Nesta quarta-feira,
dia 25/02, ocorreu a primeira atividade da Juventude Às Ruas da USP em 2015,
onde realizamos uma oficina com o tema "Nem água na torneira, nem pátria
educadeira".
Em formato de roda
de conversa, a discussão foi aberta por Odete, estudante de Letras da USP, que
nos forneceu um completo panorama das lutas que se apresentam na universidade
hoje, onde os cortes dos governos já começam a ser sentidos e os problemas tendem
a se aprofundar, como é o caso da crise hídrica que já atinge também as
universidades e pode ter graves consequências para seu funcionamento.
Os cortes do
governo precarizam a universidade também com as recentes demissões de
trabalhadores, em que o REItor Zago deu inicio ao Programa de Demissão
Voluntária que já teve mais de mil e quatrocentos funcionários adeptos sem que
seus postos de trabalho sejam preenchidos por novas contratações, o que gerou
fechamento de bandejões, não abertura de vagas nas creches e uma crescente
precarização das condições de trabalho na USP.
Também pudemos ter
mais acesso às informações sobre este sucateamento das condições de trabalho na
universidade com o relato de Babi, trabalhadora do Hospital Universitário, que
além de nos contar sobre as importantes batalhas que fizeram na greve do ano
passado para defender a saúde pública da região, o que unificou os
trabalhadores e lhes deram força para vencer, também nos apresentou a situação
degradante em que os trabalhadores se encontram hoje no HU, por conta dos
ataques da REItoria e do governo que buscam sua privatização e sucateamento.
Outro importante
debate que fizemos em nossa oficina, com a presença da Patrícia, trabalhadora
da FFLCH, foi o caso da Biblioteca da faculdade, que nesta semana de calourada
se encontra fechada por causa de contaminação cancerígena em alguns de seus
livros. Isso levou os trabalhadores a terem que enfrentar a direção de Sergio
Adorno para que os livros fossem isolados e os funcionários não sofressem mais
com os problemas de saúde que a contaminação já vinha gerando. Patrícia nos
relatou a força que os trabalhadores vinham tendo neste conflito, assim como a
intransigência da direção, que não queria retirar os livros contaminados da
biblioteca mesmo sabendo do risco à saúde eles representam.
Contamos em nossa
roda de discussão com professores da rede estadual de ensino, que nos
apresentaram a calamidade que se encontram as escolas devido a não contratação
de professores neste ano. Com salas superlotadas, professores desempregados, e
o ensino público atacado como um todo, as professoras presentes nos deram a
perspectiva de que a categoria entre em greve já na sua primeira assembleia do
ano, dia 13/03. Isto será um primeiro momento importante de luta contra os
ataques do governo, onde os professores de São Paulo poderão seguir os
professores do Paraná, que deram verdadeiras aulas de como se luta contra os
cortes: fazendo greve, indo às ruas e ocupando assembleia legislativa para
barrar os pacotes de ajustes que o governo de lá queria implantar.
Os ingressantes
saudaram a oficina como um espaço muito importante de discussão, apresentando a
vontade de levar aquelas informações para todos os que estão entrando na
universidade esta semana, reforçando a perspectiva de que este ano será
necessária uma ampla unidade entre nós estudantes, com profundos debates, para
que possamos fazer frente aos ataques dos governos à educação pública e às
condições dos trabalhadores em geral.
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