por Gabriel Biro
Na
sexta feira da semana passada, mais uma vez a revolta tomou conta do
IFCH. Um início de incêndio, devido a um curto-circuito na sala de
equipamentos do prédio da pós-graduação, colocou em risco, não só todo o
prédio, mas a vida de
trabalhadores, professores e estudantes.
Não há duvida para
ninguém dos problemas trazidos pela precarização do trabalhado e a
terceirização dos serviços em nossa universidade. Não é a primeira vez
que nos deparamos com situações catastróficas aqui na Unicamp. Pelo
contrario, tem sido cada vez mais recorrente nos últimos anos. Fazendo
uma breve retrospectiva temos: incêndio da biblioteca do IEL semanas
atrás, alagamento da biblioteca do IEL no final do ano passado,
alagamento da biblioteca do IFCH em 2010, destruição de arquivos do AEL
em 2009, a biblioteca do IFCH, recém-inaugurada, já tem problemas de
vazamento. .
Todos estes aparentes “acidentes” têm responsáveis, nomes e
endereços. E o principal deles se chama REItoria, que agora será
representado pela “figura carismática” de Tadeu Jorge! Esta REItoria que
recebeu milhões com os
“super salários”, um fraudulento escândalo de corrupção descoberto ano
passado, é a mesma que congelou a contratação de funcionários e passou a
terceirizar seus postos de trabalho. Esta política nefasta, unida com o
completo descaso, é a causa primeira de cada uma das catástrofes que
vem, cada dia piores, assolando a Unicamp, agora colocando vidas em
risco, principalmente as faculdades mais precarizadas, como são as de
humanas.
No caso do IFCH, por exemplo,
restou um, apenas um(!), trabalhador
responsável pela manutenção de todo e supervisão de todos os prédios,
enquanto todos os serviços de limpeza, que inclusive é uma parte da
manutenção, foi terceirizado. Ou seja, uma política direta de
precarização do trabalho, onde um trabalhador deve cumprir o papel de
uma dúzia, enquanto as trabalhadoras terceirizadas recebem salários
miseráveis e sem nenhum direito básico, consideradas uma
parte “alheia” a universidade, além de serem submetidas jornadas
desumanas de trabalho, nas piores condições que se possa imaginar. Por
outro lado as empresas terceirizadas contratadas nas construções não tem
a menor responsabilidade com o patrimônio e o dinheiro público, seu
objetivo exclusivo é o lucro. Isto para não falar das inúmeras vezes que
as empresas terceirizadas falem deixando obras abandonadas e
trabalhadores sem salário e emprego por todo o campus, como aconteceu
inúmeras vezes aqui no IFCH; ou então dos problemas de saúde e acidentes
de trabalho que sofrem cotidianamente os trabalhadores destas empresas.
A destruição dos acervos e a ruína da saúde física dos trabalhadores
deixam evidente que essas trabalhadoras terceirizadas tem de
receber os mesmos direitos de um trabalhador da Unicamp, e ser
incorporadas ao quadro de funcionários efetivos da universidade,
acabando com a divisão e a precarização do trabalho.
Cada uma dessas catástrofes que vem acontecendo na Unicamp, de
inundação a incêndio, não são acidentais, são criminosos! Crimes de uma
REItoria corrupta que enche os bolsos dos donos das empresas
terceirizadas e precariza o trabalho e as estruturas da
universidade.
Quantos incêndios mais serão necessários?
Quantas inundações? Quantas vidas em risco? O movimento estudantil
precisa levantar uma campanha urgente contra esta política nefasta de
REItoria, dando uma solução de uma vez por todas para isto! Junto aos
trabalhadores efetivos e terceirizados podemos impor a contratação de
novos funcionários, a expulsão das empresas terceirizadas, e a
incorporação imediata dos trabalhadores terceirizados, sem a
necessidade de concurso publico!Convocamos os estudantes do IFCH e o CACH a construir, assim como fizemos em 2010, uma ampla campanha unificada contra a precarização das estruturas e do trabalho no IFCH!
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