por Fernanda Montagner
8 de março, dia mundial da mulher, dia este que se passa num novo momento histórico, onde com a entrada do 6 ano da crise capitalista e a aceleração dos tempos para uma realidade de intensificação da miséria e exploração da classe trabalhadora mundialmente, vemos também a entrada em luta das mulheres, um dos setores mais oprimidos, e por isso, sensíveis as mudanças históricas. Na índia, Egito, Europa, as mulheres são pioneiras dos levantes de massas, são a linha de frente contra a violência, a precariedade da vida, a intervenção da igreja son seus próprios corpos. "Aqueles que lutam com mais energia pelo novo, foram os que mais sofreram com o velho" (Trotsky, L.), essa frase carrega uma síntese do que é hoje a realidade de milhares de pessoas.
8 de março, dia mundial da mulher, dia este que se passa num novo momento histórico, onde com a entrada do 6 ano da crise capitalista e a aceleração dos tempos para uma realidade de intensificação da miséria e exploração da classe trabalhadora mundialmente, vemos também a entrada em luta das mulheres, um dos setores mais oprimidos, e por isso, sensíveis as mudanças históricas. Na índia, Egito, Europa, as mulheres são pioneiras dos levantes de massas, são a linha de frente contra a violência, a precariedade da vida, a intervenção da igreja son seus próprios corpos. "Aqueles que lutam com mais energia pelo novo, foram os que mais sofreram com o velho" (Trotsky, L.), essa frase carrega uma síntese do que é hoje a realidade de milhares de pessoas.
É
importante resaltar esse novo momento de época, para refletirmos e
atuarmos frente a o que ocorreu no dia 8 aqui no IFCH. Recebemos como
"homenagem", nas colunas do corredor de aulas, uma decoração reacionária
em toda medida. Um grupo chamado "pró vida" colou uma série de cartazes
comparando
todos aqueles que lutam pela legalização do aborto com o nazismo, que é
a mais repugnante expressão da violência imperialista contra todos os
direitos democráticos dos setores oprimidos e dos trabalhadores, até
imagens com fotos de fetos de dois meses no útero, enumerando as partes
"humanas" que já possui, relacionavam o aborto com assassinato e vários
outros absurdos.
Frente
a uma ofensiva reacionária, em pleno instituto historicamente conhecido
como instituto referência de combate às opressões, não podemos nos ater
a uma discussão sobre machismo restrita aos muros da universidade.
Estes setores, quanto mais alto gritam serem "pró vida", com tanto mais
força pisoteiam milhares de vidas femininas e buscam estrangular as
vozes dxs verdadeirxs combatentes pelos direitos da mulher: advogam o
mesmo discurso dos governos de turno da burguesia, como hoje de Dilma e
do PT, que esconde o feminicídio que há por trás da criminalização do
aborto com o mesmo discurso de "defesa da vida". Assim, condena milhares
de mulheres anualmente à morte, por meio do aborto clandestino e proíbe
que a mulher decida sobre o próprio corpo. Quem realmente paga por isso
são as mulheres trabalhadoras, que são destinadas aos postos de
trabalho mais precários, como nas empresas
terceirizadas, criadas para humilhar e dividir as fileiras operárias,
nas quais a Unicamp se alicerça.
A
luta contra a violência à mulher deve começar por impedir que ela
morra. Os abortos clandestinos são responsáveis pela quarta causa de
morte feminina no país (estar criminalizado não "defende" a vida de
ninguém. Portanto, não pode estar desvinculada da luta pelo aborto
livre, legal, seguro, gratuito, garantido pelo Estado, assim como
educação sexual nas escolas e contraceptivos de qualidade de graça nos
postos de saúde, para que as mulheres tenham condições de não precisar
abortar.
Enquanto
a uma estrutura universitária vem, através da repressão, tentando calar
a todos os estudantes que denunciam seu caráter antidemocrático, que
denunciam a violência
policial, que lutam contra a opressão dentro e fora da Universidade e
para que esta esteja de fato a serviço da população, permite e nada diz
sobre as mulheres terceirizadas que são constantemente assediadas e
violentadas, nada diz sobre grupos como este que para a burocracia
acadêmica goza de todo o direito de expressar suas ideias reacionárias e
de cunho profundamente machista e homofóbico. Sendo esses grupos os
mesmos que apregoam que a homossexualidade é uma doença, que a população
negra é inferior e que a mulher deve ser apenas reprodutora e não ter
direito à livre sexualidade, são esses grupos que dão respaldo para que
pessoas como o pastor Marco Feliciano seja eleito como presidente da
Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (CDHM).
A
discussão sobre a violência a mulher e aos GLBTTI também não pode ser
desvinculada de uma auto-organização das mulheres, partindo de uma
discussão da função social da polícia, o braço armado do estado burguês.
Ou seja, a instituição feita para reprimir os trabalhadores, feita para
perseguir as mulheres, os negros e o setor LGTTBI. Não podemos de
maneira nenhuma confiar nas instituições repressoras do estado burguês.
Assim, temos de reivindicar a auto-organização das mulheres, para
construir sua autodefesa, por meio de uma campanha ampla pelo aborto
legal, seguro e gratuito, contra a Igreja, governo e o estado.
Por
isso é central que as entidades estudantis se coloquem claramente
contra as organizações que cinicamente se dizem "pró vida" e se calam
diante das milhares de mortes de mulheres por abortos clandestinos. Esta
é a discussão concreta que estes ocultistas silenciam "em defesa
da vida". A estrutura de poder Universitária é conivente com estas
expressões aberrantes de intolerância, de violência contra a mulher, e
de ignorância histórica quanto aos principais fenômenos políticos do
século XX.
É preciso ter em seu programa o combate a opressões com centralidade a
legalização do aborto. Nós da Juventude as Ruas, que compusemos a chapa
Contra Corrente ano passado, fomos os únicos que colocamos com
centralidade essa questão, pois já prevíamos uma possível campanha
reacionária da direita, frente a um cenário mais convulsivo de luta de
classes onde também a direita tenta massificar e consolidar sua
ideologia reacionária, como também seria impossível se calar frente a
uma situação nacional, onde milhares de mulheres morrem anualmente por
abortos clandestinos. A atual gestão do CACH não tem a legalização como
programa, o que consideramos um
equívoco, que já se mostra com o alastramento desses grupos de ultra
direita pelo instituto. É central que a gestão do CACH se coloque frente
ao ocorrido, faça balanço do fato de não ter hierarquizado o tema nas
eleições e organizemos uma campanha pela legalização do aborto, contra
as opressões, para que esses grupos não se sintam mais na liberdade de
expressarem seu reacionarismo.
NOSSO CANTO É O ESPANTO DOS QUE NOS JULGARAM MORTAS
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