No último dia 30 de Maio, sexta feira, os estudantes da música em conjunto com nós, militantes da Juventude às Ruas e militantes do grupo de mulheres Pão e Rosas, organizaram um debate sobre a terceirização dentro e fora da Universidade. Essa atividade foi impulsionada principalmente depois de um infeliz acontecimento: um funcionário terceirizado vigilante, em saída do trabalho, foi atropelado e morto na avenida politécnica na cidade universitária. Esse trabalhador, contrariando a tendência do isolamento e invisibilidade dessa categoria, possuía uma profunda relação com os alunos, além disso era um sambista intérprete, o que gerou a uma identificação desse trabalhador com os estudantes da música. Entretanto, depois de sua morte o departamento e a empresa contratante apenas substituíram o funcionário por outro, sem nenhuma notificação do ocorrido o que impediu os alunos de, inclusive, irem ao seu enterro ou declararem um luto em sua homenagem. Tal atitude causou profunda indignação nos alunos e uma mobilização de denuncia do caso que por fim se deu na atividade onde estiveram presentes diversos terceirizados, amigos do Gelsão (como chamava o trabalhador falecido), intervindo nas falas com depoimentos pessoais de precarização que a terceirização impõem. Na mesa do debate estiveram militantes do Pão e Rosas e uma trabalhadora de fábrica que narraram suas experiências de luta no trabalho.
A atividade teve fundamental papel na organização e politização dos estudantes que estão em greve em conjunto com os trabalhadores da USP contra o não reajuste salarial. A luta contra a terceirização agora é uma das principais bandeiras dos estudantes da música nessa greve, que sob a memória do nosso camarada Gelsão, se colocam a frente na aliança operário-estudantil contra a precarização do trabalho.
Companheiro Gelsão, presente! Agora e sempre!
Pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso público!
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