por Angelo Bueno
Uma menina
de 17 anos saiu na noite de sábado com o irmão e o namorado em
Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Era madrugada de 12 de janeiro
quando eles chegaram à Rua Melchior Giola, centro comercial do bairro.
Policiais militares surgiram em cinco viaturas lançando bombas de efeito
moral e de gás lacrimogêneo, disparando tiros de borracha para obrigar o
comércio a fechar. A menina se escondeu atrás de uma árvore e recebeu
um disparo de bala de borracha no olho esquerdo que a deixou cega. Vai
ter de utilizar prótese no lugar do olho, mas, até a cirurgia ficará com
o olho costurado.
Os moradores reclamam da ação da polícia desde
2009, Há diversas cartas que denunciam ação brutal da PM contra os
moradores, os comerciantes alegam que o comércio foi “invadido” pelos
PM. Esse é mais um exemplo de como é a ação policial na periferia, longe
de garantir a segurança e tranquilidade para os trabalhadores, leva
mais medo, repressão e morte à já delicada condição de vida, produto da
imensa desigualdade social do capitalismo e seu Estado, baseados no
racismo e trabalho precário que nega a educação moradia, acesso saúde de
qualidade, nesse caso o lazer, que na periferia é criminalizado, os
movimentos como saraus são fechados negando aos jovens a diversão, a
arte, pois quem controla esse Estado é a burguesia que sempre visa o
máximo de lucro possível, gerando centenas de milhares de jovens sem
futuro e esperança que terminam empurrados para marginalidade. A
polícia é instrumento material de dominação da burguesia, criada para
ser corrupta e violenta, que tem como função principal, proteger a
propriedade privada, manter o status quo de exploração do Capitalismo e
sua burguesia parasita. A justiça burguesa tem pesos diferente, para os
patrões, banqueiros, políticos burgueses que matam, rapinam, sonegam
passam impunes. Os punidos são sempre os trabalhadores oprimidos em seus
locais de trabalho e de descanso. Sustentam esse Estado, trabalham em
média 4 meses por ano para pagar imposto, e recebem de volta
vestibulares, policia assassina, filas no SUS... a precarização da vida!
Ser
a voz da juventude negra e pobre que é massacrada diariamente pelas
forças repressivas do Estado , e não tem o direito de estar conosco na
universidade, é por isso que estamos sendo punidos na USP, podendo pegar
até 8 anos de reclusão, já com suspensão de Rodas em andamento, por
lutar pelo “Fora PM da USP e das favelas” porque não queremos essa
instituição em lugar nenhum da sociedade, e
Denunciamos o aumento da
repressão dos movimentos sociais, nos canteiros de obras, com a prisão
de dezenas de operários nas obras do PAC, do assassinato dos que lutam
pelo acesso a terra, um integrante do MST morre por semana,de toda a
criminalização dos movimentos sociais, do massacre da população negra da
periferia.
Pela punição de todos os policiais envolvidos!
Pela dissolução da policia!
Autodefesa dos trabalhadores!
Por uma ampla campanha nacional contra a repressão!
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