CONTRA REPRESSÃO, A REITORIA E SEUS PROJETOS!
POR OUTRO PROJETO DE UNIVERSIDADE!
POR OUTRO PROJETO DE UNIVERSIDADE!
Uma semana já
bastou para termos a prova de que toda a Unicamp está atravessada por questões
que dizem respeito à discussão de qual projeto de universidade queremos e
precisamos. Tanto na discussão da consulta para reitor, passando pelos
processos repressivos da USP e UFMT, como nos absurdos casos de homofobia que
ocorreram na festa do babado. E, nesse sentido, como a repressão é o pilar para
a manutenção do projeto da reitoria.
Temos dois
candidatos a REItor: Saad é a expressão repressiva da política atual do CRUESP,
que prendeu os 72 estudantes e trabalhadores da USP, profundamente atrelado ao
PSDB no estado de São Paulo; e Tadeu, membro da FIESP, que quer aparecer como
suposto "linha leve", mas que, quando reitor em 2007, orquestrou a
derrota do movimento estudantil com falsas promessas e uma comissão punitiva
contra 5 estudantes que participaram da greve, abrindo sindicâncias que só
foram barradas graças à mobilização estudantil, além de estar a frente da
Reitoria quando a Unicamp demitiu 600 trabalhadores FUNCAMP.. Ontem no debate
organizado em apoio ao Tadeu no IFCH, Plininho e Ricardo Antunes fizeram falas
de esquerda contra a privatização da universidade pública, a terceirização, com
grande parte do debate centrado em tentar convencer os estudantes de que este
REItor não reprime, que seria o REItor do dialogo. Contudo sabemos que tanto
Saad como Tadeu, estão sob a mesma estrutura de poder antidemocrática e
repressiva. Independente se a gestão será feita por "mãos de ferro"
ou com concessões e cooptação das lutas, as duas formas são usadas para
desarticular o movimento estudantil e dos trabalhadores e atender às
necessidades do projeto de universidade que reprime, terceiriza e privatiza.
Por isso não
podemos ter nenhuma ilusão de que, elegendo o REItor "menos pior",
vamos ter algum avanço. O mundo não é feito só de duas opções por dentro do
regime: a terceira via, dos estudantes, trabalhadores e professores
auto-organizados, independentes, e em luta contra o projeto da REItoria, é a
única forma de conseguirmos que a Universidade produza conhecimento para a
população e não para empresas; de ir contra o PIMESP, projeto racista e
precarizante; fazer com que a Universidade não se erga sob trabalho escravo
terceirizado, mas sim que estes sejam incorporados ao quadro efetivo de
funcionários com o mesmo salários e direitos; e contra a repressão que quer nos
calar. Devemos mais é gritar, fora PM! Abaixo o conselho universitário e a
estrutura de poder repressiva! Por uma assembleia estatutária que ponha fim ao
regimento da ditadura e construa um governo tripartite (estudantes,
funcionários e professores) eleito por sufrágio universal, onde faça valer a
real composição e interesses da universidade. Por isso, chamamos voto nulo
programático contra esta estrutura de poder.
Nossa luta
contra a repressão deve ser a luta por outro projeto de universidade, em
oposição ao atual, onde a REItoria se cala frente aos diversos casos de
violência homofóbica que ocorreram na festa do babado. A luta pela defesa dos
punidos é também a luta para que todos possam falar e lutar, onde os negros
estejam dentro da universidade com o fim do vestibular. Num momento onde a
repressão se intensifica nacionalmente, onde os estudantes são brutalmente
reprimidos pela policia no Mato Grosso; onde dezesseis operários do PAC são
presos no Amapá; no país que quer passar o AI-5 da copa que impede os
trabalhadores de fazerem greve; que tem a polícia mais assassina do mundo que
opera o genocídio da população negra: a luta contra a repressão e pela defesa dos
72 punidos é um combate de primeira ordem; não pode ser diluída em outras
pautas, como faz a atual gestão do CACH, Lúddica (PSTU e independentes), mas
sim ser levada com centralidade, combinada com a luta pela radical
democratização da universidade. Façamos uma luta contra a repressão onde
possamos ser a voz dos trabalhadores, dos 95% da juventude precarizada
que não tem acesso à educação, da população negra, para junto a eles,
conseguirmos uma universidade democrática no acesso e no regimento, sem vestibular,
com permanência estudantil, contra o machismo, homofobia e racismo, voltada
para os interesses da população e não das empresas.
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