No
dia 19, os professores da rede estadual do Ensino Básico entraram em
greve, contra esse mesmo governo que oferece apenas salários de fome,
divisão da categoria, e precarização do trabalho para os professores. Ao
mesmo tempo que, nas próximas semanas a universidade espera o veredito
final de quem será o novo gestor da universidade de excelência para o
grande capital na Unicamp pelos próximos quatro anos, dado pelo
governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin. São duas faces de um
mesmo projeto de educação para o Estado, mas também para o país.
A consulta para o reitor nesse
ano foi ganha por Tadeu Jorge, que já ocupou este cargo durante os anos
de 2005-2009. Tadeu Jorge, o ex-reitor que ano passado foi intimado pelo
tribunal de contas da união a reaver os milhares de reais que ganhou
além do teto do seu salário nos anos de 2009 e 2011, apresentou
propostas muito claras de continuação do projeto do "centro de
excelência" Unicamp, a universidade que mais produz patente, que figura
os rankings internacionais, que promove relações como o Inova Unicamp,
uma agencia de incentivo à inovação que liga diretamente o conhecimento
gerado aos interesses do grande capital internacional, além de parques
tecnológicos.
Sabemos que o novo reitor estará
em consonância com o projeto de educação precário para a população
pobre, enquanto mantém alguns polos de excelência, restrito as elites,
para atender os interesses do desenvolvimento de tecnologia e
conhecimento para empresas, e ainda se sustenta sobre trabalho precário
por meio da terceirização. Que mantém o filtro social do vestibular,
excluindo os jovens da classe trabalhadora, justamente os alunos de
escola publica.
Esse projeto de educação se da a
nível nacional, de uma educação precária para a classe trabalhadora, de
escolas públicas que mais parecem um cárcere, numa política educacional
completamente repressiva que coloca a polícia dentro da escola, com a
precarização aos professores, que estão divididos em diversas categorias
com poucos direitos. A precarização do ensino, na escola, é o primeiro
passo para a precarização da vida desses trabalhadores.
Por isso é fundamental nos
colocarmos em solidariedade com os professores da rede pública do Estado
que sofrem diretamente com os ataques do governo do Estado de São
Paulo. Professores, estes que tem um histórico de lutas, nas quais o
governo tanto do PT como do PSDB, reprimiram e derrotaram duramente,
mantendo e aprofundando a precarização, e enfraquecendo a categoria
enquanto a divide. Esse elemento da divisão da classe vem como ataque
direto a organização dos trabalhadores, que divididos por salários e
direitos também acabam tendo maior dificuldade em se verem numa luta
unificada. Esses ataques tem o intuito de desmoralizar um setor tão
forte, como o de professores, tanto pelo numero como pelo papel social
que estes cumprem.
Por isso nós da Juventude, que
hoje construimos uma chapa para tiragem de delegados para o congresso da
ANEL (Assembleia Nacional do Estudantes Livres), colocamos todas nossas
forças para nos aliarmos a esses trabalhadores da educação para lutarmos
por uma real educação de qualidade, contra a precarização do trabalho e
a divisão que os governos querem impor aos trabalhadores. Reivindicamos, assim, que todos os professores temporários sejam
efetivados com os mesmo direitos e salários, somos pelo fim do
vestibular, a real democratização do ensino superior passa acabarmos com
esse filtro elitista, e a estatização das universidades privadas,
educação é um direito de todos, não deve ser o lucro de poucos.
Assim como, a educação superior
publica, elemento democrático elementar, não deve ser regida por uma
casta de professores titulares, a burocracia acadêmica, que é
estreitamente ligada as empresas e ao governo. Queremos o fim da
estrutura de poder antidemocrática, instaurando uma assembleia estatutária e um governo tripartite (funcionários, estudantes e
professores), para reger os rumos da universidade, e coloca-la a serviço
dos trabalhadores e população.
Construimos nossa chapa para
tiragem de delegados, com uma concepção que só nas lutas pela base,
junto aos trabalhadores podemos ser um entrave aos projetos do governo, e
impor nosso programa para educação. Estamos ao lado dos professores.
"Hoje são eles, amanha seremos nós, estudantes e professores, nossa luta
é uma só".
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