ao lado dos trabalhadores e contra todas os setores que os atacam: os governos, as burocracias sindicais e as reitorias!

É necessário ter um plano de luta claro que arme a juventude para o combate, garantindo que nossas bandeiras se liguem aos levantes operários! Apenas assim, superaremos os obstáculos impostos pelas burocracias governistas e patronais que impediram que os trabalhadores se mobilizassem em Junho e confluíssem com as manifestações do ano passado. 

É, neste sentido, necessário um passo decidido nesse dia de 15 de maio, para que as entidades estudantis organizem panfletagens, chamados a atividades conjuntas e demonstrações de solidariedade, junto dos trabalhadores em luta, como os metroviários e rodoviários de SP ou educadores do RJ, novamente em greve.

 Que todo filho de trabalhador esteja na Universidade pública! Estatização do ensino privado sob controle dos que trabalham e estudam, e fim do vestibular!

 A educação é, supostamente, um direito universal da humanidade, contudo 95% dos jovens  brasileiros não tem acesso à universidade pública.

O projeto de universidade no Brasil mantém alguns polos de excelência que, a partir do vestibular, excluem a juventude negra e pobre. O conhecimento fica restrito a uma elite branca e por fora das reais necessidades e interesses dos trabalhadores e da população. As universidades são geridas por uma estrutura universitária na qual a burocracia acadêmica se enriquece com supersalários e luxos usando dinheiro público para, além de tudo, direcionar a Universidade a pesquisas que só geram lucro a uma minoria de empresas. Os trabalhadores e seus filhos só entram na universidade para trabalhar, sendo os negros os mais precarizados e que ocupam os postos terceirizados.

Enquanto a maioria dos jovens ou não tem acesso ao ensino superior ou precisam pagar cursos precários em universidade privadas, o governo do PT fala em democratização do ensino. , Escondem que esta suposta democratização é uma política aberta de fazer com que a classe trabalhadora se endivide em Universidade Privadas. Dessa forma, garantem lucros exorbitantes para os monopólios da educação ao mesmo tempo em que defendem como “verba pública” o financiamento direto do governo aos monopólios a partir de programas como PROUNI, que pagam as vagas ociosas para os monopólios, sendo que, com esse custo, poderiam ser abertas 3 vagas nas universidades públicas.

Além disto, há o REUNI, combatido em 2012 na Greve de todas as Universidades Federais, que é uma expansão do número de vagas, sem investimento: são abertas muitas vagas, mas não há professor, sala de aula, restaurante universitário, bolsas, moradias....
 Precisamos lutar para que todo estudante esteja na Universidade pública como parte de retomar as demandas de Junho. Isso só é possível se os estudantes das universidade privadas, das públicas e toda a população que não tem acesso ao ensino, lutarem por um programa que unifique seus interesses e responda até o final as suas demandas.

Por isso levantamos a necessidade da estatização das Universidades privadas e o fim do vestibular, nos colocando neste caminho, na linha de frente da luta por cotas proporcionais ao número de negros em cada Estado, dando um sério combate ao vestibular racista e elitista que impede que a juventude e negra possa estudar.

 Não podemos mais aceitar que a educação seja restringida pelo interesse do lucro de algumas “indústrias do ensino”, a educação tem que ser 100% pública e controlada pelos estudantes, trabalhadores e professores, assim lutamos ao lado dos professores e trabalhadores da educação contra a precarização do trabalho e pela qualidade do ensino.

Redução imediata das passagens
em luta pela Estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e usuários.

Desde junho a demanda por transporte se mantém viva. Isso porque, mesmo com a conquista da redução, o não aumento das tarifas não consegue responder o problema estrutural dos transportes no país: a super lotação dos metrôs e ônibus, os salários de miséria dos trabalhadores, os acidentes, e as altas tarifas para premiar tudo isso.

O início do ano começou com uma forte greve dos rodoviários do Rio Grande do Sul que conseguiu superar a direção burocrática do sindicato e levantar demandas que se unificavam com a população, como redução das passagens. Mas esse foi só o começo, no mês do 15M a juventude pode na pratica se unificar com os trabalhadores do transporte, no Rio de Janeiro estoura uma greve dos rodoviários e já começa radicalizada, em Campinas os trabalhadores da linha verde entram em greve, no metrô de São Paulo a categoria vem se organizando para parar, enquanto em MG as catracas são abertas para a população como parte da luta dos trabalhadores terceirizados.

Junto a uma categoria que se agita, existe um descontentamento generalizado na população com a qualidade e o preço do transporte público, uma expressão disso são os centenas de ônibus queimados pelo Brasil, mostrando que o transporte virou um símbolo de luta desde Junho.

Contudo a demanda de tarifa zero levantada em Junho mostrou suas limitações ao não questionar principalmente quem administra os transportes no país, onde os governos junto as empresas privadas transformam um direito da população, num negócio de altos lucros, formando verdadeiras máfias que dirigem os escandalosos esquemas de corrupção.

Os distintos projetos propostos para resolver o caos do transporte, seja pelo MPL, seja por “progressistas” dentro e fora dos governos, se esqueciam, propositadamente, de uma questão crucial: que o transporte deve ser público e, efetivamente um direito. Em todos seus projetos, contabilizavam formas de, mantendo a propriedade privada do transporte, encontrar uma forma menos custosa para o trabalhador e usuário.

É preciso dizer não! Levantamos bem alto a demanda da redução imediata das passagens, no trilho da luta pela estatização dos transportes públicos sobre controle dos trabalhadores e usuários, retirando esse direito das mãos das grandes máfias e passando para a mão dos trabalhadores que, ao gerirem o transporte, verão que podem administrar toda a sociedade como única saída para os problemas estruturais de nosso país.

Basta de repressão aos que lutam! Basta de assassinatos da juventude negra!

No país do pelourinho e das chibatas, a luta da população negra sempre foi tratada com repressão. A polícia brasileira é a mais assassina do mundo, e todos sabem que matam principalmente os jovens negros.

Contudo depois de Junho essa instituição reacionária esta cada vez mais questionada, o ódio à policia explodiu depois da morte de Amarildo, e a cada novo assassinato o morro se revolta, foi assim com Claudia Ferreira e com DG, e são apenas uma pequena demonstração do papel fundamental da luta negra como parte de uma luta indissociável pela transformação radical dessa sociedade. Basta de assassinatos da juventude negra! Fim das UPP’s e dos tribunais militares! Nenhuma confiança na policia e em nenhum órgão repressor do Estado! Abaixo a repressão aos que lutam! Fora o Exército dos morros e favelas! Nossas universidades não servirão de base para a repressão durante a Copa!




0 comentários:

Postar um comentário