A luta contra a repressão na USP é a tarefa
número um do movimento de estudantes e trabalhadores hoje. Nós, da Juventude às
Ruas, temos travado este debate com todas as entidades, correntes políticas e
estudantes independentes em todos os fóruns do movimento. Temos nos colocado na
linha de frente do combate à repressão e também à equivocada linha política que
vem sendo adotada pelo DCE e por parte dos CAs, de criar uma dicotomia entre a
luta por democracia na universidade e a luta contra os processos a estudantes e
trabalhadores, privilegiando aquela em detrimento desta.
Um exemplo disto foi a luta política que
encampamos no XI Congresso dos Estudantes, quando, junto a outros setores,
travamos o debate de que para podermos lutar por uma universidade efetivamente
democrática – o que significa universalizar seu acesso através do fim do
vestibular e colocar abaixo a estrutura de poder pautada pelo CO e o REItor,
colocando um governo tripartite com maioria estudantil e fazendo com que o
conhecimento aqui produzido esteja a serviço das necessidades dos trabalhadores
e do povo pobre – o primeiro e imprescindível passo é reverter a expulsão dos oito
estudantes “eliminados”, reintegrar o diretor do Sintusp Claudionor Brandão, e
revogar os mais de cem processos contra estudantes e trabalhadores. Não há
possibilidade de democracia em uma universidade na qual somos perseguidos por
nos manifestar politicamente.
A partir deste debate no XI Congresso colocamos
de pé importantes iniciativas, como o debate na Faculdade de Direito, que
reuniu o apoio democrático de figuras como Fábio Konder Comparato, Eduardo
Suplicy, Carlos Gianazzi, Altino Prazeres, Jorge Luiz Souto Maior, centenas de
estudantes, abrindo espaço também para que o Fórum dos Processados e Brandão se
dirigissem aos estudantes. Outras medidas fundamentais votadas no Congresso
ainda devem ser concretizadas, e achamos fundamental que todas as entidades,
correntes políticas e estudantes independentes tomem parte na construção da
Quinta i Breja e do Festival contra a repressão, para que esta luta tome cada
vez mais corpo na universidade.
Hoje, às vésperas do encerramento dos processos
contra os estudantes presos nas reintegrações de posse da Reitoria em 2011 e da
Moradia Retomada neste ano, a luta contra a repressão ganha um caráter ainda
mais urgente. E a primeira tarefa fundamental é que o movimento estudantil se
coloque inteiramente em defesa da companheira Amanda Freire, estudante de filosofia
que foi “eliminada” da USP por se colocar em defesa de moradia estudantil para
todos e por melhores condições de trabalho para os funcionários da COSEAS, e
que hoje está ameaçada a cada dia de ser expulsa com seu filho de apenas onze
meses do apartamento do Crusp em que moram. Este é o retrato mais nefasto de
uma universidade elitista, que recorre aos métodos da ditadura, com suas
“assistentes sociais” ameaçando inclusive retirar o filho de Amanda através do
Conselho Tutelar se ela não se retirar do apartamento “por bem”. Não podemos
permitir que esta lutadora sofra este ataque, que é um ataque a todo o
movimento!
Por isso, nos colocamos ativamente na
construção do ato-vigília no apartamento de Amanda do dia 1 de outubro, quando
a Oficial de Justiça avisou que viria para executar a reintegração de posse.
Lutamos nos fóruns do movimento, como na plenária da FFLCH, para que o DCE e
CAs se comprometessem a encampar esta luta, e estivemos na vigília em peso com
nossa militância. O movimento conseguiu retardar a reintegração, mas seu perigo
segue vigente, e essa medida não pode se manter indefinidamente. E nossa luta
contra o despejo de Amanda deve continuar e se aprofundar!
Para isso, a chave é construir uma grande campanha
democrática em toda a universidade em defesa da companheira Amanda. O DCE e os
CAs devem se comprometer com essa campanha, fazendo com que a luta contra o
despejo de uma jovem mãe, eliminado por lutar por moradia, e seu filho, seja
tomada e apoiada por uma amplos setores de estudantes em todos os cursos.
Chamamos todos os estudantes e setores combativos, comprometidos com a defesa
de Amanda, a encampar conosco esta luta política nas entidades, por uma grande
campanha política, que é a chave para impedir mais esse ataque, que não será
barrado por medidas e ações que estejam desligadas dos cursos e distantes do
cotidiano dos estudantes.
Contra o despejo de Amanda e seu filho!
Pela reintegração de todos os estudantes
“eliminados” e de Brandão!
Pelo fim de todos os processos contra
estudantes e trabalhadores!
Fim do decreto 52.906 e do regimento
disciplinar da ditadura! Por uma estatuinte livre e soberana para democratizar
de fato a universidade!
TODOS À REUNIÃO DO DCE NO CALC DIA 8/10, ÀS 17h!
Neste espírito, seguimos exigindo que o DCE se
comprometa com esta luta. No dia 5/10 fomos à reunião de gestão para exigir que
o DCE tomasse medidas para que essa questão saísse na imprensa, que fizesse um
boletim divulgado amplamente, colocasse em destaque no seu site, e que
indicasse aos cursos e CAs que fizessem debates, assembleias e demais medidas
em torno desta questão, entre outras medidas. Entretanto, a reunião sequer
aconteceu, segundo os diretores do DCE presentes, “por falta de pauta”! É um
absurdo! Os diretores do DCE presentes se comprometeram a convocar uma reunião
extraordinária do DCE para tratar dessa questão, bem como da construção da
Quinta i Breja contra a repressão, marcada para o dia 11/10 – uma pauta que já
havia sido indicada pelo CALC para essa reunião, já que a QiB está sendo
ameaçada.
Juventude às Ruas
(LER-QI e Independentes)
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