Con
las banderas en alto
va
toda la estudiantina!
Uma
juventude ativamente internacionalista!
Juventude
sem medo. Assim ficam conhecidos jovens trabalhadores, estudantes
universitários e secundaristas chilenos, que retomam com força
exemplar a luta iniciada em 2011 contra as heranças do regime
pinochetista e a Lei Hinzpeter, por educação gratuita, de
excelência, laica e não sexista, enfrentando-se com a burocracia
estudantil e com as forças repressivas do Estado. É nossa tarefa
apoiar ativamente, e extrair as lições estratégicas para enfrentar
os desafios que teremos aqui!
Para
derrubar as heranças de Pinochet!
Há
39 anos do golpe civil e militar de Estado protagonizado por
Pinochet, vige no atual Chile neoliberal um sistema de regime
binominal em que dois partidos ou coalizões lideram e hegemonizam as
disputas pelo poder no país (a coalizão Concertación
e o partido Renovación Nacional,
do atual presidente). Sob o governo direitista de Piñera –
administrador dos negócios da burguesia nacional e das burocracias
sindicais –, com aprovação de 27%, a resposta às manifestações
da juventude é repressão, apenas comparável à dos anos mais duros
da ditadura. A polícia chilena tem como saldo de seus ataques
assédio sexual e brutal violência contra meninas e mulheres,
tortura, o assassinato do secundarista Manuel Gutiérrez, 16, morto
durante marcha no ano passado, e de trabalhadores. Los
pacos (Carabineros,
a chamada polícia chilena), apoiam-se na Lei Hinzpeter de Segurança
Nacional, que restringe
direitos de organização e circulação de pessoas.
Não
à toa, com o aprofundamento da crise capitalista e das tendências
de luta de classes, os governos se lançam para aprovar ou reformar
as chamadas Leis Antiterroristas, como a que existe no país desde a
ditadura e reformulada por Piñera em 2010, ligando essa discussão
com a questão dos povos originários no Chile, que se expressa na
organização do povo Mapuche pelo reconhecimento de seu território.
Isso posto, lança-se contra a polícia, o governo e as heranças da
ditadura o mais amplo setor da juventude, aliado aos trabalhadores,
jovens nos '70, que outra vez se opõem ao regime.
A
educação não é mercadoria!
Seguem
as privatizações e a precarização de toda educação chilena,
vista como uma mercadoria pelo Estado e pela burguesia nacional, que
garantem o lucro de poucos, o endividamento de milhões de famílias
e a exclusão de muitos em todos os níveis do ensino, marcado pela
realidade que assombra na América Latina o Chile e, em outra medida,
o Brasil: o filtro social e racial do vestibular. Luta a juventude
por educação gratuita e de qualidade, visando ampliar o acesso e
acabar com o negócio da educação, na perspectiva das ocupações e
autogestão das escolas feitas por alunos, professores e familiares,
concretizando a possibilidade de decidirem os rumos do aprendizado e
da construção do currículo escolar, como a experiência do colégio
A90. Organizados em torno da Agrupação Combativa e Revolucionária
(ACR) se reúnem mais de 300 jovens, reconhecidos por ser o setor
mais consequente na luta contra a repressão e a polícia, e também
pelo importante processo avançado de questionamento à burocracia
estudantil, sobretudo na USACH, Universidade de Santiago do Chile.
Viva
a aliança operário-estudantil!
A
juventude não está sozinha. Os estudantes chilenos, conscientes do
papel de sujeito reservado à classe trabalhadora, somam-se a
milhares de trabalhadores numa mesma luta, apoiando-se em suas
experiências de auto-organização e em seus métodos de democracia
direta – assembleias, comandos de mobilização, atos, greves,
ocupações – marchando junto a eles pelas ruas, solidarizando-se
com suas necessidades e reivindicações. Assim, opõem-se como eles
às suas direções burocráticas e conciliadoras. Como eles,
compreendem que democratizar o ensino é colocar seus liceus e
universidades a serviço da sociedade. A ACR busca fortalecer neste
período a necessária aliança operário-estudantil, tomando um lado
– o dos trabalhadores, explorados e com postos de trabalho cada vez
mais precarizados – diante do acirramento da luta de classes.
“Passamos
de ser um dos países mais estáveis do mundo, para fazer parte deste
que é o maior ascenso da juventude em todo o mundo desde 1968, com a
luta pela educação gratuita (...) colocando em cheque a herança
pinochetista e o regime herdado da ditadura. (...) as direções
burocráticas aceitaram a política do governo de desvio, por isso
não vencemos. (...) Mas a juventude, principalmente a secundarista
volta a sair à luta, seu ‘segundo round’.”
LEIA
NA ÍNTEGRA A ENTREVISTA COM ZONIKO, ativista do Hip Hop e do
movimento estudantil chileno, e militante do PTR-CcC, parte da FT – http://www.juventudeasruas.blogspot.com.br/2012/09/entrevistamos-zonyko-ativista-do-hip.html
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