Por Pardal, estudante da USP e militante da Juventude às Ruas
Levante Popular da Juventude, que encabeça a "Compor e Ouvir", recebe prêmio de direitos humanos da Dilma |
“Compor e
ouvir”: que nome mais belo e democrático! Quem o ouve e vê seus discursos por
um “novo movimento estudantil”, um movimento democrático e plural que seja de
todos os estudantes, mal pode imaginar que eles são o que há de mais velho,
burocrático e afastado dos estudantes nessas eleições. São os que estão do lado
da direção da UNE e do governo federal, dizendo que os que estão nas ruas
lutando contra a copa e protestando contra seus gastos absurdos, suas remoções,
sua repressão, as mortes dos operários nos estádios, estão “fazendo o jogo da
direita”.
Os
grupos políticos que estão na Compor e Ouvir são aqueles que ouvem a voz do
Palácio do Planalto e compões suas campanhas sujas no meio do movimento
estudantil: em defesa dos mensaleiros; em defesa dos programa do governo que
privatizam e precarizam a educação, como o PROUNI e o REUNI; são os que estão
do lado do governo que manda tropas para o Haiti e massacram seu povo; o
governo que reprime as greves das universidades federais e do funcionalismo
público; o governo que assassina os povos indígenas e mantém a bancada
ruralista como base aliada. O governo que está com os burocratas sindicais que
tentam abafar as greves dos garis e de todas as categorias, enquanto coloca a
Força Nacional de Segurança para reprimir nos canteiros das obras do PAC, em
Belo Monte, em Jirau...
Eles
fazem escrachos e defendem uma comissão da verdade na USP. Mas dizem que é
progressista o governo que está no poder junto com os Sarney, os Collor, os
Calheiros e todo o entulho da ditadura militar. O governo que foi responsável
por tirar a “justiça” que acompanhava o nome da comissão da verdade, defendendo
que não se puna os responsáveis por reprimir, matar e torturar durante os anos
de chumbo da ditadura.
Para
democratizar a universidade e por um novo movimento estudantil, precisamos
ouvir a voz dos trabalhadores e compor a luta dos que estão do lado de fora da
universidade, com aqueles que estão cansados da velha política do “toma lá dá
cá” dos petistas, peessedebistas e peemedebistas. A Marilena Chauí que os apoia
é a mesma que há poucos meses deu uma palestra para policiais, dizendo que os
black blocs eram “fascistas”, e preparando a enxurrada de lixo ideológico que o
governo despejou junto com a mídia para tentar criminalizar os movimentos
sociais. Não nos serve um movimento estudantil assim; mudar a universidade
precisa ser com algo que seja novo para além do discurso.
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