sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Juventude Às Ruas realiza importante oficina na USP




Nesta quarta-feira, dia 25/02, ocorreu a primeira atividade da Juventude Às Ruas da USP em 2015, onde realizamos uma oficina com o tema "Nem água na torneira, nem pátria educadeira".


Em formato de roda de conversa, a discussão foi aberta por Odete, estudante de Letras da USP, que nos forneceu um completo panorama das lutas que se apresentam na universidade hoje, onde os cortes dos governos já começam a ser sentidos e os problemas tendem a se aprofundar, como é o caso da crise hídrica que já atinge também as universidades e pode ter graves consequências para seu funcionamento.


Os cortes do governo precarizam a universidade também com as recentes demissões de trabalhadores, em que o REItor Zago deu inicio ao Programa de Demissão Voluntária que já teve mais de mil e quatrocentos funcionários adeptos sem que seus postos de trabalho sejam preenchidos por novas contratações, o que gerou fechamento de bandejões, não abertura de vagas nas creches e uma crescente precarização das condições de trabalho na USP.


Também pudemos ter mais acesso às informações sobre este sucateamento das condições de trabalho na universidade com o relato de Babi, trabalhadora do Hospital Universitário, que além de nos contar sobre as importantes batalhas que fizeram na greve do ano passado para defender a saúde pública da região, o que unificou os trabalhadores e lhes deram força para vencer, também nos apresentou a situação degradante em que os trabalhadores se encontram hoje no HU, por conta dos ataques da REItoria e do governo que buscam sua privatização e sucateamento.


Outro importante debate que fizemos em nossa oficina, com a presença da Patrícia, trabalhadora da FFLCH, foi o caso da Biblioteca da faculdade, que nesta semana de calourada se encontra fechada por causa de contaminação cancerígena em alguns de seus livros. Isso levou os trabalhadores a terem que enfrentar a direção de Sergio Adorno para que os livros fossem isolados e os funcionários não sofressem mais com os problemas de saúde que a contaminação já vinha gerando. Patrícia nos relatou a força que os trabalhadores vinham tendo neste conflito, assim como a intransigência da direção, que não queria retirar os livros contaminados da biblioteca mesmo sabendo do risco à saúde eles representam.


Contamos em nossa roda de discussão com professores da rede estadual de ensino, que nos apresentaram a calamidade que se encontram as escolas devido a não contratação de professores neste ano. Com salas superlotadas, professores desempregados, e o ensino público atacado como um todo, as professoras presentes nos deram a perspectiva de que a categoria entre em greve já na sua primeira assembleia do ano, dia 13/03. Isto será um primeiro momento importante de luta contra os ataques do governo, onde os professores de São Paulo poderão seguir os professores do Paraná, que deram verdadeiras aulas de como se luta contra os cortes: fazendo greve, indo às ruas e ocupando assembleia legislativa para barrar os pacotes de ajustes que o governo de lá queria implantar.


Os ingressantes saudaram a oficina como um espaço muito importante de discussão, apresentando a vontade de levar aquelas informações para todos os que estão entrando na universidade esta semana, reforçando a perspectiva de que este ano será necessária uma ampla unidade entre nós estudantes, com profundos debates, para que possamos fazer frente aos ataques dos governos à educação pública e às condições dos trabalhadores em geral.

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